Produção do Ensaio

Produção do ensaio

Independentemente do nível, o ensino precisa aprimora-se, modificando seus olhares para as atividades realizadas pelos sujeitos dentro e fora da escola, tendo em vista o objetivo de proporcionar a estes sujeitos melhores usos da linguagem em textos orais e escritos que circulam em seu cotidiano.

Sendo assim, surge uma indagação: como melhorar o desempenho de alunos diante das diversas situações comunicativas de que participam em suas práticas sociais diárias?

Leitura e escrita devem ser discutidas como ralações nos processos de atividades sociais, levando em consideração que o aluno precisa ser letrado e não somente alfabetizado, atingindo capacidade plena de agir socialmente.

É necessário pensar sobre os diferentes modelos de letramentos, como por exemplo, os múltiplos letramentos, práticas escolares e não escolares de letramentos e as provocações disso para a qualidade do ensino.

As discussões acerca de temas que envolvam letramentos devem ter perspectivas pedagógicas viáveis para o ensino da leitura e da escrita em sala de aula, enriquecendo as práticas educacionais.

De acordo com Street (1995) o letramento pode ser considerado autônomo e ideológico, sendo que o letramento autônomo refere-se as habilidades individuais de cada sujeito, já o letramento ideológico às práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita.

As práticas de letramentos podem ser determinadas pelas características sociais, históricas e variam de acordo com o período e local em que ocorrem. Pode-se afirmar que os letramentos dos sujeitos são dependentes da forma como estes usam a leitura e a escrita e quais as concepções estão atreladas a identidade, modo de ser e estar em práticas sociais e contextos individuais.

É a partir da imersão de cada sujeito em diferentes contextos de uso da linguagem e de suas experiências anteriores que será possível perceber ou não se o indivíduo está ou não letrado socialmente.

Mesmo dominando a escrita é possível que o sujeito depare-se, em determinada situação em que seja incapaz de compreender o sentido do texto, isso porque os modos de ler e escrever modificam-se de acordo com o contexto, estratégias, saberes, espaço e tempo.

As práticas de letramentos são peculiares de cada indivíduo, ou seja, quaisquer sejam as formas de leitura ou escrita que aprendemos ou usamos, estas são associadas a determinadas identidades sociais de acordo com os papeis que cada indivíduo desempenha.

É através da realidade e das práticas sociais dos contextos dos sujeitos em questão, que deve-se pensar nas propostas de letramentos, tendo como foco o desenvolvimento pessoal, visando transformar e beneficiar culturalmente estes sujeitos, além do contexto escolar.

Desenvolver apenas habilidades para utilizar a leitura e a escrita não pode ser considerado o suficiente para uso destas como práticas sociais, capaz de fazer o sujeito modificar-se, inserindo-se em novos contextos e além disso, modificar a sua zona de conforto.

Conhecer as trajetórias de letramentos dos sujeitos e entender os significados que atribuem à leitura e a escrita. Assim como os sentidos que constroem em relação as suas práticas culturais.

O professor deve ser capaz de imergir no contexto dos alunos com estratégias que modificam as práticas sociais dos sujeitos afim de transformar a realidade cultural de cada indivíduo.

Aprender a ler e a escrever é um processo de construção de identidade, envolve aprendizagem de práticas sociais de outros grupos. O agente de letramento deve ter como objetivo claro criar contextos para que os sujeitos sejam capazes de mobilizar-se na coletividade, com autonomia, destacando o potencial de cada ser.