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A ANÁLISE SOCIOLÓGICA DO FILME CAPITÃO FANTÁSTICO

Por:   •  25/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  486 Palavras (2 Páginas)  •  1.065 Visualizações

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ANÁLISE SOCIOLÓGICA DO FILME CAPITÃO FANTÁSTICO

É possível fazer uma análise sociológica do filme “Capitão Fantástico”, no que diz respeito às instituições e papeis sociais, além dos processos de socialização. O longa conta a história de um homem chamado Ben, que junto de sua esposa, cria seus seis filhos em uma espécie de comunidade própria, longe do espaço urbano. Essa organização familiar é marcada por um contato muito próximo com a natureza, com um estilo de vida rigoroso e natural, somado a alguns hábitos bastante peculiares.

 Em sua criação, as crianças passam muito bem pelo nível primário de socialização, aquele com maior construção de vínculos afetivos, que nesse caso, representa a família. Contudo, os filhos do casal não passam pelos níveis secundários de socialização, aquele responsável pela interiorização de “submundos” institucionais, representado pelas principais instituições sociais como a escola, a igreja e o estado. Por não frequentarem essas instituições normativas e padronizadoras de comportamento, as crianças se tornam um tanto quanto espontâneas e ingênuas quando comparadas com outras de realidades diferentes, exercendo sua agência, que é a capacidade dos indivíduos em agirem independentemente e fazerem suas próprias escolhas livremente. Devido a esse contato muito limitado com essas estruturas de controle, os filhos não possuem conhecimento das regras sociais, ou seja, aquelas que não estão escritas no papel, que são dadas pelo meio, através de processos de socialização, e por isso, podem causar estranhamento. Por esse fator, as crianças não cumprem fielmente os papeis sociais esperados pela sociedade, ou seja, aquelas formas de comportamento previamente estipuladas para os indivíduos de uma posição social especifica.

O clímax do filme se dá quando a mãe da família, Leslie, comete suicídio e as crianças fazem questão de comparecer ao seu enterro, que se situa na sociedade urbanizada, fazendo com que Ben seja forçado a deixar o isolamento e levar sua família para encarar o mundo, desafiando sua ideia de família. O contato entre esses diferentes contextos sociais gera conflitos, como aconteceu no jantar das crianças com seus primos. O fato das crianças beberem vinho, não conhecerem marcas globais e falarem abertamente sobre assuntos como suicídio e sexo, causa estranheza para seus tios e primos, que vivem em uma realidade completamente distinta da família de Ben.

No final do filme, devido a pressão por parte do avô das crianças, ao acidente envolvendo sua filha e a vontade de alguns de seus filhos de viverem uma vida “mais comum”, Ben decide permitir que sua família adote um estilo de vida mais padronizado. Esse desfecho propõe uma reflexão a respeito de: “até quando os nossos hábitos são corretos e benéficos para nós mesmos?”. É necessário achar um meio termo, como provado no filme, entre a construção de seu próprio estilo de vida, longe da alienação e da padronização excessiva, e a interação com a sociedade e com as instituições sociais que, apesar de normativas e controladoras, são importantes para o desenvolvimento coletivo do indivíduo.

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