O papel do educador na integração de estudantes jovens e adultos na função social da escola
Projeto de pesquisa: O papel do educador na integração de estudantes jovens e adultos na função social da escola. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 6/11/2014 • Projeto de pesquisa • 1.147 Palavras (5 Páginas) • 712 Visualizações
O PAPEL DO EDUCADOR NA INCLUSÃO DOS ALUNOS JOVENS E ADULTOS NA FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
Carmem Geysa
Prof. Orientador
Instituto de Ensino Teológico - IET
Curso de Pedagogia
12/12/13
RESUMO
A Educação de Jovens e Adultos concentra-se uma história muito diferente da história da educação básica. Observando essa realidade percebemos menos interesses consensuais que na educação infantil e do adolescente, apesar de tratar-se de jovens e adultos que já atuam na construção da sociedade, pois na sua maioria são trabalhadores de baixa renda, subempregados, oprimidos e excluídos dos bens das cidades. Partindo desse pressuposto esse referido trabalho tem como objetivo principal levantar a questão da inclusão dos alunos jovens e adultos na função social que a escola, pois, sabemos que essa clientela acaba sendo renegada de seus direitos pela idade, pela falta de tempo e por diversos outros motivos, sendo assim renegados ou marginalizados no processo de ensino-aprendizagem. O método utilizado é da pesquisa bibliográfica e o da observação em loco.
Palavras-chave: inclusão, jovens, adultos, social, educador.
INTRODUÇÃO
É de ciência de todos e está na Carta Maior brasileira que educação é competência da União, dos Estados e municípios e que os mesmos devem proporcionar os meios de acesso e que a educação, é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O estado garante a educação básica para jovens e adultos através da EJA (Educação de Jovens e Adultos) que corresponde ao processo de formação humana
DESENOLVIMENTO
Sabemos que não podemos esquecer que o lugar social, político, cultural pretendido pelos alunos jovens e adultos como sujeitos coletivos na diversidade de seus movimentos sociais, bem como o pensamento pedagógico progressista, tem inspirado concepções e práticas na Educação de Jovens e Adultos que são extremamente avançadas, criativas e promissoras nessas últimas décadas.
Esta história teve como principal referência o educador Paulo Freire dando um novo paradigma pedagógico a esta educação. E nessa concepção Freire (1989, p. 72) afirmou que:
A alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas para ler e escrever. [...] Com efeito, ela é o domínio dessas técnicas e termos conscientes. É entender o que se lê e escrever o que se entende, isso implica uma auto-formação da qual pode resultar uma postura atuante do homem sobre seu contexto.
Por conseguinte, o papel do educador consiste em auxiliar o jovem e adulto nas conquistas dessas técnicas, pois o mesmo já tem uma visão de mundo ampla, com seu objetivo naquilo que ele quer aprender e para quê.
Para tanto, o educador precisa abrir espaço para o diálogo, onde poderá encontrar situações concretas para se alfabetizarem. Vale dizer que o homem, como sujeito e não como objeto de sua educação, tem um compromisso com sua realidade e nela deve intervir cada vez mais.
Entretanto, não se podem ignorar as causas provocadoras dessa realidade, tendo como fator agravante os desníveis sociais, ao que se acrescentam outros tipos de exclusão ainda como, por exemplo: econômica e política.
Conforme assinala Libâneo (1994, p.18):
Na sociedade brasileira atual, a estrutura social se apresenta dividida em classes e grupos sociais com interesses distintos e antagônicos; esse fato repercute tanto na organização econômica e política quanto na prática educativa.
Essa situação exige dos trabalhadores mais desenvolvimento econômico, ou seja, uma educação que os prepare para assumir com maior autonomia a versatilidade em novos papeis que lhes são propostos.
O interesse é uma variável que interfere na aprendizagem do educando, pois nota-se que é de grande importância em suas tarefas cotidianas. Quando as pessoas se interessam por um determinado assunto, tendem a aprendê-lo mais rápido e profundamente.
Segundo Oliveira e Chadwick (2002, p. 53), “o interesse naquilo que se conhece ocorre porque focaliza melhor sua atenção e porque desenvolve mais elementos nas estruturas mentais existentes no cérebro, com as quais relacionam as novas informações”.
Apesar da ocupação dos jovem-adultos em aprender conteúdos básicos para o seu desenvolvimento, o papel do professor deve ser de igual modo, porque lhes cabe dirigir a atenção e o interesse dos alunos para conteúdos específicos de aprendizagem, pois quando o mesmo demonstra interesse e entusiasmo por uma determinada matéria da qual leciona, os alunos aprendem mais e com mais facilidade.
Conforme explicitou Oliveira e Chadwick (2002, p.53):
[...] há diversas circunstâncias que o professor pode influenciar o interesse dos alunos. Primeiramente consiste em descobri quais são os interesses dos alunos. Isso não é difícil; e a outra, que os professores ficam tão absorvidos em “dar o programa” que esquecem de observar os interesses dos mesmos.
Ao trabalhar com jovens e adultos o educador deve mudar o foco para o desenvolvimento de competências e habilidades, implicando em mudanças de postura da escola, um trabalho pedagógico interdisciplinar em que se definam as responsabilidades de cada professor nesta tarefa. Apesar de saber das dificuldades, não devemos desalentar, pelo contrário, isso representa o desafio de contribuir para uma mudança significativa na prática didática da escola.
Deve-se ver a habilidade como objetos de ensino e reflexão e para isso o professor precisa ter competência, ou seja, conhecimentos teóricos sobre a disciplina da qual leciona e ter a humildade de buscar subsídios que possa atender ao aluno, conseguindo também na sala de aula um clima agradável, respeitoso, descontraído, amigável e de estudo.
Nessa sequência de ideias, Luckesi (1999, p.106) aborda que “o ser humano é um ser que avalia. Em todos os instantes de sua vida – dos mais simples aos mais complexos – ele está tomando posição, manifestando-se como não neutro”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto é necessário que cada professor se sinta responsável pela formação global do seu aluno e não por um único aspecto, informativo, relacionado à sua área específica de atuação com as demais áreas do conhecimento para que em equipe alcance as metas do trabalho pedagógico desenvolvido por todos os educadores.
Espero contribuir para a educação do jovem e adulto, pois sabemos que o maior motivo da procura da escola é a necessidade de fixação de sua identidade como ser humano e ser social. Entretanto, é imprescindível que cada um de nós, educadores, assumamos o nosso papel na reconstrução desse caminho marcado em nossa sociedade com uma enorme cicatriz de desigualdade. E a maior dificuldade para o aprendizado muitas vezes se refere à falta de motivação do aluno devido à falta de tempo dedicado ao estudo e a outra no que refere à prática pedagógica que muitas vezes é desenvolvida sem levar em conta a realidade do aluno.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal,1988.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (LDB). Lei nº. 9394/96 Brasília, 1996.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1999.
OLIVEIRA, João Batista Araújo; CHADWICK, Clifton. Aprender e ensinar. 4.ed. São Paulo: Global, 2002.
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