Um Discurso Sobre As Ciências

A obra Um discurso sobre as ciências de Boaventura de Souza Santos, discute as ciências e uma forma geral e sua evolução com o passar dos séculos. Num primeiro momento, o autor apresenta questionamentos deixados por Rousseau, que faz perguntas simples e diretas a respeito da relação entre ciência e virtude e outras. Estas questões colocadas por Boaventura fazem com que o leitor reflita sobre o verdadeiro reflexo da ciência na sociedade.

O texto se divide em três partes: paradigma dominante, a crise do paradigma dominante e paradigma emergente. O paradigma dominante constitui-se no século XVI e se desenvolveu nos outros séculos. Nele se encontram duas formas o senso comum e as humanidades ou estudos humanísticos. O novo paradigma luta contra todas as formas de dogmatismo e autoridade. O autor coloca que ao contrário da ciência aristotélica, a ciência moderna desconfia sistematicamente das evidências da nossa experiência imediatamente. Ainda no paradigma dominante encontramos o determinismo mecanicista, que é uma forma de conhecimento que se pretende utilitário e funcional. É também o horizonte cognitivo mais adequado aos interesses da burguesia.

Quanto a crise do paradigma dominante, o autor afirma que ela é profunda e também irreversível, é um período de revolução científica. Esta crise é o resultado das condições sociais e teóricas. Einstein é descrito pelo autor por seus pensamentos sobre relatividade e simultaneidade. A crise se divide em condições dentre elas investigações e avanços dos conhecimentos.

O paradigma emergente é mostrado como o paradigma social, trazendo justificações. As distinções entre ciências naturais e sociais não têm mais sentido nem utilidade. Ela faz a integração entre homem e natureza. No paradigma emergente o conhecimento é total e também social.

Boaventura de Sousa Santos é Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Distinguished Legal Scholar da Faculdade de Direito da Universidade de Wisconsin-Madison e Global Legal Scholar da Universidade de Warwick. É igualmente Diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Diretor do Centro de Documentação 25 de Abril da mesma Universidade e Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa.

Tendo em vista as idéias repassadas a nós leitores por Boaventura, pode-se fazer uso de várias das perguntas de Rousseau colocadas no inicio do texto para uma melhor reflexão sobre o futuro do contexto social e da ciência no mundo, compreendendo as mudanças e distinções das ciências naturais e sociais.