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UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA DAS RELAÇÕES ENTRE A SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE.

Por:   •  29/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.622 Palavras (11 Páginas)  •  1.817 Visualizações

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OBJETO DE PESQUISA

A presente pesquisa consiste numa tentativa de compreender de que forma o desenvolvimento social e econômico da Zona Oeste do Rio de Janeiro está vinculado às mudanças ambientais que este local vem sofrendo nos últimos anos.

Ao longo de décadas assistimos a um crescente desenvolvimento do espaço físico na Zona Oeste do Rio de Janeiro. As transformações advindas das obras da Transoeste, de novos condomínios residenciais e comerciais, obras relacionadas aos projetos visando os jogos olímpicos de 2016 são exemplos dessas transformações mais evidentes que a Zona Oeste teve em seu espaço.

A questão que será aqui apresentada não é a expansão em si, mas a maneira como ela está sendo feita e o porquê se está sendo feita. A grande questão, o problema é a expansão desordenada que leva a destruição de ambientes naturais de uma área e tal fato não se delimita apenas às favelas, mas também inclui mansões, condomínios e centros comerciais, muitas vezes luxuosos, e obras de infraestrutura no âmbito viário que invadem áreas de reserva. Não há fiscalização ou um planejamento de infraestrutura efetivo que leve em conta futuros crescimentos demográficos e seus impactos no meio ambiente.

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho teve-se como meta a análise dos impactos ambientais na Zona Oeste do Rio advindos das mudanças geográficas, estruturais e sociais ocasionadas por grandes obras, com enfoque no projeto viário do BRT (Bus Rapid Transit) Transoeste e nos investimentos para implantação de estruturas próprias para a realização de grandes eventos esportivos na área, tais como os Jogos Olímpico de 2016.

Através de pesquisas na web e utilizando-se de vários artigos, documentos e fotos históricas nela encontrados, bem como através de observações de campo, podemos facilmente identificar e delimitar todas as modificações na área urbana dos principais bairros afetados por essas grandes mudanças físicas e constatar que a priorização dos investimentos nessas áreas afeta tanto a dinâmica urbana e social como a ambiental. Observa-se também que a atenção a melhoria de problemas ambientais, tanto antigos como novos, tem sido mínima, como pouco investimento na implementação e reestruturação de sistemas de saneamento básico, resoluções dos problemas de mobilidade urbana e propagação das condições de habitação em áreas de risco ambiental.

BRT TRANSOESTE

Ao ganhar o direito de sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, a cidade do Rio de Janeiro teve a oportunidade de rever sua infraestrutura urbana e aprimora-la para melhor atender a crescente demanda de turistas, novos moradores e investimentos para a cidade. Para tanto, a importância desse evento saiu do cunho apenas esportivo e turístico e passou a ser uma maneira reestruturar toda a urbanidade carioca.

Grandes investimentos em infraestrutura urbana estão impactando a dinâmica residencial e de mobilidade dos diferentes grupos sociais da cidade. A principal questão é se tais infraestruturas são executadas levando em conta questões relativas às mudanças no quadro ambiental da cidade do Rio de Janeiro.

O crescimento da cidade para que a mesma pudesse se enquadrar à nomenclatura de “cidade global”, graças aos grandes eventos presentes na área nas últimas décadas, trouxe consigo rápidas mudanças estruturais na geográfica da cidade que muitas vezes não tiveram o devido planejamento para serem aplicadas. Dentro deste “pacote” de obras, temos como as mudanças na questão da mobilidade urbana.

Os problemas gerados pela falta de planejamento da mobilidade urbana e de infraestrutura do sistema de transporte, presentes na maioria das grandes cidades do Brasil, são visíveis, antigos e envolvem todas as classes sociais. Entre as adversidades mais comuns estão os longos congestionamentos, o stress e a depreciação da qualidade de vida em função da piora na qualidade do ar. O sistema de Transporte Rápido e de Alta Capacidade de Ônibus (Bus Rapid Transit, em inglês), que está se difundindo rapidamente pelos países em desenvolvimento como alternativa financeiramente mais viável para solucionar problemas relacionados à mobilidade urbana, foi a solução encontrada pelo governo da cidade do Rio de Janeiro para minimizar os problemas de mobilidade.

O BRT é um sistema de ônibus de alta velocidade, baseado nas cidades, no qual os ônibus circulam por faixas dedicadas exclusivamente a eles, permitindo que os ônibus circulem mais rápido pela cidade. Um estudo da EMBARQ Brasil analisou os benefícios da implementação desse sistema na cidade e concluiu que o mesmo contribui melhorando a qualidade de vida de quatro maneiras chaves: diminuindo o tempo de deslocamento, reduzindo emissões de poluentes e gases de efeito estufa, aprimorando a segurança viária e estimulando a atividade física.

Em termos ambientais, o grande ganho foi na redução da emissão de poluentes na atmosfera. Colocando os passageiros em ônibus de alta capacidade capazes de transportar 160 pessoas, o BRT diminui a quantidade de total de quilômetros percorridos por veículo em uma cidade. Menos veículos transportando a mesma quantidade de passageiros reduzem congestionamentos e trazem a oportunidade de substituir veículos mais antigos e mais poluentes. A incorporação de tecnologias de eficiência de combustível nos ônibus contribui para um consumo mais baixo de combustível e níveis menores de emissões. Dessa forma, o sistema diminui a concentração de poluição atmosférica tanto ao redor da cidade quanto dentro dos veículos. A exposição dos passageiros ao ar poluído nas estações ou dentro dos ônibus ainda é reduzida em decorrência do menor tempo de deslocamento, o que significa que, implantando sistemas BRT, as cidades têm uma grande oportunidade de diminuir a poluição local.

A grande questão é que o BRT Transoeste foi construído sem a realização do Estudo de Impacto Ambiental, em uma área de muita chuva e sem um trabalho eficiente de drenagem. Foi usado um processo engavetado há mais de 10 anos no Inea para conceder a licença de instalação, sem nenhum estudo adicional ou atualização. Foram gastos R$ 770 milhões em sua construção.

Sobre a expansão do projeto, com a extensão do BRT Transoeste do Terminal Alvorada até o Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, existe uma ação civil pública, onde o Ministério Público requer a suspensão do projeto até que seja feito um processo de licenciamento que inclua a elaboração de um Estudo de Impacto

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