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A ANÁLISE DO PROCESSO PSICOLÓGICO DE COAGIR

Por:   •  17/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  964 Palavras (4 Páginas)  •  101 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

DANIELA JAQUELINI CARDOSO ÉRBINTON EBRES DA SILVA

IVANISE BETIN

LORRANA KINDERMANN DE MEDEIROS

LUNA ABDALLA

ANÁLISE DO PROCESSO PSICOLÓGICO DE COAGIR

Trabalho apresentado à unidade de aprendizagem de Análise Comportamental dos Fenômenos e Processos Psíquicos, ministrada pelaProfª Juliane Viecili.

Palhoça

2017

Em busca de definir o que é e quais as formas com que o processo psicológico de “coagir” se apresenta, consideramos as contribuições de autores de diferentes áreas do conhecimento, como filosofia, sociologia, psicologia, direito e linguística. Dessa maneira, ao observar as divergências e semelhanças entre os pontos de vista de grandes nomes da literatura, é possível que fique mais clara a compreensão sobre tal fenômeno.

A etimologia da palavra coerção vem do latim coertio, que se refere ao ato de coagir e de reprimir. Outro aspecto relevante com relação a esse fenômeno é a sua diferenciação em relação à retórica, que segundo Oliveira (2012), ocorre quando alguém é convencido a praticar uma ação após ter sido persuadido a partir de um caráter racional. Em contrapartida, se um indivíduo é conduzido à ação sem a crença, não se trata de retórica, mas de força e/ou coação. (OLIVEIRA, 2012).

Através de um olhar sobre a moral, o filósofo Michel Foucault (1994, apud ROCHA, 2014) afirma que o inventor da surpreendente coação foi o Ocidente cristão, ao “impor a cada pessoa o ato de confessar a mínima falta, que se somou à prática da instituição judiciária e seus interrogatórios, dossiês etc. Já no cristianismo, as práticas e cuidados de si, gregos darão lugar ao cuidado dos outros, das almas.” (ROCHA, 2014). Nesse sentido, a partir de uma visão desenvolvimentista, Piaget, em seu livro “O juízo moral na criança”, diz que a coação adulta tem uma relação direta com o desenvolvimento do juízo moral da criança. Através dessa coação moral, a criança diferencia o que deve e o que não deve fazer (PIAGET, 1932).

Dando sequência a essa análise sócio histórica, Durkheim (1895, apud, FALCÃO, 2012), denominou de fatos sociais os fenômenos compreendidos por “toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter”. Pode-se observar, portanto, que a coerção que é exercida sobre o indivíduo decorre de sua adesão tácita ao contrato social, o qual lhe impõe regras comuns de comportamento, sendo-lhe infligidas penas em caso de desobediência. (FALCAO, 2012).

Essa visão vai ao encontro da noção de Kant sobre direito, que segundo ele, tem como principal característica indicar a coação como aquela que se impõe ao meu agir, impedindo que faça obstáculo à liberdade do outro. (PINHEIRO, 2007).Nesse sentido, de acordo com o Art. 51 do código civil, o ato pode ser considerado coação quando incute “ao paciente fundado, temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens”, obrigando-o a não fazer o que a lei permite, ou fazer o que ela não permite. (CASA CIVIL, 2002).

Dessa maneira, esse jogo de forças dá à coação uma função estrutural, num campo onde atua o caráter heterônomo, externo e necessário das leis jurídicas. (PINHEIRO, 2007). Entretanto, para um acordo justo entre as liberdades, deveríamos imaginar uma reciprocidade justa na coação, que é justamente o papel do direito. “A partir disso, pode-se dizer que direito e coação são a mesma coisa, que não há diferença, pois o conceito de coação se acha analiticamente compreendido no conceito de direito.” (PINHEIRO, 2007)

Sidman (1989) faz duas perguntas essenciais a essa discussão: pode-se acabar com o controle comportamental? Controle

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