A Educação do Campo
Por: Bill Natio • 13/4/2018 • Dissertação • 3.238 Palavras (13 Páginas) • 339 Visualizações
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
RELATÓRIO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO
CURITIBA/PR
2017
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
SILMARA DE LIMA VILELA
RELATÓRIO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO
Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Educação do Campo, conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.
Orientador: Marcelo Alvino da Silva
CURITIBA/PR
2017
RESUMO
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa realizada no Colégio Estadual do Campo Floriano Peixoto, situada no distrito de Ribeirão Bonito, a cerca de 15 quilômetros do centro do município de Grandes Rios, sendo que 90% dos alunos moram em residências rurais, tendo portanto um convívio diário com o campo. O objetivo foi refletir se esta escola, citada anteriormente busca, de acordo com sua nomenclatura, mudada para “do campo” por pouco tempo, atender as necessidades do sujeito do campo, ao mesmo tempo que respeita-o para reprodução de sua cultura e valores, ou seja, a escola “do” campo e não “no” campo. Para tanto, buscou-se por meio de teóricos como Kolling que destaca que uma educação do campo tem a finalidade de promoção ao desenvolvimento sociocultural e econômico sendo respeitadas as diferenças históricas, é preciso uma educação que contribua para a permanência e a reprodução dos homens do campo e a melhora de sua qualidade de vida. O Resumo deverá conter no mínimo 150 palavras e no máximo 250 palavras (contêm apenas 122 palavras)
Palavras-chave: Educação do campo. Preconceito. Mudança de nomenclatura. Formação de sujeitos do campo.
INTRODUÇÃO
A escola precisa formar sujeitos sociais que constituam uma verdadeira identidade com o campo, ou seja, a escola do campo necessita formar cidadãos críticos e responsáveis, como intuito de uma real transformação social, respeitando o espaço agrário e ainda, os saberes socialmente construídos pelos seus sujeitos.
De acordo com a história, o governo foi negligente com a educação do campo, relevando que não houve comprometimento do poder público em implantar um sistema educacional apropriado às necessidades do povo campestre. Somente no inicio do século XX o governo começa a se inquietar com a educação do campo, pois era necessário mudar para melhor as condições de vida do homem do campo para fixá-lo a terra, pois desta forma seria menor a sua migração para os grandes centros e evitando a baixa da produtividade, ou seja, atendendo as expectativas da oligarquia rural.
Este trabalho busca analisar uma educação do campo que tenha uma iniciativa de inclusão das práticas agrícolas no currículo da escola, ou melhor, de valorização do trabalho no campo meta educativa. Sendo que o objetivo principal é a refletir sobre uma escola voltada para acatar as necessidades essenciais aos homens do campo, respeitando-os para que reportem sua cultura e valores, ou seja, uma escola do campo e não somente uma escola no campo.
Com isso foi realizada uma pesquisa no Colégio Estadual do Campo Floriano Peixoto e constatou-se que esta instituição tornou-se do campo em 2017, recebendo, portanto, a identidade de “do campo”. Existe uma falha na atuação dos professores, bem como preconceito por parte dos alunos ao serem intitulados “do campo”. Nesta pesquisa buscou-se investigar e ao mesmo tempo encontrar soluções para a verdadeira implantação desta escola para ela não ser somente no campo, mas do campo.
Reescrever de forma mais objetiva, reduzindo a uma única página.
REVISÃO DE LITERATURA
Kolling (1999) diz que desejar uma educação voltada à realidade dos sujeitos do campo, tem como intuito promover desenvolvimento sociocultural e econômico respeitando diferenças históricas, uma educação que colabore para a continuação e a reprodução dos homens do campo e o melhoramento da qualidade de vida. Para isso não basta ter escolas no campo, é necessário arquitetar escolas do campo, escolas que tenham um Projeto Político Pedagógico ligado às causas, aos desafios, aos sonhos, à história e à cultura do trabalhador do campo.
É preciso explicar que a definição de escola do campo só tem sentido quando refletida a partir das características dos povos do campo. Essa significação está referendada, no parágrafo único do art.2º das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo:
A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes a sua realidade, ancorando-se na sua temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de Ciência e Tecnologia disponível na Sociedade e nos Movimentos Sociais em defesa de projetos que associem as soluções por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país (MEC, 2002, p.37)
A escola do campo carece corresponder a necessidade da concepção absoluto dos povos do campo. Para tanto, necessita avalizar o acesso a todos os níveis e modalidades de ensino (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial), de acordo com o artigo 6 das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, e não se reduzir aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Segundo a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica, em seu art. 28:
Na oferta da Educação Básica para a população rural, os sistemas de ensino proverão as adaptações necessárias à sua adequação, à peculiaridade da vida rural e de cada região, especialmente: conteúdos curriculares e metodologia apropriada às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural, organização escolar própria, incluindo a adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas, adequação à natureza do trabalho na zona rural”.
Em todo o processo de construção da Educação do Campo no Brasil, as Escolas do Campo tem um papel e uma responsabilidade fundamental. Por isso é preciso que haja uma ampla discussão, um sério debate e permanente aprofundamento nesta construção, sobretudo na perspectiva de elaboração de políticas públicas, com a participação dos povos do campo, para que a Escola não seja tratada de maneira isolada, mas como parte e como instrumento que possibilite um autêntico Projeto de Sociedade, onde a educação seja compreendida e concretizada na dimensão transformadora. Desta forma se constituirão Escolas verdadeiramente vinculadas à vida e à realidade dos povos do campo.
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