Portfólio Ciclo Fundamentos e Métodos de ensino da Língua Portuguesa e Matemática
Por: caiovilarr • 6/6/2021 • Trabalho acadêmico • 1.570 Palavras (7 Páginas) • 528 Visualizações
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CLARETIANO – REDE DE EDUCAÇÃO
CAIO VILAR RIBEIRO 8043389
FUNDAMENTOS E MÉTODOS DE ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA
PORTFÓLIO - CICLO 2
BRASÍLIA (TAGUATINGA-DF) 2021
INTRODUÇÃO
As formas tradicionais de ensino, no que se refere a alfabetização inicial consistem num método no qual o professor é o sujeito o qual transmite o conteúdo para o aluno, que naturalmente se torna um espectador passivo, um mero receptor, pois dessa forma não integra de fato o processo de ensino-aprendizagem, pois não participa da construção do conhecimento.
Porém, grande parte dos professores não está capacitado para compreender algumas dificuldades que a criança enfrenta antes de entender o verdadeiro sentido da leitura e escrita. Na aprendizagem inicial as práticas utilizadas são, muitas vezes, baseadas na junção de silabas simples, memorização de sons decifração e cópia.
Podemos compreender que a depender do seu nível de desenvolvimento, a criança na fase da educação infantil, adquire habilidades psicomotoras e cognitivas, para isso a escola tem a função primordial de oferecer condições e instrumentos adequados.
O desenvolvimento dessas habilidades está estreitamente ligado a escrita, conforme vai expandindo o aprendizado, de forma gradativa a criança adquire a prática a que se propôs seu desenvolvimento.
Segundo Tfouni (2006) a escrita se associa ao desenvolvimento social e cognitivo das crianças que ao processo em que são alfabetizadas fazem uso da leitura e a escrita para a representação das práticas que compõem seu meio.
Dessa forma, a escrita se dá como estágio substancial da aquisição de estratégias para a compreensão de um código linguístico, concomitantemente com a aquisição de conhecimentos de mundo.
A Psicogênese da Língua Escrita é uma das obras trabalhadas no curso de Pedagogia que mais fornece subsídios para o futuro profissional do professor alfabetizador, uma vez que, tornou-se possível contribuir para as discussões em sala de aula com a análise entre a realidade e a prática.
Para Ferreiro (1996) a leitura e escrita são sistemas construídos paulatinamente. As primeiras escritas feitas pelos educandos no início da aprendizagem devem ser consideradas como produções de grande valor, porque de alguma forma os seus esforços foram colocados nos papéis para representar algo.
Os elementos necessários para a organização e planejamento do trabalho pedagógico de alfabetização, são: o mapeamento e o acompanhamento dos alunos no processo de apropriação do SEA; a formação dos agrupamentos produtivos de alunos na sala de aula de alfabetização; o planejamento da rotina de alfabetização e letramento.
Por fim, a discussão do conceito de consciência fonológica, assim como os princípios básicos linguísticos relacionados aos mecanismos de consciência fonológica na etapa de apropriação do sistema de escrita alfabética (SEA) serão trabalhados, também, com a compreensão das habilidades fonológicas, essenciais para a criança avançar em suas hipóteses sobre o sistema alfabético e a relevância da reflexão metalinguística para potencializar esse processo.
DESENVOLVIMENTO
Segundo Ferreiro (1996, p.24) “O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças.”.
A partir da necessidade de compreender a relação da criança com o mundo da escrita, foi que se deu início a trajetória do processo da alfabetização escolar no Brasil, seu desenvolvimento e metodologias. Desde então os linguistas se debruçaram neste objeto, a fim de esclarecer os fracassos escolares iniciais na aprendizagem da escrita e a procura de métodos inovadores para contribuir com o processo de aquisição da escrita da criança.
Ferreiro (1999, p.47) afirma que “a alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos anterior a escola é que não termina ao finalizar a escola primária”.
Inicialmente, é essencial apreender os significados da palavra alfabetização, aqui compreendida como o processo de aprendizado do alfabeto, que se dá progressivamente e de sua utilização como forma de comunicação, sendo o indivíduo capaz de codificar, ler e interpretar.
Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas começaram a alfabetizar muito antes, através da possibilidade de entrar em contato, de interagir com a língua escrita. Há outras crianças que necessitam da escola para apropriar-se da escrita. (Ferreiro, 1999, p.23)
De acordo com Soares (2004, p. 26) o surgimento da palavra alfabetização se deu quando “foi introduzida há pouco menos de duas décadas nas ciências linguísticas, e surgiu da necessidade de configurar e nomear os comportamentos e práticas sociais referentes à leitura e a escrita que ultrapassa o domínio do sistema alfabético e ortográfico”.
Ferreiro e Teberosky (1999) foram grandes contribuidoras para a evolução do estudo da escrita, desenvolveram a teoria da psicogênese da língua escrita das crianças, onde as autoras mostram em sua obra como as crianças constroem diferentes hipóteses sobre a escrita até compreender o processo de alfabetização. A partir do estudo de Ferreiro e Teberosky (1999) foi possível compreender os níveis de evolução da escrita da criança.
É de suma importância que o educador alfabetizador possua conhecimento sobre o nível que a criança se encontra a fim de poder participar ativamente desse processo e levar a criança a considerar suas hipóteses.
Essa aprendizagem segue um processo que podemos descrever com Weisz, como:
[a criança] começa diferenciando o sistema de representação escrita do sistema de representação do desenho. Tenta várias abordagens globais (hipótese pré-silábica), numa busca consistente da lógica do sistema, até descobrir - o que implica uma mudança violenta de critérios - que a escrita não representa o objeto a que se refere e sim o desenho sonoro do seu nome. Neste momento costuma aparecer uma hipótese conceitual que atribui a cada letra escrita uma sílaba oral. Esta hipótese (hipótese silábica) gera inúmeros conflitos cognitivos, tanto com as informações que recebe do mundo, como com as hipóteses de quantidade e variedade mínima de caracteres construída pela criança. (WEISZ, 1990, p. 73).
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