Trabalho
Por: Talita Villas Boas • 6/4/2015 • Artigo • 2.224 Palavras (9 Páginas) • 2.232 Visualizações
Surdos oralizados são surdos congênitos ou adquiridos que utilizam qualquer língua oral para se comunicar, na modalidade oral, oro-facial, também denominada de leitura labial e/ou leitura e escrita. ...
De vez em quando, alguém me pergunta o que é um surdo oralizado. Afinal, todo mundo já ouviu falar de surdos que se comunicam por sinais (e até acham que isso é comum de todo deficiente auditivo) e de gente que ouve usando aqueles aparelhos pendurados na orelha. Por conta dessa falta de divulgação sobre o nosso grupo, dos surdos oralizados, decidi que precisava fazer um blog contando a minha experiência, o “Desculpe, não ouvi!“. Minha preocupação principal era esclarecer sobre a diversidade que existe entre as pessoas que têm essa deficiência. Atualmente, com a divulgação da Libras, muita gente fica deslumbrada com a Língua de Sinais e acha que este idioma é comum a todo deficiente auditivo. A Libras é um idioma belíssimo e reconhecido oficialmente como segundo idioma oficial do Brasil, mas ela não contempla as necessidades de todo deficiente auditivo. Essa ideia de que deficiente auditivo é sempre sinônimo de Libras ocorre muito porque, quando se aborda o tema da deficiência auditiva, rapidamente se vem à mente o estereótipo (e o termo errado) do surdo-mudo. Alguém que não fala, porque não ouve. E se não ouve, não poderia falar e, por isso a solução para se comunicar é a Libras.
Esse conteúdo foi copiado do Blog do Portal Voluntários Online: http://blog.voluntariosonline.org.br/surdos-oralizados/[pic 1] Página 4 de 27 [pic 2]
Conforme Choi et al. (2011), as configurações de mão referem-se às formas que as mãos assumem na produção dos sinais, que podem ter origem no alfabeto manual ou em outras formas.
Em LIBRAS são identificadas mais de 60 configurações de mãos veja esta tabela ilustrativa:
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Para exemplificarmos melhor observe a configuração de mão em F:
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Com esta configuração podemos realizar diferentes sinais como:
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onforme Pereira (2011), é o lugar no corpo ou no espaço em que o sinal é posicionado. Observe os sinais abaixo e seu ponto de articulação.
- Espaço neutro ou a frente do corpo
- Ancorado no corpo·
- Em frente à testa
- Em frente à boca
Conforme Honora (2010), o movimento é a deslocação da mão no espaço durante a execução do sinal. Alguns sinais possuem movimento e outros são estáticos.
Veja a seguir alguns sinais que apresentam o parâmetro movimento:
- Movimento alternado
- Movimento circular para frente
- Movimento espiral para cima
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É a direção que o sinal terá para ser executado, ou seja, é a direção do movimento existente no sinal (frente, atrás, esquerda e direita). Veja alguns exemplos:
- Para cima e para baixo
- Para frente
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m LIBRAS, todas as pessoas também ganham um sinal para representá-las, por exemplo, seu nome é Cristiane, o Surdo não irá soletrar C-R-I-S-T-I-A-N-E, todas as vezes que quiser referir-se a você ele atribui um “sinal pessoal”, este sinal pessoal é elaborado a partir de uma característica física ou de personalidade. Por exemplo: meu nome é Juliana e tenho cabelo cacheado, meu sinal é: mão em L na altura da cabeça realizando movimentos circulares.
Não se esqueça, por respeito a esta comunidade, apenas o Surdo pode atribuir um sinal pessoal para você, assim que tiver a oportunidade de conversar com um Surdo peça um sinal, este sinal será seu nome em LIBRAS, após receber seu sinal você não poderá ser modifica-lo, assim como não mudamos nosso nome.
Talvez possa acontecer que o Surdo atribua um sinal que você não goste muito, você com toda delicadeza, deverá alertá-lo sobre isso, para que ele pense em outro sinal, porém após aceitar um sinal ele será o seu nome em LIBRAS por toda a sua vida.
Neste momento vamos dar início à parte prática de nossa disciplina, com a apresentação de alguns sinais que poderão ser utilizados por você na comunicação com os Surdos. Aproveita para sinalizar junto com o vídeo apresentado, isto ajudará seu aprendizado.
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http://www.acessobrasil.org.br/libras/
- A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS define a Língua Brasileira de Sinais – Libras como a língua materna2 surdos brasileiros e, como tal, poderá ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com esta comunidade. Como língua, está composta de todos os componentes pertinentes às línguas orais, como gramática, semântica, pragmática, sintaxe e outros elementos preenchendo, assim, os requisitos científicos para ser considerado instrumento lingüístico de poder e força. Possui todos elementos classificatórios identificáveis numa língua e demanda prática para seu aprendizado, como qualquer outra língua. (...) É uma língua viva e autônoma, reconhecida pela lingüística. Segundo Sánchez (1990:17) a comunicação humana “é essencialmente diferente e superior a toda outra forma de comunicação conhecida. Todos os seres humanos nascem com os mecanismos da linguagem específicos da espécie, e todos os desenvolvem normalmente, independentes de qualquer fator racial, social ou cultural”. Uma demonstração desta afirmação se evidencia nas línguas oral-auditiva (usadas pelos ouvintes) e nas línguas viso-espacial (usadas pelos surdos). As duas modalidades de línguas são sistemas abstratos com regras gramaticais. Entretanto, da mesma forma que as línguas orais-auditivas não são iguais, variando de lugar para lugar, de comunidade para comunidade a língua Língua materna se refere aos surdos que nascem em famílias de surdos, onde a língua comum é a Libras. Já para surdos que nascem em famílias ouvintes onde não há comunicação em Libras entendemos como Língua natural. de sinais também varia. Dito de outra forma: existe a língua de sinais americana, inglesa, francesa e varias outras línguas de sinais em vários países, bem como a brasileira.A estrutura da Língua Brasileira de Sinais é constituída de parâmetros primários e secundários que se combinam de forma seqüencial ou simultânea. Segundo Brito (1995, p. 36 – 41) os parâmetros primários são: Configurações das mãos, em que as mãos tomam as diversas formas na realização de sinais. De acordo com a autora, são 46 configurações de mãos na Língua Brasileira de Sinais; Ponto de articulação, que é o “espaço em frente ao corpo ou uma região do próprio corpo, onde os sinais são articulados. Esses sinais articulados no espaço são de dois tipos, os que articulam no espaço neutro diante do corpo e os que se aproximam de uma determinada região do corpo, como a cabeça, a cintura e os ombros”; (BRITO, 1995). Movimento, que é um “parâmetro complexo que pode envolver uma vasta rede de formas e direções, desde os movimentos internos da mão, os movimentos do pulso, os movimentos direcionais no espaço até conjuntos de movimentos no mesmo sinal. O movimento que as mãos descrevem no espaço ou sobre o corpo pode ser em linhas retas, curvas, sinuosas ou circulares em várias direções e posições”. (BRITO, 1995)
- Quanto aos parâmetros secundários tem-se: Disposição das mãos, em que as “articulações dos sinais podem ser feitas apenas pela mão dominante ou pelas duas mãos. Neste último caso, as duas mãos podem se movimentar para formar o sinal, ou então, apenas a mão dominante se movimenta e a outra funciona como um ponto de articulação”; (BRITO, 1995) Orientação da palma das mãos, “é a direção da palma da mão durante o sinal: voltada para cima, para baixo, para o corpo, para frente, para a esquerda ou para a direita. Pode haver mudança na orientação durante a execução do movimento”; (BRITO, 1995) Região de contato, “refere-se à parte da mão que entra em contato com o corpo. Esse contato pode-se dar de maneiras diferentes: através de um toque, de um risco, de um deslizamento etc.” (BRITO, 1995) Expressões faciais “muitos sinais, além dos parâmetros mencionados acima, têm como elemento diferenciador também a expressão facial e/ou corporal, traduzindo sentimentos e dando mais sentido ao enunciado e em muitos casos determina o significado do sinal” (SILVA, p. 55, 2002). Ou seja,podem expressar as diferenças entre sentenças afirmativas, interrogativas, exclamativas e negativas. Antes de começarmos nossa caminhada para o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais é importantíssimo que você compreenda que esta língua não é a língua de um país mas, é a língua de um povo que se auto-denomina de
Povo Surdo3 cultural e não medicalizada, possuem uma organização política de vida em função de suas habilidades, neste caso a principal é a habilidade visual, o qgera hábitos também visuais e uma língua também visual. No entanto, a palavra – surdo – possui vários sentidos. O mais usado é
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