Teoria Do Letramento
Artigos Científicos: Teoria Do Letramento. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: estersoares • 12/3/2014 • 4.692 Palavras (19 Páginas) • 1.094 Visualizações
Teoria do Letramento
INTRODUÇÃO
O contato com o texto escrito é, em essência, um ato
repleto de vida, como nos faz crer a epígrafe deste texto.
Está, ou deveria estar, no cotidiano de todos, nas práticas
diárias de comunicação e nas bases do conhecimento de toda
a sociedade. Saber ler e escrever é, para o indivíduo, uma
garantia de existência política e cultural num país, que, por
sua vez, se pretenda letrado e, assim, desenvolvido.
Nesse sentido, alicerçadas na diversidade de situações
de vida e na pluralidade de circunstâncias comunicativas, em
mais de um tipo de demanda e em mais de um espaço social,
a leitura e a escrita deixam de se associar à mera habilidade de
reconhecimento e de manipulação das letras do alfabeto. São
instrumentos para se inserir na realidade, para compreendê-la
e, também, para alterá-la, como ferramentas do entendimento.
Ler e escrever não são apenas habilidades estabelecidas em
torno da decodificação; muito mais do que isso, saber ler e
escrever significa apropriar-se das diversas competências
relacionadas à cultura orientada pela palavra escrita, para,
dessa forma, atuar nessa cultura e, por decorrência, na sociedade
como um todo.
O que é letramento?
Designa-se por letramento o resultado da ação de ensinar a ler e escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita.
Surge um novo sentido para o adjetivo letrado, que significava apenas “que, ou o que é versado em letras ou literatura; literato, e que agora passa a caracterizar o indivíduo que domina a leitura, ou seja, que não só sabe ler e escrever (atributo daquele que é alfabetizado), mas também faz uso competente e freqüente da leitura e da escrita. Fala-se no letramento como ampliação do sentido de alfabetização e como prática social que favorece aos sujeitos interpretar os discursos veiculados socialmente.
Hoje em dia, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever tem se revelado uma condição insuficiente para responder adequadamente às demandas da sociedade. Há alguns anos, bastava que a pessoa soubesse assinar o nome ou até mesmo escrever um simples bilhete para que ela pudesse ser considerada alfabetizada, mas atualmente ler e escrever de forma mecânica não garante uma interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade, pois é necessário não apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados do uso da leitura e da escrita em diferentes contextos. Devido a essas circunstâncias, surgiu o termo letramento que vai além do ler e escrever, onde é necessário interagir com a leitura e a escrita dentro e fora do contexto escolar, de modo a cumprir as exigências atuais da sociedade, ou seja, a pessoa que sabe fazer uso da leitura e da escrita como prática social. Portanto, letrar é mais que alfabetizar, mas não podemos separar os dois processos em que o aluno primeiro tem contato com o ensino das técnicas da leitura e da escrita – a alfabetização, e desenvolvendo as habilidades que envolvem o uso da leitura e da escrita, ele adquire o letramento.
Nesse sentido, procuramos mostrar as idéias de alguns autores sobre esse assunto, dando-nos uma visão mais ampla do tema letramento. Acreditando servir o presente levantamento bibliográfico para enriquecer ainda mais os conhecimentos dos profissionais da área da educação no que diz respeito ao tema letramento e prática social, coletamos as informações que resultaram no trabalho que segue apresentado, onde abordaremos um histórico sobre o letramento, bem como as posições de alguns autores em relação a esse tema.
O termo letramento ;
O termo é razoavelmente novo e técnico, surgiu da palavra inglesa “literacy” (letrado) em decorrência de uma nova realidade social na qual não bastava somente saber ler e escrever, mas responder efetivamente às práticas sociais que usam a leitura e a escrita. Letrado então não é mais “só aquele que é versado em letras ou literaturas”, e sim “aquele que além de dominar a leitura e a escrita, faz uso competente e freqüente de ambas”. O letramento é um conceito enraizado na alfabetização e freqüentemente são confundidos KLEIMAN (2005, p. 11), nos diz que o letramento não é alfabetização, mas a inclui. Em outras palavras, letramento e alfabetização estão associados.
De acordo com SOARES (2004, p.90) embora correndo o risco de uma excessiva simplificação, pode-se dizer que a inserção no mundo da escrita se dá por meio da aquisição de uma tecnologia – a alfabetização, e por meio do desenvolvimento de competências (habilidades, conhecimentos e atitudes) de uso efetivo dessa tecnologia em práticas sociais que envolvam a língua escrita
– letramento.
No final dos anos 70, o livro A Psicogênese da Língua Escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, revolucionava o conhecimento sobre a alfabetização que se tinha na época. Para as autoras, a aquisição das habilidades de ler e escrever depende basicamente da relação que a criança tem desde pequena com a cultura escrita.
Segundo SOARES (2010, p.39), o surgimento de novos termos faz parte da necessidade que a sociedade tem para nomear coisas e objetos para que realmente eles existam, assim, a palavra “letramento” nasceu para caracterizar aquele que sabe fazer uso do ler e do escrever, que responde às exigências que a sociedade requer nas práticas de leitura e de escrita do cotidiano. Hoje, saber ler e escrever de forma mecânica não garante a uma pessoa a interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade, deve-se entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos.
Apesar de ser alvo de vários estudos, o conceito de letramento ainda não foi incluído em todos os dicionários, nem na linguagem da mídia, porque só recentemente conquistou admiradores no país. O letramento
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