Resenha do Livro Conversa com Tradutores
Por: esthercaetano • 23/9/2019 • Resenha • 1.253 Palavras (6 Páginas) • 224 Visualizações
Resenha apresentada para a disciplina de Estudos da Tradução e Interpretação 2,
ministrada pela Profª. Renata Cristina Vilaça Cruz.
BENEDETTI, Ivone C. e SOBRAL, Adail (orgs). Conversa com Tradutores: Balanços e
Perspectivas da Tradução. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. --- (Série Conversas
com; 2).
A obra Conversa com Tradutores: Balanços e Perspectivas da Tradução foi
organizada por duas escritoras, Ivone C. Benedetti, nascida em 1947 na cidade de São
Paulo, sendo tradutora na área de Ciências Humanas, Literatura e Medicina, doutora pela
USP e atualmente se dedica a organização de um dicionário bilingue italiano/português, e
por Adail Sobral, nascido em 12 de Novembro de 1954 no Rio de Janeiro, é doutor em
Linguística aplicada pela PUC/SP, Mestre em Letras pela USP, Especializado em
Linguística, pela UNICAMP, tem Licenciatura em Letras: Inglês pela UFB, pesquisador,
intérprete e tradutor de importantes obras do inglês, francês e espanhol, suas principais
áreas são filosofia, estudos teológicos, direito internacional, lógica, pós-modernismo e
temas da atualidade, no momento é professor adjunto l do programa de Pós-Graduação
em Letras: Linguística Aplicada na UCP/RS.
O livro dispõe de 214 páginas, iniciando com introdução por, Francis Henrik Aubert,
professor titular de Estudos Tradutológicos do Departamento de Letras Modernas da
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da USP, seguido de prefácio por Ivone
Castilho Benedetti, organizadora do livro, logo após, é apresentado 20 perguntas em
forma de entrevista a cada um dos 18 tradutores convidados, os mais importantes do
Brasil atualmente. Adail Sobral o outro organizador, finaliza com o Posfácio.
Para a introdução do livro o autor reservou várias verdades, a começar pela
maneira em que faz a recomendação aos leitores. Já prevenindo-os sobre os diálogos
que se fazem urgentes levando a reflexões sobre os assuntos que envolvem a tradução. A
leitura segue ácida, são esclarecidos aspectos de mercado, bem como, considerações e
recomendações a respeito das modalidades da tradução. O texto é recheado de boas
reflexões e provocações, tipicamente o leitor mais atento, ficará estimulado a estudar um
pouco mais sobre as teorias mencionadas. Questões como linguagem e prática do ato
transitório, se mostram como desafios a serem transpostos a todo momento para o autor.
No decorrer da leitura aparecem palavras chaves como tradução intralingual e
“extralinguistica", termos que são propositadamente “plantados” na leitura justamente
para causar o desejo de conhecer o percurso teórico da formação de tradutores.
O prefácio possui ainda mais brilhantismo do que o que se percebe na introdução.
Benedetti, consegue tocar em assuntos múltiplos com a criteriosidade que o tema requer.
É de posse da invisibilidade que mais adiante descobre-se as várias faces da tradução e
o quanto importante ela se torna a medida que o tempo passa. Entende-se também que
as máquinas, mesmo com a melhor programação, jamais poderá servir de ameaça com
relação a tradução humana e detalhista a que se pode reverenciar.
A autora levanta questões cruciais sobre a autoria dos materiais traduzidos, bate
forte no ego dos tradutores e levanta-os significando a categoria. Aos menos lidos, refaz o
significado de tradução literária, bem como, as diferenças de tradução-meio e traduçãofim.
É nesse vaivém de apontamentos essenciais, que o prefácio é encerrado, lançando
luz a muitos problemas e poucas soluções. Estes, no entanto, aparecem no decorrer do
livro em forma de perguntas variadas, as quais preferiu-se priorizar nesse contexto,
tamanha é a sua relevância. As perguntas feitas na entrevista aos tradutores são: Em que
área(s) você tem atuado? Quais as peculiaridades dessa(s) área(s)? O há de comum
entre ela(s) e as outras áreas?; O tradutor e seu mercado: que tipo de público tem acesso
à sua produção? Quem lhe encomenda trabalho? As características desse mercado
influem nas suas opções de tradução ou o texto de partida é soberano? Se influírem,
como isso ocorre?; Em sua opinião, que tipo de tradutor (formação, dons pessoais etc.)
exige a tradução em geral e a tradução em sua área? Qual a função da teoria da tradução
na formação do tradutor?; O tradutor e a sociedade: como se dá a interação entre ambos?
De que modo o tradutor sente a resposta de seu público, de sua clientela?; De que modo
a globalização tem influenciado a atividade de tradução em sua área específica? De que
modo a tradução é afetada por esses fatores?; E o português? O que você pensa das
atuais medidas de proteção do idioma? Até que ponto o tradutor é responsável pelo que
acontece à língua portuguesa?; O que é erro e o que é
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