The Lamb
Por: Dior Segrob • 4/4/2016 • Artigo • 1.375 Palavras (6 Páginas) • 318 Visualizações
Cordeirinho, quem te fez? Foi o mesmo que fez o tigre? Então...
De 1757 à 1827 viveu um grande homem, destinado a expor seus conhecimentos de uma forma inusitada para a época em que viveu. William Blake, é este o nome, foi escritor e pintor que teve proeminência, e permanece como a figura de maior destaque poético, no pré-romantismo da segunda metade de século XVIII.
Suas composições, entre o simbólico e o visionário, o religioso e o realismo, são de classificação difícil, pois antecipam o Romantismo e também o simbolismo do final do século XIX. Sua pintura, baseada em visões fantásticas muito simbólicas, tem certa influência de Michelangelo. Ele aplicou sua arte pictórica para ilustrar tanto suas próprias composições como a de outros autores. A relação que há entre os poemas e as ilustrações é complexa e exige imaginação por parte do leitor, já que se baseia mais na sensação do que o poema transmite do que em seu tema.
Wiliam Blake obteve diversas influências da época que, de forma precoce, transmitiu em suas composições, como o iluminismo, anteposto ao período, o positivismo e a revolução industrial, todavia compôs suas obras sobressaltando tudo o que se permitia na época. Ele quebrou paradigmas dogmáticos questionando a existência e a bondade de Deus, como também colocou a tona o empirismo e o inatismo.
A partir deste pressuposto, iremos analisar e identificar algumas de suas características poéticas através do poema “The Lamb”, ressaltando também a melopeia, a fanopeia e a logopeia, porém, antes, iremos expor o proposto e o “The Tyger” (que faremos algumas observações para comparar com o anterior) para que possamos evidencia-los e compara-los.
O Cordeiro
Cordeirinho, quem te fez?
Tu não sabes quem te fez?
Deu-te vida e esse relvado
Junto aos arroios do prado?
Deu-te a lã clara e macia
Do manto que delicia?
E a terna voz com que bales,
A alegrar todos os vales?
Cordeirinho, quem te fez?
Tu não sabes quem te fez?
Cordeirinho, vou dizer-te.
Cordeirinho, vou dizer-te.
Teu próprio nome o proclama,
Pois Cordeiro ele se chama.
É figura meiga e mansa,
Que também se fez criança.
Tu, cordeirinho, e eu, menino,
Temos seu nome divino.
Cordeiro, Deus te abençoe.
Cordeiro, Deus te abençoe.
O Tigre
Tigre! Tigre! tocha tesa
Na selva da noite acesa,
Que mão de imortal mestria
Traçou tua simetria?
Em que abismos ou que céus
O fogo há dos olhos teus?
Em que asa se inspira a trama
Da mão que te deu tal chama?
Que artes ou forças tamanhas
Entrançaram-te as entranhas?
E ao bater teu coração,
Pés de horror? de horror a mão?
Que malho foi? que limalha?
De teu cérebro a fornalha?
Qual bigorna? que tenazes
No terror mortal que trazes?
Quando os astros dispararam
Seus raios e os céus choraram,
Riu-se ao ver sua obra quem
Fez a ovelha e a ti também?
Tigre! Tigre! tocha tesa
Na selva da noite acesa,
Que mão de imortal mestria
Traçou tua simetria?
Agora colocaremos a obra original com as descrições métricas.
The Lamb
Little Lamb, who made thee A / - | / || / | / - /l/, /ej/, /ij/ 6 3
Dost thou know who made thee A / - | / || / | / - /ej/, /ij/ 6 3
Gave thee life, and bid thee feed, b / - | / - | / - | / /ej/, /ij/, /l/ 7 4
By the stream and o’er the mead; b / - | / - | - - | / /ij/ 7 4
Gave thee clothing of delight, c / - | / - | - - | / /ej/, /ij/, /l/, /aj/ 7 4
Softest clothing, wooly, bright; c / - | / - | / - | / /l/, /aj/ 7 4
Gave thee such a tender voice, d / - | / - | / - | / /ej/, /ij/ 7 4
Making all the vales rejoice; d / - | / - | / - | / /ej/, /l/ 7 4
Little Lamb, who made thee A / - | / || / | / - /l/, /ej/, /ij/ 6 3
Dost thou know who made thee A / - | / || / | / - /ej/, /ij/ 6 3
Little Lamb, I’ll tell thee, A / - | / || / | / - /l/, /aj/, /ij/ 6 3
Little Lamb, I’ll tell thee; A / - | / || / | / - /l/, /aj/, /ij/ 6 3
He is called by thy name, E / - | / - | - - | / /ij/, /l/, /ej/ 7 4
For He calls Himself a Lamb: F / - | / - | / - | / /ij/, /l/ 7 4
He is meek, and He is mild, g / - | / - | / - | / /ij/, /aj/ 7 4
He became a little child: g / - | / - | / - | / /ij /, /ej/, /l/, /aj/ 7 4
I a child, and thou a lamb, F / - | / - | / - | / /aj/, /l/ 7 4
We are called by his name. E / - | / - | - - | / /l/, /ej/ 7 4
Little Lamb, God bless thee, A / - | / || / | / - /l/, /ij/ 6 3
Little Lamb, God bless thee. A / - | / || / | / - /l/, /ij/ 6 3
William Blake criou om poema com métricas rígidas, e podemos perceber raríssimas variações de acentuações e ritmo. O poema tem um ritmo simples o qual podemos assemelhar com canções infantis, daquelas que hipnotizam as crianças. Há, também, um esquema de rimas perfeitas, como podemos ver acima AAbbccddAA AAEFggFEAA, em que as letras maiúsculas indicam rimas pobres e percebemos usos de figuras de linguagem, como aliterações.
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