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As bases teóricas da educação lúdica

Por:   •  12/5/2015  •  Resenha  •  2.102 Palavras (9 Páginas)  •  537 Visualizações

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As bases teóricas da educação lúdica

        Ludicidade um novo olhar para a formação do educador onde muito profissionais da área educacional a utilizam como um recurso pedagógico, pois a utilização de recursos lúdicos, como jogos e brincadeiras, auxilia a transposição dos conteúdos dos conteúdos para o mundo do educando.

Pesquisa tem apontado que, atualmente, há uma constante necessidade de a escola trabalhar conteúdos programáticos com aplicabilidade pratica, correspondendo aos anseios de um aluno que hoje é mais questionador. Assim, o professor não tem poupado esforços para buscar metodologias que sejam significativas e atendam aos interesses e as necessidades não apenas de seus alunos, mas também de todos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

A ludicidade tem como característica lidar com as emoções e por isso traz à tona sentimentos de alegria, companheirismo e cooperação, mas também evoca sentimentos de medo, ansiedade e frustação. Por isso a ludicidade é uma possibilidade pedagógica que, fortalecida pelos diferentes tipos de linguagem, como a musica, a arte, o desenho, a dramatização, a dança, entre outros, torna significativos conceitos a serem trabalhados.

Santos (1997, p. 14) afirma que, “quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade, maior será a chance de este profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa”.

A ludicidade na educação se define pelas as ações do brincar que são organizadas em três eixos: o jogo, o brinquedo e a brincadeira. Ensinar por meio da ludicidade é considerar que a brincadeira faz parte da vida do ser humano e que, por isso, traz referenciais da própria vida do sujeito.

  A função lúdica e educacional do jogo nem sempre estarão todos preparados para jogar; haverá dificuldades cognitivas, motoras, afetivas e sociais. Nessas condições, em se tratando da utilização da ludicidade como recurso pedagógico, é importante refletir sobre quais dificuldades podem ser enfrentadas quando se desenvolve algum tipo de jogo com alunos em sala de aula.

A atitude pedagógica do professor na utilização da ludicidade como recurso pedagógico envolve questões sobre as quais os temas trabalhados nas disciplinas acadêmicas e pedagógicas possibilitam a articulação entre a teoria e a pratica. Desse ponto de vista, cabe ao educador conhecer a possibilidade da utilização de diferentes recursos pedagógicos  em consonância com a orientação metodológica do seu trabalho.

A Ludicidade no desenvolvimento do ser humano e as implicações para a prática educativa. Para Vygotsky (1984), a criança pequena, com idade inferior a 3 anos, envolve-se em situações em que prevalece a exploração do objeto, e não em situações imaginarias, porque nem sempre a sua ação corresponde ao significado do brinquedo, já que por vezes ele perde sua força determinadora. Já as crianças de 4 a 6 anos representam diferentes situações, independentemente do que o objeto verdadeiramente possibilita: um toco de madeira pode ser um carrinho; um tecido enrolado pode ser um bebê, e a criança faz de conta que o faz dormir.

Kishimoto (2000, p.62), “uma ação substitui outra ação, assim como um objeto substitui outro objeto”. Brincar e uma atividade que procura representar o real e que tem propósitos que justificam os jogos.

Um dos aspectos a ser repensado na escola é o que se chama de diversidade, que aponta inicialmente as diferenças culturais, religiosas, sociais econômicas etc. Porem os professores lidam diariamente com as sutilezas da diversidade, que nesse sentido envolve a cultura e suas crenças, seus valores e seus conflitos. Assim, o brincar constitui-se em uma atividade que coloca à disposição do educador e do educando questões do cotidiano que envolve as relações sociais. O resgate da memoria da infância, suas relações familiares, a visão que a criança tem da sua própria vida  são conteúdos férteis para analise das necessidades afetivas das crianças, pois ao representar papeis ela dispõe de elementos que, se não explicam, pelo menos deixam transparentes determinados comportamentos e atitudes.

Contribuições de Vygotsky aponta também, que toda atividade lúdica da criança possui regras. A situação imaginaria  de qualquer tipo de brinquedo já contem regras que demonstram características de comportamento, mesmo que de maneira implícita. Para ele o jogo é o nível mais alto do desenvolvimento no pré-escolar e é por meio dele que a criança se move cedo, além de desenvolver o comportamento habitual na sua idade.

Ao tratar desse assunto, Vygotsky defende que a criança necessita de tempo e espaço para identificar e construir sua própria realidade e o faz por meio da pratica da fantasia. O autor sustenta que a imaginação em ação, ou brinquedo, é a primeira interação da criança no âmbito cognitivo que lhes permite ultrapassar a dimensão perceptiva motora do comportamento. Na infância, a utilização das linguagens  expressivas subjetivas dá forma às vivencias cotidianas e as transforma em pensamento, em uma construção dialética, sistematizando os processos psicológicos elementares em processos complexos. A criança, ao passar por esse processo, apropria-se da cultura, tornando-se parte dela. É a representação simbólica que possibilita a interiorização do mundo.

O lúdico como recurso pedagógico direcionado ao diagnostico do processo de aprendizagem infantil. Os estudiosos da área definem o lúdico como recurso que propicia o diagnostico do processo de aprendizagem infantil como uma maneira de o professor perceber o educando em uma perspectiva cognitiva, afetiva, psicomotora e social. Friendmann “o educador pode conhecer a realidade lúdica dos seus alunos, seus interesses e necessidades, comportamentos, conflitos e dificuldades”.

A própria LDBEN n° 9.394/1996 em seu art. 29, destaca a integração das áreas de desenvolvimento e aprendizagem quando aponta que “a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança ate seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.

“Winnicott, também defende a prática do jogo do jogo espontâneo como a verdadeira forma de expressão ao considerar que: é no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral e é somente sendo criativo que o individuo descobre seu eu”. O tempo destinado às brincadeiras livres também deve ser pensado com base na observação dos interesses, das necessidades e das características sociais, psicomotoras e cognitivas de cada grupo de crianças.

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