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Língua Portuguesa na Educação

Por:   •  3/2/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.281 Palavras (6 Páginas)  •  299 Visualizações

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Curso de Pedagogia para as Séries iniciais do Ensino Fundamental

Avaliação a Distância 1 – AGOSTO/ 2015

Disciplina: Língua Portuguesa 2

Coordenadora: Cláudia Andrade

Questão 1 (4 pontos: a)2 pontos; b) 2 pontos)

Em uma reunião de planejamento, duas professoras estavam discutindo exercícios de interpretação sobre a fábula "A raposa e as uvas" para uma turma do 3o ano de escolaridade. Leia o texto e analise as propostas das professoras:

Professora 1

Responda:

1. O que a raposa queria?

2. Como era a parreira?

Faça um desenho.

Professora 2

1. O texto "A raposa e as uvas" é uma fábula. Que outras fábulas você conhece?

2. Como você explica a atitude da raposa?

3. Reescreva a moral da fábula com suas palavras.

4. Você conhece alguma situação parecida com a da raposa? Escreva a situação para contar aos seus amigos.

Imagem

Refletindo sobre as duas propostas, indique qual delas privilegia, na avaliação, o diálogo e a compreensão responsiva. Justifique sua resposta, dissertando sobre os conceitos apontados.

A Professora 2 privilegia o diálogo e a compreensão responsiva na avaliação pois as atividades propostas permitem que o aluno relacione o texto com seus conhecimentos prévios e com situações cotidianas vivenciadas por ele, ao invés de apenas localizar informações explícitas. Nessa situação os atos de linguagem assumem um caráter social que pressupõe a ideia da compreensão como um diálogo, no qual os sentidos são firmados, reafirmados, contrapostos, desmentidos.

Segundo Bakhtin (2003), a compreensão gera o pensamento em outro contexto e leva à recriação do objetivo compreendido; essa recriação, por sua vez, altera o sentido do objeto. Assim, para ele, compreender é repensar, realocar a atividade-alvo sobre a qual se está refletindo. A vida, para Bakhtin, é dialógica por natureza, sendo o dialogismo o princípio que constitui a linguagem e a condição de sentido no discurso. Assim sendo, a leitura de um texto se estabelece como um processo de construção de sentidos

O conceito de compreensão como “resposta a um signo” encontra-se vinculado à noção, elencada em Marxismo e filosofia da linguagem: “O processo de descodificação (compreensão) não deve, em nenhum caso, ser confundido com o processo de identificação. Trata-se de dois processos profundamente distintos. O signo é descodificado; só o sinal é identificado” (Bakhtin/Volochinov, 1999, p. 93). De acordo com os autores, compreender é descodificar. Desse modo, se, no decorrer da prática leitora, o leitor restringir-se à mera identificação, isto é, ao reconhecimento e não à compreensão, as formas linguísticas (as letras, as sílabas, as palavras e as frases) permanecem como sinais imutáveis; se essas formas são absorvidas e atualizadas pelo contexto interativo, ganham o caráter de novidade e elevam-se à qualidade de signo, dando origem ao processo de descodificação. A palavra não pode existir apenas como sinal, porque se for apenas sinal, não é palavra, pois a “pura sinalidade não existe” (Bakhtin/Volochinov, 1999, p. 94)

Nessa perspectiva, convém destacar que “descodificação”, na ótica bakhtiniana, não se confunde com “decodificação”. Decodificar é um modo de reconhecimento do código escrito e sua relação com o significado objetivado no texto, enquanto que o ato de descodificar pressupõe que o leitor leve em consideração a enunciação particular, portanto os valores sociais e as significações ideológicas da interação em curso.

Identificar e trabalhar as diversas expressões responsivas do aluno-leitor é o ponto de partida para que o professor possa redimensionar o trabalho com a compreensão leitora em sala de aula.

Comente as consequências negativas para o ensino de língua da abordagem que, enfatizando as estruturas da língua, põe de lado a possibilidade de o aluno privilegiar o diálogo com o texto. Em seu comentário, disserte sobre a diferença entre as abordagens estruturalista e dialógica.

O estruturalismo firmou-se como corrente teórica dominante nas ciências humanas, principalmente a partir da década de 1930, servindo a várias ciências.

Na Linguística, o estruturalismo teve diversas formas que ainda continuam sendo desenvolvidas nos dias atuais influenciando o ensino de língua. Algumas dessas influências, como aquelas advindas de certas variantes da corrente conhecida como funcionalismo, mostram-se produtivas para a organização de conteúdo e elaboração de material didático.

No ensino da Língua Portuguesa, o trabalho segundo a abordagem estruturalista geralmente desassocia a língua das pessoas e de um contexto social, distanciando da prática pedagógica a chance de colaborar para a formação do aluno cidadão.

O modo mais produtivo de se aprender o sistema de uma língua é por meio do uso dos gêneros discursivos (orais e escritos), isto é, oportunizar que a compreensão da natureza das unidades da língua aconteça em situações reais de comunicação, partindo de condições sociais específicas.

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