A individualização da criança
Por: daianafarias • 21/9/2015 • Resenha • 786 Palavras (4 Páginas) • 1.535 Visualizações
A individualização da criança
O objetivo do texto é mostrar a criança, sua educação, a maneira como ela foi vista ao longo dos séculos, e que apesar do título, essa individualização foi uma conquista difícil e demorada. A criança era vista como a perpetuação de sua linhagem, um elo que não podia ser rompido de forma alguma, não tinha subjetividade, desejos próprio, nem afetividade. Somente com o passar dos séculos esses vínculos afetivos foram criados.
O autor mostra como ocorreu estas passagens, as mudanças de comportamentos em relação a criança, a sociedade e a cultura. Durante séculos, predominou na Europa ocidental um movimento chamado de consciência naturalista, que tinha o objetivo de casar e procriar. Nada era mais grave do que a esterilidade do casal – era tamanha a importância de continuidade que romper essa corrente era uma irresponsabilidade absurda. Essa continuidade familiar era tão relevante que era muito comum dar o nome dos avós aos recém-nascidos.
A pessoa tinha um corpo, mas era como se ele pertencesse à família, como se fosse de outras pessoas, com esse corpo (público) não podia constranger ou contrariar a família, o corpo não era livre. A criança era considerada pública por ser incompleta, por precisar de outras pessoas para se alimentar e ter suas necessidades básicas supridas.
Na primeira infância, a época das aprendizagens, o pai e a mãe tinham o papel importante nessa educação: os meninos iam com os pais para o campo e as meninas geralmente ficavam com as mães e aprendiam seu futuro papel de mulher, preparavam-nos para os papeis que se esperavam deles. Reforçavam o sentimento de pertencer a uma família que estava unida para o melhor e o pior.
Antes do século XVI, a morte de um filho era uma desgraça e o casal procurava ter outros para perpetuar sua linhagem. A partir desse século começou a manifestar fortemente a vontade de sarar esses filhos, não há duvidas sobre um novo modo de olhar as crianças. John Locke, um médico da época, chama a atenção dos pais para a prevenção das doenças, ajudando a conservar a saúde e a constituição do corpo para que não fique exposto às doenças.
A nova imagem do corpo permite compreender melhor, porque a criança passar a ocupar um lugar entre as preocupações dos pais – ela agora é amada por ser ela mesma e porque trás alegrias aos dias dos pais. Essa mudança de atitude com relação a criança é uma mutação cultural, e essa evolução não se realizou em toda parte no mesmo ritmo. Surgiu na cidade também a família moderna que agora era reduzida ao casal e aos filhos – os antepassados não são tão sagrados.
A evolução do sentimento de infância não é uma constante: a amamentação ainda é feita por uma ama para que a mãe tivesse mais tempo livre e consequentemente, os laços afetivos não são estreitados.
As nova relações entre pais e filhos influenciam no comportamento dos filhos. São crianças mais espertas, madura; foi com muita sabedoria que a natureza inspirou o amor dos pais pelos filhos mas o excesso de mimos pode causar danos à educação na fase adulta. Para combater tais zelos, no século XVII uma corrente surge com o intuito de impor regras de comportamentos. Com isso, colocar o filho na escola equivale a tirar-lhe a natureza, reprimir os instintos do sujeito aos desejos. A criança precisava ser moldada e modelada, e nessa passagem de educação familiar para educação pública a Igreja e o Estado difundia dois modelos de crianças: Criança Cristo e a Criança Mística – dois modelos de infância. Na mesma época surge a criança laica para fazer oposições aos modelos anteriores e acredita que é nesse mundo que ela se realiza.
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