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Trabalho De Psicolinguística

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Por:   •  16/11/2013  •  2.024 Palavras (9 Páginas)  •  961 Visualizações

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Universidade Federal de Ouro preto

Instituto de Ciências Humanas e Sociais

DELET - Departamento de letras

Disciplina: Psicolinguística

Professor: Soélis Teixeira do Prado Mendes

Nome: Meire Lúcia Pinto e Michelle Ramos de Freitas

Trabalho do filme: “O enigma de Kaspar Hauser”

Este trabalho justifica-se pelo estudo do filme “O enigma de Kaspar Hauser” em comparação com as teorias de aquisição da linguagem analisadas na disciplina de Psicolinguística. Buscaremos elucidar fragmentos do filme que estão diretamente relacionados à concepção behaviorista, Inatista-gerativista, cognitiva construtivista e sociointeracionista.

Percebemos, no primeiro momento do filme, que Kaspar Hauser aparece acorrentado em um cativeiro e a única pessoa que mantém contato é um “homem” que lhe ensina a escrever e falar poucas palavras. Além disso, esse “homem” não é nomeado no filme, isto é, não é possível saber se ele é pai ou apenas um tutor do menino. Há um fragmento do filme que o “homem” ensina Kaspar a escrever uma determinada palavra. Logo após, pede para que ele repita a mesma palavra e caso ele faça a atividade corretamente, o dará um cavalo de presente. Esse fato pode ser relacionado à teoria behaviorista, uma vez que ela tem o intuito de estudar casos psicológicos através de eminências comportamentais. Segundo Menezes, “a aprendizagem para Skinner é fruto de condicionamento operante, ou seja, um comportamento é premiado, reforçado, até que ele seja condicionado de tal forma que ao se retirar o reforço o comportamento continue a acontecer” . A partir dessa citação, é possível dizer que o homem tentou através do estímulo provocar no aprendiz a repetição da palavra, contudo, o “homem” não obteve um resultado positivo, pois Kaspar se distraiu com outros cavalos e parou de fazer a atividade. A partir desse momento o “homem” o repreende dando-o pauladas para que Kaspar entendesse que parar de fazer a atividade não era o correto. Há também um outro momento no filme relacionado a teoria já explicitada. Esse momento é quando o “homem” ensina o menino a repetir “quero ser um cavaleiro como meu pai...” e manda Kaspar repetir por diversas vezes a mesma frase. A intenção do homem é fazer com que Kaspar saiba dizer essas palavras quando ele o deixar em Nuremberg.

Ainda de acordo com Menezes (s.d), para Skinner há seis tipos de comportamentos verbais, sendo eles, mando (ordens, regras de polidez); textual (como a leitura, cópia ou ditado); intra-verbal (ex: ditar o alfabeto); tato (contato) e audiência (o ouvinte como a condição para que o comportamento ocorra). Quanto à questão do tato, isso fica bem claro quando um soldado entrega uma vela para Kaspar e fala para ele passar a mão no fogo. O soldado e as pessoas da cidade onde Kaspar estava queriam saber se ele sentia dor e se conseguia ter consciência disso. Ele passou a mão sobre o fogo e pela primeira vez chorou após ter se queimado com a chama. Portanto, podemos dizer que essa parte do filme alude a teoria Behaviorista, pois é através do contato direto com o objeto que o ser aprenderá o que pode ou não fazer.

Ao tratar-se da teoria gerativista, como nos sugere Mazzafera (2002), Chomsky acredita que o ser humano já nasce com uma capacidade inata para adquirir uma língua, ou seja, é uma aptidão genética do ser. Aimard também diz que existe algo “inato e específico que faz com que o homem fale” , devemos considerar que essa teoria leva em conta a capacidade de raciocínio da criança, porém, não há o contato com o externo. A partir disso, percebemos no filme, que Kaspar, assim como todas as crianças, têm a capacidade de formar uma língua e expressá-la normalmente, porém lhe é negado o input “(isto é, os dados linguísticos de uma determinada língua particular)” .

De acordo com a leitura de Mioto (2013), verificamos que a competência é adquirida desde o nascimento e está envolvida com a Gramática Universal (GU). Dessa forma, com o passar do tempo ela vai se desenvolvendo a partir dos inputs que recebe.

Já a performance ou desempenho é o uso que fazemos da linguagem. A partir disso, notamos que Kaspar possui a competência linguística, assim como qualquer ser, no entanto, não tinha o desempenho, pois seus inputs não foram acionados em sua vivência.

Em contraponto às teorias anteriores, segundo La Taille et al. (1992), a teoria de Jean Piaget, cognitivista-construtivista alimenta o ideal de que o ser humano constrói estruturas, ou seja, forma conhecimento ao se interagir com o mundo físico. Além disso, Piaget acredita que a criança não desenvolve linguagem apenas com a interação social. Isso porque ela deve passar pelos estágios de maturação, isto é, o período sensório-motor, pré-operatório, operatório-concreto e operatório-formal . Essa teoria se relaciona ao filme, pois Kaspar tem contato mínimo com o mundo físico enquanto está no cativeiro. Isto é, o único objeto que possui é um cavalo de brinquedo e o seu alimento é pão e água. Ademais, acreditamos que seu período de maturação não foi cumprido no tempo certo, pois desde pequeno é mantido preso em cativeiro e afastado do convívio social. Portanto, o processo de maturação de Kaspar Hauser começou a se desenvolver a partir do momento que ele se muda para Nurembergue e convive com outras pessoas. Logo abaixo tentamos relacionar os períodos de maturação (Piaget) com o desenvolvimento de Kaspar Hauser ao longo do filme.

Segundo Piaget, no estágio sensório-mortor de 0 a 2 ano, a criança possui uma inteligência prática. Percebemos isso no filme, quando Kaspar comporta-se como um bebê, isto é, repete tudo o que os adultos falam com ele. Isso ocorre quando ele chega a Nuremberg, entrega a carta a um homem desse local e após esse homem interrogá-lo, Kaspar apenas repete as ultimas palavras que ele diz.

No outro período de maturação, pré-operatório, de 2 anos a sete anos, a criança não enxerga a realidade de forma completa, isto é, não consegue relacionar uma coisa a outra e estabelecer proporções; um exemplo disso, é quando kaspar para diante de uma torre e diz para o professor que quem a construiu só pode ser uma pessoa muito grande. Logo, percebemos que ele não faz distinção entre sonho e realidade.

Nas operações concretas, de sete anos a 12 anos, a criança começa a pensar de forma mais organizada e a manifestar sinais lógicos. De acordo com esse período de maturação, é possível dizer que Kaspar Hauser não possui uma adequação a

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