Atualidades em Educação e Diversidade
Por: talesviglioni • 21/10/2019 • Trabalho acadêmico • 862 Palavras (4 Páginas) • 127 Visualizações
LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO
Disciplina: | Atualidades em Educação e Diversidade | ||
Tutor: | Cristiane Regina Tozzo | RA: | 8087080 |
Aluno(a): | Tales Garcia Alvarenga Viglioni | Turma: | DGCOM1901JPAA1O |
Unidade: | 02 |
Considerações sobre o tratamento das diferenças interculturais em sala de aula
Os Mapuches são um povo indígena que ocupam o território chileno na sua parte centro-sul. Atualmente, devido a situações históricas desde as guerras contra os conquistadores espanhóis, e posteriormente, após a independência chilena, quando foram confinados em regiões chamadas “reduções”. Devido a este processo, mais da metade da população mapuche vive hoje em áreas urbanas, mas ainda com forte ligação com suas comunidades originais, e com constantes reinvindicações por demarcação de suas terras, e até com ideias separatistas.
Neste cenário, o texto “Educação Intercultural” demonstra a complexidade da integração dos alunos de origem mapuche no Chile, bem como a opinião divergente de diversos professores sobre o assunto, principalmente diante do problema de o próprio povo mapuche não querer a integração com o povo chileno.
Nos diversos discursos expostos no texto, percebe-se sempre uma divisão entre “nós” e “eles”, entre o “povo chileno” e o “povo mapuche”. Além disso, fica claro que as formas descritas para a integração entre as culturas dos dois povos não se mostram eficazes.
A forma como as diferenças interculturais são tratadas em sala de aula, além de ineficazes, acentuam o distanciamento cultural entre os alunos, e consequentemente entre os povos.
Se transportarmos esta situação para o Brasil, constataremos que o ocorre o mesmo tipo de problema. Os vários povos que formam o povo brasileiro como um todo muitas vezes tratam uns aos outros com a distância de quem não se reconhece como um único povo.
Na grande maioria das escolas, são instituídas datas para divulgação de culturas indígenas, culturas negras, culturas orientais ou europeias (em algumas regiões do país), e afora estes períodos, o assunto raramente é abordado.
Para os alunos este movimento esporádico acaba não surtindo o efeito esperado de se respeitar e de se conviver com as diferentes culturas e costumes.
É necessário que o tema, diferenças interculturais, comece a ser abordado com uma visão integradora, de modo que ele seja vivenciado de fato. A realidade é que não devemos tratar culturas como diferentes, mas fazer com que o aluno entenda que a cultura nacional é uma só, e que ao invés de diferenças culturais, ela possui características multiculturais.
Não há que se tratar a cultura indígena, por exemplo, como uma cultura diferente da cultura nacional, disponibilizando uma semana (ou poucos dias) por ano, para falar sobre ela. A mesma coisa acontece com a cultura negra e com outras culturas que fazem parte da identidade nacional. Este tipo de “separação” de um curto período para tratar culturas “diferentes”, reforça a crença que existe uma cultura dominante, e que todas estas outras culturas tem apenas um pequeno espaço na sociedade.
O ideal é que se integralize uma cultura nacional em que se construa uma identidade nacional que vai muito além da identidade cultural. Gaúchos, nordestinos, índios, negros, mineiros, descendentes de asiáticos ou de europeus, formam o que deveríamos denominar de “etinia” brasileira, cada um com costumes diferentes, sotaques diferentes, mas todos com a mentalidade de um só povo, em um só território, falando uma só língua oficial (ainda que algumas outras línguas indígenas existam também).
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