Sigmund Freud e sua contribuição para a educação
Artigo: Sigmund Freud e sua contribuição para a educação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tatimei • 2/11/2013 • Artigo • 3.705 Palavras (15 Páginas) • 246 Visualizações
Sigmund Freud e suas contribuições para a Educação
Sigmund Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856, em Freiberg, na Moravia (ou Pribor, na atual República Tcheca),. Seu pai tinha 41 anos e duas crianças do primeiro casamento quando se casou com Amália, que era vinte anos mais nova que o marido, Jacob Freud. Amália teve seis filhos, entretanto, Sigmund, que era o seu primogênito, descrevia-se como o seu favorito. Ela o chamava de "Siggie de ouro.
Filho um próspero comerciante judeu, Sigmund foi criado dentro o judaísmo clássico e circuncidado logo ao nascer. Apesar das influências religiosas paternas, recebeu de sua mãe Amália Freud, que era grande adepta do pensamento Iluminista, o apreço pela filosofia. Também recebeu influência católica, através da sua governanta, pela qual nutria grande apreço e chamava carinhosamente de Nannie.
O inicio Revolução Industrial causa turbulências financeiras à industrias têxtil, obrigando Jacob Freud, que era comerciante de lã, mudar-se com sua família para Leipzig, na Alemanha. Sigmund tinha apenas três anos, mas essa partida permanecerá para sempre dolorosa em sua memória. Seus irmãos Emanuel e Philipp emigraram para Manchester e seu pai, sem conseguir reverter sua situação econômica, decide estabelecer-se em um bairro judeu de Viena 1859, cidade onde viverá por setenta e nove anos.
Apesar do seu interesse por política, Sigmund Freud não tinha naquela época, onde já se iniciava movimentos anti-semitas, livre escolha de uma carreira acadêmica. Entre medicina e direito, optou pela segunda, mas por possuir um alto senso humanitário, que por vocação.
Em outubro de 1873, Freud inicia seus estudos destacando-se por sua curiosidade inata e ambição precoce. Como clínico, tratava essencialmente de mulheres da burguesia vienense, qualificadas como “doentes dos nervos” e sofrendo de distúrbios histéricos. Fascinado pelas experiências com histeria que Martin Charcot realizava. consegue em 1885 uma bolsa de estudos para estudar com ele em Paris. Nessa época, o pesquisador francês estava mais preocupando em descrever, catalogar, classificar e explicar os fenômenos de histeria, que efetivamente tratá-los. No entanto, apesar das divergências de objetivos científicos entre eles, “essa primeira permanência na França marcou o início da grande aventura científica que o levaria à invenção da psicanálise”1. Em 1883, é nomeado docente-privado e em setembro de 1886, depois de um longo noivado, casa-se finalmente com Martha Bernays e vão morar na Berggasse, em Viena, onde viveria e trabalharia quarenta e sete anos.
Em 1887, um mês depois do nascimento de sua filha Mathilde, Freud conheceu Wilhelm Fliess, brilhante médico judeu berlinense, que fazia amplas pesquisas sobre a fisiologia e a bissexualidade. Era o início de uma longa amizade e de uma vasta correspondência íntima e científica. Seu objetivo era antes de tudo, curar e tratar de suas pacientes e durante um ano, utilizou, mesmo que inconformado, todos os métodos terapêuticos aceitos na época: massagens, hidroterapia, eletroterapia, etc., e assim que constatou serem ineficientes passa a usar a hipnose, inspirando-se nos métodos de sugestão de Hippolyte Bernheim.
Sua primeira formulação sobre histeria é escrita junto com seu amigo Josef Breuer 1890. Três anos depois, esse trabalho dará lugar à publicação de: “Sobre o mecanismo psíquico dos fenômenos histéricos: comunicação preliminar”, que por sua vez, abrirá caminho para “Estudos sobre a histeria”, onde já é possível encontrar o “estilo freudiano” de defesa. Ainda em 1893, um texto intitulado “Algumas Considerações para um Estudo Comparativo das Paralisias Motoras Orgânicas e Histéricas”, Freud afirma que: “a histeria se comporta, nessas paralisias e outras manifestações, como se a anatomia não existisse, ou como se ela não tomasse disso nenhum conhecimento”. Em 1896, ele estabelece seus fundamentos no capítulo VII da“Interpretação dos Sonhos”.
Em “L’ Hérédité et l’Étiologie dês Névroses”, publicado em francês, em 1896, Freud de fato afirma:
“Experiência de passividade sexual antes da puberdade; é essa, pois, a etiologia específica da histeria”.
Nesse artigo, pela primeira vez, o termo “psicanálise” é empregado. Foi também durante esses anos que a reflexão de Freud sobre a súbita interrupção feita por Breuer no tratamento de Anna O, o fez pensar na questão da transferência.
Ao lado de Breuer, Freud abandonou progressivamente a hipnose pela catarse, inventou o método da associação livre, e enfim a “psico-análise”4. A revolução cientifica provocada por Freud fez com que seu nome fosse indicado para receber o título de professor extraordinário. Sua nomeação foi ratificada pelo imperador Francisco-José no dia 5 de março de 1902, mas ao contrário de muitos intelectuais vienenses, marcados pelo “ódio de si judeu”, Freud, judeu infiel e incrédulo, hostil a todos os rituais e à religião, nunca negaria sua judeidade e como enfatizou Manès Sperber, ele continuaria sendo “um judeu consciente, que não dissimulava a ninguém sua origem, proclamando-a, ao contrário, com dignidade e freqüentemente com orgulho”. Muitas vezes, afirmou que detestava Viena e que se sentia como que libertado a cada vez que se afastava dessa cidade, onde crescera e à qual ficaria ligado, entretanto, por laços indestrutíveis.
Durante os anos que antecederam a publicação de “A interpretação de sonhos”, Freud introduz na nosografia, na qual descreve a neurose de angústia e separando-a da categoria, isola pela primeira vez, a neurose obsessiva propondo o conceito de psiconeurose de defesa e a integrada à paranóia. Porém, sua principal tarefa é a auto-análise, termo que irá empregar por pouco tempo. Eis o que diz sobre isto, na carta a W. Fliess, de 14 de novembro de 1887:
“Minha auto-análise continua sempre em projeto, agora compreendi o motivo. É porque não posso analisar a mim mesmo a não ser me servindo de conhecimentos adquiridos objetivamente (como para um estranho). Uma verdadeira auto-análise é realmente impossível, de outro modo não haveria mais doença”.
Do intercambio com Fliess, ocorreu o abandono da teoria da sedução, segundo a qual toda neurose se explicaria por um trauma real. Essa renúncia, ocorrida em 21 de setembro de 1897, foi fundamental para a história da psicanálise, quando Freud comunicou-a em tom enfático, em uma carta que se tornaria célebre:
“Não acredito mais na minha Neurótica.”
Logo após o “Anschluss”4, graças a inestimável ajuda de seus amigos
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