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A Interpretação Textual

Por:   •  3/8/2017  •  Artigo  •  2.143 Palavras (9 Páginas)  •  242 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Estudos da linguagem revela que a leitura consiste, a priori, em uma análise atenta do que está sendo comunicado, pois durante este processo ocorre o diálogo entre autor e leitor. Nesse sentido o autor do texto parte do pressuposto de que o leitor compartilha com ele, autor, alguns conhecimentos que precisam ser acionados.

Neste trabalho, abordaremos a interpretação textual e seu desenvolvimento.

Quando lemos estamos produzindo sentidos. Ampliar a noção de leitura pressupõe transformações na visão de mundo em geral, o sujeito estabelece entre os diferentes saberes aos quais tem acesso.

A língua, é resultado e base da prática, a qual, compreende a realidade e o homem, o conhecimento da realidade e sua constante modificação.

 Por meio da leitura ocorre a inserção do sujeito em um universo discursivo, aumentando qualitativamente sua capacidade crítica. Na linguagem, o homem, interage e troca experiências, compreende a realidade em que está inserido e percebe seu papel como participante da sociedade.

As práticas de leitura devem desenvolver o respeito pela criatividade do leitor, considerando suas diferenças sócio-culturais, sem violar respostas homogêneas, como se um texto tivesse apenas só uma leitura, como se os dizeres do cotidiano não acrescessem formação e reflexões críticas.

Priorizando as atividades que levam o leitor a tecer raciocínios, a elaborar inferências, a construir a coerência global do texto, a descobrir os efeitos de sentido gerados pelas escolhas lexicais e sintáticas intencionadas de alguém com “objetivos”, em dada situação.

Considera-se, então, que todo texto pertence a ideologias diversas, e a compreensão das ideologias que se marcam linguisticamente se dá pela construção de uma prática de leitura não reprodutora, mas produtora de sentidos em consideração às condições de produção dos discursos. Ao assumir uma perspectiva discursiva na reflexão sobre aquilo que se lê é necessário esclarecer que a leitura, tanto quanto a escrita, faz parte do processo de instauração dos sentidos e de que o sujeito/leitor tem sua história e é determinado ideologicamente, pois a leitura provoca múltiplos efeitos de sentidos. Quando se lê, considera-se não apenas o que está dito, mas também o que está implícito: aquilo que não está dito e que também está significando.

Os diferentes gêneros textuais são contemplados com essa abordagem de ensino, sendo que para tudo isso é preciso que fique claro que o trabalho com a leitura é incompleto dentro dos processos discursivos, o leitor é que deve preencher os espaços vazios que se apresentam, pois estes estão repletos de sentidos.

2 DESENVOLVIMENTO

“O Discurso é assim palavra em movimento,

prática de linguagem: com o estudo do

discurso observa-se o homem falando” (Eni Orlandi).

Podemos definir Interpretação Textual a começar pelo substantivo “interpretação”, oriundo do verbo interpretar, ou seja, analisar, compreender. Compreender todo e qualquer discurso levando em consideração a essência, a ideia principal, ora traduzida por meio das palavras.

Torna-se necessário que antes de tudo você compreenda que toda linguagem, seja ela qual for, possui uma finalidade, um objetivo a cumprir. Em todas essas circunstâncias se faz nítida a finalidade discursiva impressa na mensagem.  

Diante de um texto você pode começar observando o título, uma vez que esse começo pode revelar grandes pistas acerca do assunto retratado. Em seguida, a ideia principal pode estar representada já no primeiro parágrafo. Para detectá-la, não somente nesse primeiro parágrafo, mas também nos seguintes, é necessário identificar a ideia-síntese de cada um deles, sobretudo checando as palavras-chave. Assim, torna-se bem mais fácil fazer a conexão existente em cada uma dessas partes, assim mesmo, todas entrelaçadas e justapostas entre si, formando um todo lógico e coerente. Os conhecimentos relacionados aos fatos linguísticos e ao conhecimento de mundo, ou seja, as inferências que devem ser feitas diante de uma determinada expressão, de um determinado fato citado.

Um simples sinal de pontuação, como é o caso do uso de uma vírgula, pode ser decisivo para explicar o que pretende o emissor, dado o fato de tal recurso ser, muitas vezes, uma questão de estilo, de efeito a ser obtido e, sobretudo, decifrado. Também podem ser mencionados os demais sinais, as conjunções (sobretudo as adversativas), as relações de significado existente entre as palavras, enfim, muitos são os aspectos que prevalecem nesse momento.

As inferências, no discurso não se demostra claro, por trás dele há uma intertextualidade, uma alusão, há outro aspecto que exige uma habilidade necessária para fazer determinadas “conexões”, aspecto esse que somente se torna materializado mediante o conhecimento de mundo, da realidade que nos cerca, dos quais devemos sempre dispor.

Com base em todos os pressupostos aqui elencados, toda palavra, seja ela qual for, não se concebe como vã, sem significado, haja vista que possui um sentido, cabendo a você, em especial, decifrá-la em toda a sua essência.
O objetivo de apresentação das fases, é a abordagem em torno do sujeito. Na primeira fase, trata da identificação do tipo de enunciado em que o sujeito apresenta de acordo com a ideologia a que pertence, pois, todo discurso estaria submetido a regras específicas. É dessa perspectiva que se parte da ideia de assujeitamento. De acordo com Possenti (1993, p. 46), “A primeira fase é a que imagina que existe um conjunto de enunciados que compõem um discurso idêntico a si mesmo e diferente de outros no sentido de que o que está contido num discurso está excluído de outro”.

A segunda fase transformação, pois não existe um discurso uniforme, apresenta uma “mistura” de enunciados. Esta segunda fase mostra, portanto, segundo Possenti (1993, p.46) “a inexistência da unidade interna dos discursos. (...) vigora a ideia de que o sujeito é uma função e ele pode ter mais de uma”. Portanto, se evidencia que o sujeito é um ser atravessado por mais de uma formação discursiva.

A terceira fase trabalha com a ideia da heterogeneidade, isto é, “termo utilizado pela Interpretação Textual para destacar que todo discurso é atravessado pelo discurso do outro ou por outros discursos” (GLOSSÁRIO DE TERMOS DO DISCURSO, 2001, p.17).

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