RESUMO TERRITÓRIO PLURAL
Por: Aline Passos • 8/9/2015 • Trabalho acadêmico • 2.529 Palavras (11 Páginas) • 266 Visualizações
• Introdução :
Educação.Ensinar,aprender.Aulas,alunos,provas.Professoras.Material escolar. Livros e Leituras. Transmissão da cultura de geração a geração.
De uma maneira ou de outra, esses termos lhe são ou já lhe foram familiares.
Apesar dessa familiaridade, muito do que ocorre no universo da educação ainda é pouco conhecido pelos pesquisadores, e mesmo pelos professores. O estudo da história proporciona uma experiência semelhante aquelas que obtemos quando viajamos para um lugar que ainda não conhecemos. Nos dois casos deparamos com o “outro”, algo distante de nós no tempo e no espaço.
Para fazer historia, é necessário, antes de mais nada, estar radicalmente disposto a ler, ver, ouvir e contar o outro.
Do ponto de vista pragmático, a história pode ser considerada um saber inútil. Porém, há quase um século ela vem abandonando o papel de julgar o passado. Em vez disso, o historiador debruça-se sobre esse passado e extrai dele lições para o presente e para o futuro.
A história nos permite ver que, em outros lugares, em outras culturas e em outras épocas, ou aqui perto de nós, a educação (de modo geral) e a escola( em particular) têm se transformado, mas mantêm elementos que, surpreendentemente, são os mesmo de um século atrás.
As praticas escolares repetem-se em diversos espaços, com diferenças que sugerem “variações sobre o mesmo tema”.
A escola foi um avanço da sociedade grega, no século VI a.C.Com o surgimento da democracia, um número cada vez maior de privilegiados reclamava para seus filhos a iniciação em técnicas e conhecimento até então reservados as famílias aristocratas. Nesse contexto, o ensino individual de um preceptor já não bastava.
Ao longo do tempo e em cada cultura, a escola assumiu diversas características.
Durante a longa idade média (século IV-XIV), a igreja ao mesmo tempo negou e conservou as heranças grega e romana. Suas escolas nasceram sob o abrigo de mosteiros, igrejas e abadias, mas foram também impulsionadas pelas atividades comerciais e artesanais que começaram a se desenvolver nos burgos e nas corporações de ofício. Isso deu origem a instituições importantes, como a universidade. Nas escolas medievais, estavam presentes tanto a formação bíblica cristã quanto a preparação para o trabalho.
Na renascença(século XV),a arte e a literatura antigas são resgatadas, anunciando uma nova visão de mundo. Deus e a vida santa, extraterrena, deixam de ser foco principal dos ensinamentos; em contrapartida, a vida das pessoas de carne e osso torna-se um aspecto central da cultura.
A conquistada da américa pelos europeus anuncia uma nova era, com novas raças e culturas, o que obriga a pensar um novo tipo de educação e um novo tipo escola.
A idade moderna, a partir do século XVI, abre de par em par janelas até então apenas entreabertas. As proposições teológicas da reforma e da contra reforma, aliadas ao surgimento da imprensa, trouxeram profundas consequências para a educação.
Com as transformações políticas da época e o advento da Revolução Industrial, as conquistas científicas da Europa e disseminaram-se pelo mundo.
Uma das consequências mais importantes desse processo foi a democratização da educação.
Para preencher o vácuo deixado pela companhia de Jesus, foram promovidas as chamadas “aulas régias“, classes avulsas de matérias que compunham o que mais tarde seria o ensino secundário.
A partir da Revolução Francesa(século XVIII) e da definitiva inserção do terceiro estado, isso é, todos aqueles que não pertenciam nem ao clero(primeiro estado) nem a nobreza(segundo estado),na ordem econômica, são criados sistemas públicos de ensino. Sob inspiração dos princípios do liberalismo, a educação gradativamente torna-se pública, leiga, universal, gratuita e obrigatória.
Em 1808 com o estabelecimento da família real no Brasil, que fugira das tropas de Napoleão.
Questões antes intocadas como a inserção de mulheres e dos negros na educação formal, tornam-se bastante frequentes no debate político. O governo cria as escolas normais e, a partir do final do século, a mulher passa a ocupar a maior parte dos lugares no magistério primário. É também no século XIX, principalmente após a abolição da escravatura, que imigrantes europeus e asiáticos começaram a se estabelecer no Brasil.
Com a república (1889),novas preocupações são anunciadas em relação a educação e ao papel do estado. Aos poucos, as instituições escolares ganham materiais, espaços (principalmente os chamados “grupos escolares”) e profissionais adequados para esse tipo de trabalho. A escola passa a ser vista como a principal instância de transmissão do saber do detrimento de outras, a família, as igrejas, o trabalho etc.
No Brasil, o manifesto dos Pioneiras da educação Nova, de 1932,é um marco desse movimento: ao mesmo tempo que questionava os métodos tradicionais de ensino, ele afirmava princípios como a obrigatoriedade, a gratuidade, a laicidade e a coeducação, numa sociedade ainda pouco escolarizada.
O século XX é também o momento em que a instrução se dissemina no Brasil. Principalmente a partir de 1930, em meio aos processos de industrialização e urbanização.
Na transição do século XX para o XXI, a escola ganha novos instrumentos de ensino. As máquinas não estão instaladas apenas nas indústrias, mas também nas salas de aula.
O computador e as linhas de transmissão possibilitam que, em tese, qualquer pessoa acesse informações disponibilizadas do outro lado do mundo. Mais do que nunca, saber é poder.
Mas a educação nunca se restringiu á escola. Práticas educativas ocorrem também fora dessa instituição, às vezes com maior força do que se considera.
• Capitulo 1 : A Historia da educação: uma disciplina um campo de pesquisas
- Uma história do campo: os enfoques tradicionais
A disciplina história da educação nasceu no final do século XIV.
Ela se desenvolveu sobretudo nas chamadas “escolas normais” e, posteriormente, nos cursos de pedagogia das faculdades de filosofia, e não, como se poderia supor, nos institutos de pesquisas e ensino de história.
No caso do Brasileiro, trabalhos de história da educação já eram escritos por membros do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) na segunda metade do século
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