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A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: A IMPORTÂNCIA DA SALA DE RECURSOS PARA ALUNOS COM DI NA EJA

Por:   •  28/7/2022  •  Relatório de pesquisa  •  7.115 Palavras (29 Páginas)  •  171 Visualizações

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DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: A IMPORTÂNCIA DA SALA DE RECURSOS PARA ALUNOS COM DI NA EJA

Daiana Delamare Collasso[1]

Janaina Souza da Silva[2]

Resumo: O presente artigo tem a finalidade de apresentar a importância da sala de Atendimento Educacional Especializado para alunos com deficiência intelectual na Educação de Jovens e Adultos, a partir da experiência do estágio obrigatório das pesquisadoras. O estudo teve como referência metodológica a pesquisa exploratória, a partir do estudo de caso. O mesmo foi realizado em uma escola pública municipal de ensino fundamental e EJA, onde havia alunos com DI matriculados nessa modalidade de ensino. A coleta de dados ocorreu através de questionário estruturado com foco na sala de recursos multifuncionais com profissionais que atendem alunos com DI na EJA. A pesquisa evidenciou que os alunos com deficiência intelectual que frequentam essa modalidade de ensino, são adolescentes e adultos que preferem não frequentar a sala de recursos multifuncionais, pois se sentem envergonhados com um tratamento diferenciado. Portanto, são necessárias ações que contemplem a parceria EJA e Educação Especial, para tornar a sala de recursos multifuncionais viável a todos que necessitam frequentar a mesma, pois esses educandos já carregam em sua trajetória marcas de fracasso e incapacidade, logo é necessária uma prática pedagógica adequada tanto no contexto social como educacional.

Palavras-chave: Atendimento Educacional Especializado. Deficiência Intelectual. Educação Especial. Educação de Jovens e Adultos.

  1. INTRODUÇÃO  

A educação inclusiva é o acesso à educação das pessoas que foram excluídas por anos, por diversos motivos como: etnia, gênero, idade ou deficiência. A inclusão escolar prioriza entre outros aspectos que as pessoas com deficiência devem ser respeitadas e ter suas necessidades educacionais atendidas na classe regular. Para isso ser possível as escolas foram preparadas com diversos serviços essenciais para tornar o ensino das pessoas com deficiência viável, as instituições de ensino estão compostas com salas de recursos multifuncionais, apoio pedagógico e atendimento educacional especializado.

Sendo assim, o presente trabalho tem como foco a sala de recursos multifuncionais e o Atendimento Educacional Especializado na Educação de Jovens e Adultos para alunos com Deficiência Intelectual, a partir de um estudo de caso realizado em uma escola da rede municipal de ensino. A escolha desse assunto ocorreu, após conversas com a professora de AEE que atua na EJA, onde foram relatadas algumas peculiaridades sobre os frequentadores dessa modalidade que possuem DI. O que nos instigou a pesquisar sobre o assunto.

Segundo os artigos 37 e 38 da Lei de Diretrizes e Bases ( LDB) 9394/96 fica estabelecido que o atendimento da EJA será voltado às pessoas que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade apropriada. Ainda segundo o parecer CNE/CEB n. 11/2000, fica estabelecido que “os estudantes da EJA também devem se equiparar aos que sempre tiveram acesso à escolaridade e nela puderam permanecer”.

De acordo com Haddad e Di Pierro (2005) a educação de jovens e adultos é um desafio, pois essa modalidade não está focada apenas nas pessoas que não frequentaram a escola, mas sim aqueles que cursaram alguns anos e não estão preparados para participar da sociedade ativamente.

Embora todos os grupos etários tenham, na conjuntura atual,  necessidades  de  aprendizagem  incrementadas,a  maior  parte  das  pessoas  que  busca  no  sistema  educacional  brasileiro  oportunidades  de  estudos  acelerados em horário noturno (as características da educação básica  de  jovens  e  adultos  mais  claramente  percebidas)  são  adolescentes  e  jovens  pobres  que,  após  realizar  uma  trajetória  escolar  descontínua,  marcada  por insucessos  e  desistências,  retornam  à  escola  em  busca  de  credenciais  escolares  e  de  espaços  de  aprendizagem,  sociabilidade  e  expressão  cultural.  O perfil marcadamente juvenil que a educação escolar de adultos adquiriu no Brasil na última década deve-se à combinação de fatores ligados ao mercado de trabalho (exigência de certificação escolar) e ao sistema  educativo(elevada  defasagem  na  relação  idade/série)  (DIPIERRO, 2005, p. 122)

Percebe-se uma grande demanda no número de matrículas na educação de jovens e adultos, porém observa-se uma descontinuidade de políticas e programas educacionais voltados para a EJA, onde a distribuição de recursos fica abaixo do desejado, e quase nenhum reconhecimento com as necessidades do aluno que frequenta essa modalidade, nem com os profissionais que atuam na educação de jovens e adultos. Ainda, as pesquisas brasileiras voltadas para alunos com deficiência na EJA, são insuficientes, o que torna as ações educacionais e a inclusão social deles quase inexistentes. Conforme Di Pierro (2005, p. 121) “ainda mais notável é a escassez de conhecimento sobre as pessoas com necessidades especiais (...)”.

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) apresenta em seu texto alguns métodos e processos de escolarização para as pessoas com deficiência, entre eles a sala de AEE, um serviço da educação especial, que tem a função de identificar, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, com a função de inserir o aluno com deficiência sempre considerando suas necessidades específicas.

As salas de recursos multifuncionais já existem a algum tempo em nosso país com a finalidade de realizar trabalhos da educação especial, as mesmas são compostas por equipamentos, mobiliários, materiais didáticos e pedagógicos para dar todo suporte a demanda do Atendimento Educacional Especializado. Atualmente as salas são chamadas de multifuncionais, porque foi inserido elementos ligados à acessibilidade e tecnologia.

Portanto, avaliando a proposta atual do AEE e a demanda dos alunos com deficiência da EJA, o objetivo do estudo a ser apresentado neste trabalho é verificar como se estabelece a parceria entre o Atendimento Educacional Especializado e a Educação de Jovens e Adultos em uma escola da rede municipal da cidade.

  1. DESENVOLVIMENTO

O seguinte estudo aborda a metodologia de pesquisa empírica, a partir do estudo de caso, ou seja, o estudo de uma realidade local e suas particularidades. Para Meksenas (2002,p.121) “no estudo de caso, o procedimento dos dados referentes à unidade sob a pesquisa é, convencional, qualitativo.”

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