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Aqualtune Sociologia da Educação

Por:   •  1/12/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.173 Palavras (5 Páginas)  •  98 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PEDAGOGIA EDUCAÇÃO DO CAMPO

DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO

GRADUANDAS:

RESUMO: AQUALTUNE, A PRINCESA GUERREIRA [pic 3]

Ao iniciar o processo de conhecimento sobre a Aqualtune, o indivíduo se depara com a vaga e limitada formação dos seus conteúdos biográficos, resultado de um longo período em que a África sofreu total dominação colonial que definiram os povos africano como uma sociedade sem cultura, escrita e história própria, causando esquecimento de toda a estrutura cultural inclusive das personalidades femininas africanas que existiram de fato. Segundo Hernandez (2005, P.18) “o termo africano ganha um significado preciso, ao qual se atribui em amplos aspectos significações negativas tais como frouxo, fleumático, indolente e incapaz”. Aqualtune é uma dessas figuras que além da sua curta biografia onde não apresenta nenhuma característica da sua infância ou adolescência, não aparece mencionada em documentos escritos da sua época no Reino do Congo, sabemos que foi uma princesa congolesa, filha do rei da região de Mani-kongo que viveu no século XVII, mais não há precisão de quem foi o seu pai, talvez o rei Dom Antônio I ou o rei Garcia II (tendo como seu nome original: Nkanga a Lukeni a Nzenze a Ntumba).

Segundo informações disponibilizadas no Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT),a princesa já adulta lidera em 1665, cerca de 10 mil guerreiros congoleses, no que ficou conhecido  como “a Batalha de Mbwila", um conflito provocado pelos portugueses, interessados no comércio de escravos , Aqualtune enfrentou os inimigos do seu povo,  mais acabou perdendo o combate, a cabeça  do seu pai foi cortada e exibida em uma igreja, enquanto  ela foi capturada e presa junto com seus companheiros de batalha e levada em um navio negreiro para ser vendida como escrava no Brasil. Ao chegar em território brasileiro, especificamente pelo porto de Recife, PE, já estando grávida foi comprada como escrava reprodutora indo para o sul de Pernambuco (hoje alagoas), de lá soube da existência de mocambos do povo quilombola, organizou e comandou uma fuga coletiva com cerca de 200 pessoas rumo ao local que se formou o Quilombo dos Palmares. Os membros da organização reconheceram a experiência da princesa guerreira, valorizaram os seus conhecimentos políticos, organizacionais e estratégicos para o ambiente de batalha, gerando assim um espaço total de sua liderança permanente no desenvolvimento e defesa como um todo, sendo mencionada nas fontes escritas pelos atacantes da comunidade Palmarina por volta de 1677, em ataques das tropas do capitão Fernão Carrilho contra o Quilombo dos Palmares.  Aqualtune assumiu essa função  significativa  durante toda a vida, colaborou repassando  experiências estratégias mais também trouxe o aprimoramento da sua cultura africana, mantida de diversas formas em cada mocambo, foi mãe de importantes personagens no decorrer da luta dos negros pela liberdade, os lideres Ganga-Zumba e Gana, que futuramente  se tornaram chefes de dois dos mais destacados mocambos de Palmares, posteriormente teria dado a luz a Sabina, que seria a mãe  de zumbi, o grande líder dos Palmares. A sua morte também é desconhecida alguns relatam que ela pode ter morrido de forma natural (velhice) ou assassinada pelas expedições coloniais em alguma invasão nos quilombos.

Além do material biográfico sobre Aqualtune, outro formato de acesso a sua história é recriada inclusive no Brasil, em formas ficcionais, lendas e outras apenas recontam a trajetória tanto dela quanto de outras princesas africanas que existiram e tornaram-se parte do acervo oral do povo africano, e todo esse processo tem o objetivo de resgatar essa história da personalidade citada e a cultura africana em geral. Podemos citar como um exemplo de um material ampliado sobre esse tema a obra, “Aqualtune e as histórias da África ” tido como autora Ana Cristina Massa, o livro vai apresentar ao leitor a lenda africana da princesa Aqualtune e mostra o quanto a questão da identidade é importante para as crianças. Alice, Maria e Guilherme são as personagens principais deste livro. Mas Alice, na verdade, é um nome dado a si mesma por Aqualtune, seu nome de registro. Segundo seus pais, Aqualtune é um nome “diferente, original”, “forte, impotente”, mas para a menina era “estranho, esquisito”, sempre tinha que repetir mais de uma vez quando perguntavam, com o nome Alice não acontecia isso. O livro começa com os amigos entrando de férias e ansiosos pela viagem que farão para a fazenda que pertenceu aos avós de Maria, que fica em Alagoas. A fazenda foi um engenho na época da escravidão e logicamente, algumas partes foi senzala. Os pais de Maria querem restaurar o local e transformar em um museu para que as pessoas possam visitar e saber mais sobre o período histórico da escravidão.
Na fazenda, as crianças conhecem vó Cambinda, uma senhora quilombola que trabalha na casa da família há muitos anos e seu bisneto Kafil. Eles são personagens essenciais para o desenvolvimento do livro, uma vez que a senhora é detentora de muitas histórias e com a chegada de Aqualtune, acha que uma lenda pode estar para se cumprir, já que a menina tem o mesmo nome da princesa do Congo que foi trazida para ser escrava no Brasil.
O leitor vai acompanhando o desenvolvimento das personagens, principalmente de Alice, que quanto mais vai aprendendo sobre a história da escravidão, vai aceitando melhor seu nome verdadeiro e sentindo orgulho dele e juntamente com ela e seus amigos, o leitor vai aprendendo sobre os costumes da população quilombola, suas festas e rituais, como também um pouco da cultura e religião dos africanos, mais especificamente dos congoleses. Mesmo tendo um público-alvo bem definido, é um livro que a leitura pode ser feita por pessoas de qualquer idade, principalmente aquelas que queiram ter um primeiro contato com a história dos                       escravos.Gostei da forma como a narrativa é feita com construções breves e parágrafos curtos, de maneira bem didática,  o que faz com que seja uma leitura rápida, de fácil entendimento e indicada para ser usada como paradidático em escolas .Percebe-se que a autora fez uma extensa pesquisa para a construção do material  citado. Em relação a parte física, o projeto gráfico é muito bonito, com ilustrações que precedem cada início de capítulo, com uma imagem que remete aos tecidos africanos e são um deleite para os olhos.

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