A educação do campo
Por: Elzimeire • 2/1/2017 • Resenha • 1.494 Palavras (6 Páginas) • 2.913 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA
CURSO DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA: ESTUDOS DIVERSIFICADOS II
ELZIMEIRE SILVA COELHO
RESUMO DO DICIONÁRIO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
Imperatriz/MA
2016/2017
CALDART, Roseli Salete. Educação do Campo. In. CALDART, Roseli Salete (Org.) Dicionário da educação do campo. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, 2012. p. 259-267.
EDUCAÇÃO DO CAMPO
Educação do campo diz respeito a uma luta que envolve trabalhadores e povos em busca de políticas públicas que lhes assegurem o direito à terra e juntamente com ela a garantia a uma educação voltada para a realidade do campo para o seu povo. Nesse contexto ela configura-se uma categoria de análise da situação ou de práticas e políticas de educação dos trabalhadores do campo.
Conjecturar sobre o surgimento do conceito de educação do campo é abordar sobre as experiências e práticas advindas das lutas por direitos. Dessa forma, a educação básica do campo foi um termo cunhado em 1998 quando houve a preparação para a sua I conferência e a partir de 2002 esse termo foi modificado para educação do campo depois de discussões em um seminário nacional sobre a mesma temática em que afirmou-se que o direito à educação do campo compreende da educação infantil à universidade.
A busca pelo direito a uma educação do campo perpassa pelos processos sociais de formação de pessoas como sujeitos de seu próprio destino. Nessa luta estão incluídos o conjunto dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo, sejam os camponeses, os quilombolas, os ribeirinhos, sejam as nações indígenas, sejam os diversos tipos de assalariados vinculados à vida e ao trabalho no meio rural. Foi a partir das lutas pela transformação da realidade sócio educacional de diversas organizações ligadas ao campo que fortaleceu-se a questão da educação e o desejo por políticas públicas voltadas para este fim.
Falar de educação do campo é abordar concomitantemente sobre reforma agrária, movimentos sociais, enfrentamentos socioeconômicos e melhorias sociais. Sendo assim, os povos que batalham por terra no Brasil lutam por políticas públicas em uma sociedade de classes que acabam confrontando a lógica do mercado capitalista.
Os movimentos sociais nesse contexto sempre foram protagonistas das lutas e de um trabalho que é produzido coletivamente. Os movimentos sociais adentram nas políticas para exigirem melhorias e benefícios em forma de políticas que garantam esses direitos, mas quem luta pelos direitos neste país é considerado um dos piores sujeitos.
A educação do campo como prática social tem algumas características que a identifica como consciência de mudança que são: constitui-se como luta social pelo acesso dos trabalhadores do campo a uma educação com características específicas de suas vivências; assume a dimensão de pressão coletiva por políticas públicas mais abrangentes que garantam direitos que representem a coletividade; Combina luta pela educação com luta pela terra, pela Reforma Agrária, pelo direito ao trabalho, à cultura, à soberania alimentar, ao território; Defende a especificidade dessa luta e das práticas que ela gera, pois as questões que coloca à sociedade a propósito das necessidades particulares de seus sujeitos não se resolvem fora do terreno das contradições sociais mais amplas que as produzem; Suas práticas reconhecem e buscam trabalhar com a riqueza social e humana da diversidade de seus sujeitos; A Educação do Campo não nasceu como teoria educacional. Suas primeiras questões foram práticas; Seus sujeitos têm exercitado o direito de pensar a pedagogia desde a sua realidade específica; A escola tem sido objeto central das lutas e reflexões pedagógicas da Educação do Campo pelo que representa no desafio de formação dos trabalhadores, como mediação fundamental; A Educação do Campo busca conjugar a luta pelo acesso à educação pública com a luta contra a tutela política e pedagógica do Estado; Os educadores são considerados sujeitos fundamentais da formulação pedagógica e das transformações da escola, por isso se têm defendido a valorização do seu trabalho e uma formação específica nessa perspectiva.
A Educação do Campo projeta o futuro quando está impregnada em sua prática a intencionalidade educativa o padrão de relações sociais pelos vínculos que estabelece com novas formas de produção, outros valores e compromissos políticos. Isso ocorre justamente porque essa educação permite promovê-la a partir de uma realidade específica em que enfrentamentos e contradições sociais são constantes no meio de vida desses sujeitos.
Realizar a luta por meio da escola tem feito a diferença na vida dos camponeses, pois eles têm a ocupado nessa perspectiva como sujeitos humanos, sociais, coletivos o que faz com que incorporem a esse processo pedagógico as potencialidades e conflitos, o que requer deles uma concepção de conhecimento e de estudo que trabalhe a partir da realidade de cada um.
PERGUNTA
Como projetar uma educação do campo para o campo num contexto onde as relações são estabelecidas por uma lógica capitalista?
A educação do campo deve ser oferecida a partir de um contexto em que as características locais da população sejam levadas em conta e que sua realidade seja o ponto de partida para as ações pedagógicas realizadas. A educação deve ser um processo permanente e contínuo que proporcionem aos povos o direito à informação como forma de problematizar sua realidade. O processo de educação acontece nos diferentes espaços de atuação dos sujeitos, pois ela é gerada no próprio movimento da sociedade.
ZEN, Eduardo Luiz; FERREIRA, Ana Rita de Lima. Movimento dos atingidos por barragem. In. CALDART, Roseli Salete (Org.) Dicionário da educação do campo. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, 2012. p. 489-493.
MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGEM
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) é um movimento social brasileiro que reúne povos tradicionais, como ribeirinhos, pescadores, indígenas, quilombolas, trabalhadores rurais, camponeses proprietários de terras ou não, e populações urbanas que foram afetadas de alguma forma pela construção de barragens.
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