ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Por: Fatimaluz • 8/5/2022 • Dissertação • 802 Palavras (4 Páginas) • 156 Visualizações
ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Avaliação à Distância 2 (AD2)
Estagiário(a)Maria de Fátima Luz Alves Matrícula:19212080486
Curso: Licenciatura em Pedagogia
Polo CEDERJ:
Tutor(a) presencial: Marlisa Garcia
A diversidade dos sujeitos da Educação de Pessoas Jovens, Adultas e Idosas
Em se tratando dos sujeitos constituintes do universo da Educação de Jovens e Adultos, pontua-se que não é possível rotulá-los apenas como adultos que não foram escolarizados na idade certa, mas é preciso olhar além e compreender que existe uma pluralidade de histórias e modos de vida. Assim, como visto no vídeo “EJA: Seus atores e Histórias” disponível para essa avaliação, pode-se dizer que é um grupo heterogêneo em idade, sexo, conhecimentos, necessidades, interesses e objetivos e que por diversos motivos relegaram sua escolarização, fomentado a desigualdade e a exclusão social.
Nesse sentido, os alunos de EJA comumente são vistos com muito preconceito e tidos como indivíduos que simplesmente estão defasados na escolaridade. Contudo, esses sujeitos não devem ser vistos apenas como as “Marias” e os “Antônios” iletrados, mas como pessoas que deixaram de frequentar a escola por muitos motivos ou geralmente porque a fome e a miséria os conduziram cedo ao mundo do trabalho, levando-os para longe dos bancos da escola. São eles boias frias, artesãos, empregados domésticos, donas de casa, camelôs, trabalhadores da construção civil, da limpeza, pescadores, trabalhadores rurais, idosos em casas de repouso, pessoas livres ou aquelas privadas de liberdade, enfim, pessoas reais, com histórias reais e dos mais diversos segmentos.
Assim, observa-se que os alunos de EJA são indivíduos que fazem parte das camadas mais pobres da população - independentemente do sexo e idade - e o afastamento da escola foi causado em consequência de condições sociais, econômicas e culturais, que acabaram influenciando em seu processo de escolarização e demostrando que essa modalidade é composta por pessoas pobres, em grande parte negros e pardos, jovens, velhos, mulheres, homens e vários outros tipos de pessoas, que tem em comum muitas das vezes apenas uma vida de dificuldades e renúncias.
Nessa perspectiva, o curta metragem Vida Maria, exemplifica - com muita propriedade - a realidade que permeia o universo dos sujeitos de EJA nas regiões mais pobres do país. Nele, é possível ver pessoas que, por conta das mazelas sociais e econômicas que vivenciam, acabam reproduzindo aquilo que aprenderam como útil para a sobrevivência: trabalho infantil, casamentos precoces e a consequente falta de perspectivas de vida, principalmente para as mulheres. Assim, a vontade de estudar é subjugada por necessidades que entendem como mais urgentes, perpetuando o quadro de analfabetos absolutos e funcionais, o que corrobora com dados que demonstram que 29,8% da população com 15 anos ou mais da zona rural é analfabeta e no Nordeste o índice foi de 42,7% em 2000 (FURTADO, 2000 apud ANDRADE, 2004).
Soma-se a isso o fato de que, o que antes era visto como uma modalidade para pessoas mais velhas ou mesmo idosas, a EJA hoje comporta um grande número de jovens entre 15 e 24 anos e que estão excluídos da escola por motivos que vão desde o trabalho infantil, gravidez na adolescência, inserção precoce no mundo do crime e outras mais que ocasionam o abandono da escola cada vez mais cedo. Aliás, esse último é responsável por mais uma parcela que carece de atenção, que é a população prisional, onde cerca de 12% são analfabetos. Além desses, existem diversas outras especificidades dos sujeitos de EJA, como as populações indígenas, quilombolas, imigrantes, sem terras, pessoas que sofreram variadas forma de violência e as portadoras de deficiências, por exemplo.
...