A Malho e o Cinzel
Por: kaique.bode • 21/7/2023 • Dissertação • 2.274 Palavras (10 Páginas) • 102 Visualizações
À G... D... G... A... D... U...
A... R... L... S... Jardim das Acácias - 3617
Federada ao GOB e Filiada ao GOB-SP
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O Cinzel e o Malho
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Ir... Kaique Zovico, Apr... Maç...
CIM 314012
Resumo
O presente trabalho tem por finalidade explicar algumas definições e realizar uma reflexão a respeito de duas das ferramentas introduzidas no Grau Aprendiz Maçom, o Malho e o Cinzel. Entretanto, por ser este o primeiro trabalho maçônico solicitado a mim, julgo necessário introduzi-lo com uma explicação de o que é Maçonaria e o que representa o Grau de Aprendiz para esta nobre ordem, para assim poder melhor compreender o significado destas ferramentas. Em seguida o trabalho é desenvolvido com a apresentação de alguns dos conceitos simbólicos e filosóficos destas duas ferramentas sendo também apresentada uma análise pessoal sobre o maço e o cinzel. O trabalho é finalizado com uma reflexão a respeito da aplicação destas ferramentas na evolução do Aprendiz Maçom.
Introdução
A origem da Maçonaria é imprecisa, ao longo dos séculos existiram diversas ordens que se estruturaram de forma parecida com a Maçonaria. Alguns autores sugerem que se originou como uma guilda de pedreiros que conheciam a arte de construir templos, catedrais e abadias, dentre outros monumentos arquitetônicos na idade média. Estes homens eram denominados freemasons e seus canteiros de obra eram chamados de Lodges ou Alojamento. O conhecimento sobre a “Arte de Construir” era limitado aos integrantes destas ordens, denominada de Maçonaria Operativa. A estrutura hierárquica era baseada na construção do templo de Salomão, onde os operários eram divididos em 3 categorias:
1ª – Aprendiz: Aqueles que extraíam as pedras;
2ª – Companheiro: Carregadores das pedras para o local da construção;
3ª – Mestre: Os que construíam, ensinavam e inspecionavam o trabalho de construção.
Esta divisão é a base da Maçonaria Simbólica. Além dos membros ativos (aqueles iniciados) haviam os membros honorários (nobres, filósofos, cientistas e sábios) que nada tinham em comum com o ofício de pedreiro, denominados de Maçons Aceitos, e muitos destes eram ligados à antiga Fraternidade Rosa+Cruz, berço do conhecimento esotérico do Iluminismo, e à Sociedade Real de Artes e Ciências. A partir do século XVII o conhecimento sobre construção passou a ser disseminado pelas universidades e pelos Tratados de Arquitetura, ocasionando o declínio da Maçonaria Operativa. Tal fato combinado com os novos conhecimentos trazidos pelos membros honorários foi aos poucos mudando a natureza da Maçonaria de Operativa para Especulativa.
Esta nova nomenclatura indicava que a Maçonaria Operativa havia abandonado a arte da construção e seu caráter profissional, se dedicando ao trabalho especulativo. Assim surge a Maçonaria Especulativa, objetivando a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes, tornando seus membros em criaturas transfiguradas espiritualmente para o bem, elegendo sua consciência como guia e proclamando sua liberdade por meio de sentimentos nobres e ações altruísticas. A partir de sua transformação de Operativa em Especulativa, ganhou muito em nível intelectual (ideias e processos iniciáticos baseados no Hermetismo, na Bíblia, na Cabala, nos Templários, na Ordem Rosa Cruz, na Magia e na Astrologia), trazendo importantes luzes para a Nobre Ordem.
A Maçonaria Especulativa é uma sociedade iniciática extremamente simbólica, procurando transmitir seus conhecimentos, sua tradição e sua filosofia, a todos os seus Iniciados, através de Alegorias e Simbolismo.
Por definição Alegoria é a exposição de um pensamento de forma figurada, são como os véus que ocultam os verdadeiros sentidos das coisas. Simbolismo é a ciência interpretativa dos símbolos (os quais representam ou substituem alguma coisa em um determinado contexto e podem ser vistos sob três aspectos: o literal, o figurado e o oculto).
Por meio destas ferramentas a Maçonaria ensina as verdades filosóficas que divulga, não há adornos supérfluos, mas sim elementos simbólicos contendo uma mensagem que deve ser decifrada e entendida. Compreender o significado, assim como a diferença destes termos torna-se importante para absorver as mensagens luminosas transmitidas em cada ensinamento, principalmente durante o início da jornada maçônica.
O Grau de Aprendiz é um simbolismo, sendo o primeiro grau da Maçonaria Especulativa. Está presente em todos os ritos e tem sua origem na Maçonaria Operativa, na qual o Aprendiz ocupava o Grau mais inferior na escala de operários. Representa o homem no estágio infantil. É associado a outro simbolismo, a Pedra Bruta, símbolo que representa o homem rústico que precisa ser trabalhado. Alegoricamente uma pedra é ideal para um sólido alicerce, pois é sólida e resistente, e por mais valiosa que seja, em seu estado natural não pode ser bem aproveitada. A Pedra Bruta, sob o aspecto literal, não passa de um pedaço de rocha colado em um canto da Loja, mas neste sentido não haveria valor filosófico. No sentido oculto, o Aprendiz é uma Pedra Bruta que deve ser desbastada, lapidada e polida. Desta forma trata-se de uma autoconstrução, superando a ignorância, as paixões que o dominam e os sentimentos primitivos, pois quem manuseia os instrumentos para o aperfeiçoamento e a transformação da Pedra Bruta em Pedra Cúbica é o próprio Aprendiz.
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