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Reflexões de poeta das Lusiads N'Os

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Por:   •  10/1/2014  •  Resenha  •  859 Palavras (4 Páginas)  •  258 Visualizações

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Reflexões do poeta n’Os Lusíadas

Na primeira reflexão d’Os Lusíadas, sobre a insegurança da vida, Camões reage à traição protagonizada por Baco, lamentando-se da personalidade escondida dos seres humanos. Estabelece um paralelismo entre os perigos encontrados no mar e em terra, verificando que em nenhum dos ambientes há segurança absoluta. Na sequência disto, reflecte sobre a posição do ser humano face à natureza, já que na sua fragilidade e insegurança é capaz de atravessar mares e conquistar povos, ultrapassando com sucesso os diferentes obstáculos.

A reflexão sobre a dignidade das Artes e das Letras é um episódio marcadamente Humanista. Isto é observável noutras partes da obra pela demonstração da vitória do Homem sobre a Natureza e a vontade de saber e descobrir. No que se refere a este trecho específico, o Humanismo revela-se pela presença da componente pedagógica oferecida pelas “artes e letras” e pelo modelo de perfeição humana que é a capacidade de conjugar os feitos guerreiros com o conhecimento literário, objectivo conseguido pelos chefes da antiguidade (como seja o exemplo citado de César).

Camões alegra-se ao verificar que na Antiguidade sempre houve personagens protagonistas de feitos heróicos e simultaneamente autores capazes de os cantar condignamente. Em oposição, lamenta-se do facto de, apesar de os portugueses terem inúmeros feitos passíveis de serem louvados, não ser prezada a poesia, tornando-o num povo ignorante. Na sequência disto, caso continue a não haver em Portugal uma aposta nas artes, nunca ninguém exaltará os feitos dos portugueses.

Apesar de tudo, Camões vai continuar a escrever a sua obra, por amor e gosto à arte de louvar, mesmo sabendo de antemão que o mais provável é não ver devidamente reconhecidos os seus versos.

No final do canto VI, Camões apresenta-nos o seu conceito de nobreza, recorrendo para isso à oposição com o modelo tradicional. Desta forma, o poeta nega a nobreza como título herdado, manifestada por grandes luxos e ociosidade. Propõe então, como verdadeiro modelo de nobreza, aquele que advém dos próprios feitos, enfrentando dificuldades e ultrapassando-as com sucesso. Só assim poderá superiorizar-se aos restantes homens e ser dignamente considerado herói. O estatuto será adquirido ao ver os seus feitos reconhecidos por outros e, mesmo contra a sua vontade, ver-se-á distinguido dos restantes.

Na reflexão que faz no início do canto VII, Camões faz um elogio ao espírito de cruzada e critica os que não seguem o exemplo português. Isto porque, para Camões, a guerra sem pretensões religiosas não faz sentido, visto ser apenas movida pela ambição da conquista de território. Assim, recorre ao exemplo do Luteranismo alemão para criticar a oposição ao Papa e às guerras que não seguem os ideais camonianos. Dirige-se depois aos ingleses, que deixam que os Muçulmanos tenham sob controlo a cidade de Jerusalém e preocupa-se apenas em criar a sua nova forma de religião (anglicanismo). Também os franceses, ao invés de combaterem os infiéis, aliaram-se aos turcos para combater outros cristãos. Nem os próprios italianos passam impunes, ao ser-lhes criticada a corrupção. Para incitar à conquista de povos não-cristãos, visto esta causa não ser suficiente, Camões lembra as riquezas da Ásia Menor

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