EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL E OS PROBLEMAS SOCIAIS
Por: Nilvani • 12/6/2016 • Tese • 2.090 Palavras (9 Páginas) • 282 Visualizações
2.1. A EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL E OS PROBLEMAS SOCIAIS
Para a realização deste trabalho o grupo visitou o Projeto Âncora, cuja sede está situada na altura do km 21 da Raposo Tavares, precisamente na Estrada Municipal do Espigão, 1239 - Jd. Rebelato - Cotia - SP. Esta instituição
que nos serviu como campo de pesquisa teórico-prática, faz parte do terceiro setor denominada ONG, (Organização Não Governamental), que presta serviços de caráter público sem fins lucrativos
Para uma melhor compreensão da educação não formal oferecida em grande parte pelas ONGs, julgamos melhor contextualizá-la a partir de uma breve explicação histórica em relação ao conceito e o surgimento das ONGs no Brasil.
Segundo Barbosa (2004), as organizações não governamentais são entidades de natureza privada (não pública) sem fins lucrativos e juridicamente fazem parte das associações ou fundações. Essas denominações podem pleitear a obtenção de títulos ou qualificações, estes titulos são: Utilidade pública, qualificação como organização da sociedade civil de interesse público, porém, juridicamente a característica básica da entidade é ser associação ou fundação.
O Codigo Civil apud Barbosa (2004) define associação nos termos: Art. 53. Costituem-se as associaçãoes pela união de pessoas que se organizam para fins não economicos.
O site Wikipédia define as ONGs como:
um grupo social organizado, sem fins lucrativos, caracterizado por ações de solidariedade no campo das políticas públicas e pelo legítimo exercício de pressões políticas em proveito de populações excluídas das condições da cidadania. Estas organizações podem ainda complementares o trabalho do Estado, realizando ações onde ele não consegue chegar, podendo receber financiamentos e doações do mesmo e também de entidades privadas, para tal fim.
Conforme Moura (1994, apud Gohn 1970), as ONGs surgiram no Brasil desde a época da colonia, referindo-se aos trabalhos caritativos prestados pelos religiosos, porém neste periodo a Igreja e o Estado não eram sepados por lei, portanto, de difícil comparação com o perfil das ONGs atuais.
Segundo Gohn (1997), a expressão ONG surgiu desde
a decada de 1940, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), entendida como entidades não-oficiais, que podem receber ajuda financeira dos orgãos públicos para realizarem projetos com punho social.
Barbosa (2004) menciona que o setor sem fins lucrativos, cresceu notavelmente nas três últimas decadas em todo o mundo. Nos anos 90 o Brasil ficou marcado por esta expansão. Somente em São Paulo foram registradas mais de mil entidades por ano. Entre essas ONGs que surgiram nesta década destacamos o projeto Âncora que foi escolhido por nós para a realização deste trabalho.
O Projeto Âncora presta serviços à comunidade desde maio de 1995, e o compromisso assumido foi o desafio de transformar a realidade do dia a dia desta comunidade no meio em que ela estava inserida. Para tanto, o fundador da ONG, Sr. Walter Steurer, juntamente com sua esposa a Sra. Regina Celi de Alb. M. Steurer apostaram “na construção de um futuro, no qual crianças, adolescentes, jovens e idosos serão, antes de tudo, cidadãos conscientes e comprometidos com um Brasil mais justo e promissor”.
Segundo a coordenadora geral Sra. Edilene, a entidade atende cerca de 600 pessoas entre crianças, adolescentes, jovens e adultos, oferecendo atividades que desenvolvem potenciais, complemento aos estudos e os capacitam por meios dos cursos profissionalizantes.
Ressaltamos que averiguamos o trabalho da ONG, comparecendo em diversas atividades desenvolvidas pelo Centro de Educação Infantil (CEI), Centro de Educação Complementar (CEC) e do Centro de Educação para o Trabalho (CET). Participamos de apresentações no circo-teatro-escola, de aulas no atelier de mosaico, inglês e informática oferecida pelo CET. Também, marcamos presença no espaço físico da entidade no período de uma semana, com o intuito de compreender as demais propostas educativas e socioculturais desenvolvidas em prol dos beneficiados
Portanto, com base em estudos bibliográficos dos documentos fornecidos pela entidade, da pesquisa de campo e experiência concreta na área de educação não-formal em ONGs por meio de uma das integrantes do grupo, estamos convictas que a educação não-formal vincula-se significativamente com os problemas sociais emergentes na sociedade, como também constatamos que a instituição está vinculada com os problemas sociais e locais, através de ações concretas realizadas na comunidade.
Algumas vezes lemos em jornais, internet e vemos e ouvimos na TV casos de ONGs que são abertas com o intuito de ajudar nas questões sociais e ou ambientais, mas por trás disso existe desvio de dinheiro, deixando a desejar a missão pela qual esta foi aberta.
Destacamos o Projeto Âncora como uma entidade que representa um pouco de esperança na vida do indivíduo, pelos projetos e ações concretas que realiza, como é o caso da cooperativa de mosaico em que o educando aprende, adquire uma profissão, recebe pela produção do trabalho e trabalha sua auto-estima. Portanto, a educação não-formal presente em diversos âmbitos da sociedade, vincula-se significativamente com os problemas sociais.
Reafirmamos a importância desta ONG por sua atuação direta na comunidade, independentemente se o Estado “consegue ou não chegar”, para isso, a mesma, conta com auxilio e doações não somente do Estado, mas de todas as pessoas de boa vontade, colaboradores e empresários para responder a esta demanda social. De fato, esta entidade tem realizado um trabalho que vai ao encontro dos interesses da comunidade carente, por meio de atividades socioeducacionais, culturais e profissionalizantes, as diversas oficinas oferecem ainda a possibilidade de vivência em empresas da região.
2.2. ESPAÇO/ INSTITUIÇÃO/ SUJEITOS: um estudo de caso
A fim de conhecer os espaços, bem como funcionários e suas respectivas funções em
uma instituição, realizamos uma visita na EMEF “Padre José Grossi” uma instituição escolar de educação formal, de Ensino Fundamental I que atende crianças de 6 a 11 anos, em dois períodos: matutino e vespertino.
A EMEF “Padre José Grossi” está localizada na Cidade de Osasco no bairro Jardim Conceição. O motivo de sua escolha foi por fazer parte da área observacional de estágio supervisionado obrigatório do curso de Pedagogia, de uma das integrantes do grupo.
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