Saber Desejar e Desejar Saber

1. Explique o que, para o autor, é “saber desejar”.

Segundo o autor, o saber desejar tem sua origem nos desejos inconscientes resultantes de experiências vividas pelo bebê em suas relações primitivas com a figura materna: sendo frágil e vivendo uma série de necessidades, a criança é, no início da vida, totalmente dependente de quem dela cuida. Este adulto amoroso e provedor – geralmente a mãe – nem sempre está disponível para o bebê que, momentaneamente privado da satisfação experimentada pelo atendimento de suas necessidades, começa a buscar a satisfação já experimentada através da revivescência mnêmica do objeto com que experimentou prazer (o seio materno, por exemplo). O saber desejar é o produto do esforço de um eu que está apenas principiando a definir-se e que tenta, desde logo, livrar-se da situação de dependência em relação ao adulto que dele cuida.

 

2. Explique o que, para o autor, é “desejar saber”.

Segundo o autor, à medida que vai podendo desejar (saber desejar), a criança começa a querer saber. O melhor exemplo, conforme o autor, é retirado do período das descobertas em relação às diferenças anatômicas: a criança põe em ação seu arsenal de fantasias e sua capacidade para raciocinar logicamente (ainda em formação) para tentar entender o porquê das diferenças, a fim de categorizá-las. O entendimento, então, nesse instante, traz consigo o prazer do domínio: saber o que se passa consigo e com os outros é, ao menos em parte, poder controlar esses eventos. Para o autor, ainda, o desejo de saber é uma extensão do saber desejar: à medida que deseja, a criança quer saber sobre as condições em que está envolto seu desejo, as origens, seu destino.

 

3. Qual a importância do conceito psicanalítico de transferência para a aprendizagem?

Segundo o autor, o conceito psicanalítico de transferência para a aprendizagem é importante porque estabelece em outros contextos intersubjetivos, como por exemplo: a relação professor-aluno – por sua proximidade histórica com as primeiras relações, pela duração do processo de ensino-aprendizagem (da infância até a vida adulta) e pela função de transmissão de conhecimento de que são investidos a instituição escolar e os educadores – é um dos mais importantes enquadramentos em que ela pode dar-se.

4.Qual a importância da psicanálise para a educação.

Segundo o autor, a primeira contribuição da Psicanálise à educação consiste numa investigação constante sobre os limites e as possibilidades da educação face à existência do inconsciente, incluindo no seu currículo Sexualidade e Formação Ética como disciplinas. O autor, também chama à atenção para as transformações da infância: a precocidade com que, cada vez mais, as crianças são expostas ao mundo da sexualidade genital.

1 –  O desejo tem efetivamente na sua origem numa procura de satisfação real. Saber desejar é o esforço em livrar-se de uma situação de dependência, é ir em busca de um objeto bom e perdido.

2 –  O prazer causado pela pulsão da sublimação vai despertar na criança o poder de desejar, e à medida que isso vai acontecendo ela começa a querer saber. Um exemplo é o período das descobertas em relação às diferenças anatômicas : a criança põe em ação seu poder de fantasia e sua capacidade de raciocinar logicamente para entender o porquê das diferenças, a fim de categorizá-las. O prazer do domínio : saber o que se passa consigo e com os outros é, ao menos em parte, poder controlar esses eventos.

3 – A transferência pode estabelecer-se em outros contextos intersubjetivos : a relação professor-aluno – por sua proximidade histórica com as primeiras relações, pela duração do processo de ensino-aprendizagem e pela função de transmissão do conhecimento de que são investidos a instituição escolar e os educadores. O processo transferencial fornece aos alunos um suporte para que os processos psíquicos inconscientes vividos por cada um ganhem uma elaboração no coletivo, favorecendo a sublimação e a apropriação do conhecimento.