TRABALHO SOBRE LUCÍOLA

ENREDO

O livro Lucíola é a quinta obra romântica de José de Alencar e uma das únicas narradas em primeira pessoa, na qual descreve o romance vivido entre Paulo e Lúcia, uma das mais belas e elegantes prostitutas do Rio de Janeiro.

       Paulo morava em Pernambuco e veio para o Rio de Janeiro querendo conhecer a corte. Ao chegar ao Rio acaba conhecendo Lúcia, que o encanta com a sua beleza e elegância. No dia seguinte ele novamente encontra com Lúcia em sua casa e pôde aproveitar melhor o diálogo desta mulher que o encantou. Ambos se apaixonam e passam a morar juntos.

       Com o tempo Lúcia passa a sentir vergonha com relação ao seu passado e com as críticas da sociedade da época, assim decide mudar a sua personalidade e o seu caráter, procurando apenas desfrutar do amor do seu companheiro. Paulo não consegue entender a mudança de comportamento de Lúcia, mas a respeita e aceita seus ideais.

        Durante uma crise de ciúmes de Paulo, Lúcia o conta sobre seu passado, dizendo que se prostituía para comprar remédios para seus pais que estavam doentes com febre amarela, porém quando seu pai descobriu a verdadeira origem do dinheiro a expulsou de casa, e ela foi acolhida por uma amiga chamada Lúcia. Algum tempo depois Lúcia faleceu e no atestado de óbito Maria da Glória como era conhecida a prostituta Lúcia trocou o seu nome pelo da amiga. Os pais de Maria da Glória acreditavam que ela havia morrido, mas, na realidade ela havia apenas trocado de nome e passou a ser chamada por todos de Lúcia.

       Doente e muito debilitada pela doença que tomava conta do seu corpo, Lucíola no seu leito de morte declara todo o seu respeito e admiração por Paulo. Pede para ele cuidar e se casar com a sua irmã Ana que ela criava desde quando seus pais haviam falecido. Porém, ele recusa, pois a considerava como uma filha. Mas, promete criá-la como se o fosse pai até que se casasse com alguém que a fizesse feliz. Ao dizer estas últimas palavras para Paulo, Lucíola morre lentamente nos braços de seu amado.

[pic 1][pic 2][pic 3]

ANÁLISE DA OBRA

SOBRE O AUTOR

José de Alencar nasceu no Ceará em 1829, veio com sua família para o Rio de Janeiro em 1830 e com 14 anos mudou-se para São Paulo. Além de escritor, foi político, advogado e jornalista. Ele dedicava grande parte de sua vida à literatura, tornando assim, um dos maiores romancistas de nossa literatura. Além de Lucíola, possui grandes clássicos, como Cinco Minutos, O Guarani, A Viuvinha, Iracema, O gaúcho, Senhora, entre outros. Em suas obras podemos notar características da sociedade brasileira daquela época e oposições como o branco e o índio, as cidades e o sertão. 

IMPORTÂNCIA DO LIVRO

Lucíola é uma ficção urbana de Alencar publicada em 1862 e possui uma crítica da sociedade. Esta crítica se faz presente nos relatos do narrador, mas também através das atitudes e valores mostrados pelos personagens. Lucíola apresenta um rompimento da visão romântica da mulher amada, pois Lúcia não é submissa, ao contrário, é extravagante e com vontades. Porém, no final, apresenta atitudes comuns da visão romântica, e seu auge acontece na morte de Lúcia, mostrando que não há salvação para uma mulher mundana, a não ser a morte.

PERÍODO HISTÓRICO

O período histórico é a segunda metade do século XIX, em que a sociedade burguesa brasileira é cheia de costumes estabelecidos e de aparências, onde a mulher deveria ser pura e o homem ser cortês. Alencar, diferente de outros autores da época, apresenta uma visão crítica nas suas obras literárias, e por isso é atacado pelos críticos da época.

ESPAÇO

A história se passa no Rio de Janeiro, que naquela época era a capital do Império (Segundo Reinado). Ao longo do romance, existem referências a seus bairros (Santa Teresa), a suas ruas (das Mangueiras), a festas (da Glória), a teatros (Lírico) e a lojas finas (Wallerstein).

Na narrativa percebe-se também uma relação entre os lugares, o comportamento amoroso e a relação física de Paulo e Lúcia. Como por exemplo, no quarto de Lúcia, que é um local de luxúria, nenhuma vez o casal pareceu ter ficado satisfeito após a relação sexual.  Já quando eles se amaram nos jardins da casa do Dr. Sá, eles ficaram muito satisfeitos. O cenário era característico do romantismo: a natureza.

O Rio de Janeiro era o da época de D. Pedro II, com seus salões, sua burguesia, suas vitrines chiques na Rua do Ouvidor, seu vestuário, etc.