A Avaliação Psicológica No Contexto Do Trânsito
Por: StaelMetzger • 28/7/2023 • Trabalho acadêmico • 10.178 Palavras (41 Páginas) • 66 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
UNIDADE DIVINÓPOLIS
CURSO DE PSICOLOGIA
CLEIDE OMARA PEREIRA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DO TRÂNSITO:
O COMPORTAMENTO HUMANO AO DIRIGIR
DIVINÓPOLIS-MG
2021
CLEIDE OMARA PEREIRA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DO TRÂNSITO:
O COMPORTAMENTO HUMANO AO DIRIGIR
[pic 1]
Orientadora: Prof. Ma. Juliana Nunes de Barros
Divinópolis-MG
2020
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DO TRÂNSITO:
O COMPORTAMENTO HUMANO AO DIRIGIR
PSYCHOLOGICAL ASSESSMENT IN THE CONTEXT OF TRANSIT: HUMAN BEHAVIOR WHILE DRIVING
Cleide Omara Pereira[1]
Juliana Nunes de Barros[2]
Resumo
Quando no início do século XX os primeiros automóveis começaram a circular em substituição aos bondes e trens, surgiram como efeitos colaterais, sérios problemas de segurança pública com os acidentes de trânsito que foram se intensificando. Fizeram-se necessárias intervenções que pudessem avaliar a habilidade e o comportamento daquele que desejasse obter uma licença para guiar veículos, na tentativa de prever e controlar os problemas relativos ao trânsito. No Brasil, iniciou-se a atuação da Psicologia do trânsito, quando o chamado exame psicotécnico entrou em vigor em 1951. Em 1998, este teste psicotécnico passou a ser denominado Avaliação Psicológica Pericial, cujo intuito é investigar as características psicológicas dos candidatos a obter ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), já que o comportamento está diretamente ligado a segurança no trânsito. O presente trabalho objetivou, portanto, fazer uma revisão bibliográfica sobre a Avaliação Psicológica voltada ao trânsito, sobre os comportamentos humanos ao dirigir e a atuação da Psicologia do Trânsito, sua intervenção e atuação quanto aos problemas gerados neste ambiente. O que se constatou é que a Avaliação Psicológica no Trânsito é de extrema importância para a identificação e prevenção dos comportamentos de risco para o trânsito.
Palavras-chave: Avaliação Psicológica no Trânsito. Comportamento no Trânsito. Psicologia do Trânsito.
Abstract
At the beginning of 20th century, the first automobiles began to circulate in place of trams and trains, so, the side effects, like serious problems of public safety with traffic accidents that were intensifying. Interventions were needed to assess the ability and behaviour of those who wished to obtain a license to drive vehicles in an attempt to predict and control traffic problems. In Brazil, the work of Traffic Psychology began in 1946, when the so-called psych technical exam came into force in 1951. In 1998, the psych technical test was renamed Psychological Assessment, whose purpose is to investigate the psychological characteristics of candidates to obtain or renew the National Driver’s License (CNH)since the behavior is directly linked to traffic safety. The present work aimed, therefore, to make a bibliographic review about the Psychological Evaluation directed to the traffic, the human behaviors when directing and the performance of the Traffic Psychology, its intervention and action regarding the problems generated in this environment. What was found is that the Psychological Assessment in Traffic is extremely important for the identification and prevention of traffic risk behaviors.
Keywords: Psychological Evaluation in Traffic. Traffic Behavior. Traffic Psychology.
Introdução
No Brasil, foi no início do século XX, que os primeiros automóveis começaram a circular. Em menos de 50 anos, a locomoção das pessoas que era feita em sua maioria por bondes e trens, foi sendo substituída pelo automóvel. Este “avanço”, contribuiu muito para o desenvolvimento econômico do país, ao mesmo tempo em que trazia sérios problemas de segurança e saúde pública devido aos acidentes que se intensificavam nos anos de 1940.
Com a intensificação dos acidentes, tornou-se importante desenvolver e colocar em ação medidas preventivas que pudessem atender a essa nova demanda, o que levou à publicação do Decreto Lei n° 9.545, de 5 de agosto de 1946 (BRASIL, 1946), passando a vigorar a partir de 1951 e exigindo o exame psicotécnico para a aquisição da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Este Decreto lei foi revogado pelo Decreto lei nº 5.108, de 21 de setembro de 1966, mesmo antes da Psicologia ser reconhecida como profissão, o que ocorreu em 27 de agosto de 1962. (FONTANA E FEGADOLLI, 2016).
A partir do final da década de 1940, até meados de 1950, foram implementadas ações tais como seleção médica e psicotécnica, cuja finalidade era dificultar o acesso ao volante de pessoas propensas a causar acidentes, sendo necessário “provar” que o candidato à carteira de habilitação, era capaz de conduzir com segurança, através de uma série de testes e exames. Começava a se estruturar o que é o hoje, o modelo brasileiro de habilitação (HOFFMAN E CRUZ, 2003 apud VERÍSSIMO E ARAÚJO, 2018).
No entanto, não havia no Brasil os instrumentos necessários à tarefa de avaliar as condições psíquicas dos motoristas, foi necessário voltar-se a autores estrangeiros na tentativa de elaborar um trabalho de avaliação psicológica que, à essa época, era feito por engenheiros. Nesta ocasião, a psicologia aplicada ao trânsito se limitava à realização e seleção de pessoal, orientação e instrução para condução profissional, dos motoristas de coletivos tais como: ônibus, bondes e táxis – que eram então, identificados como indivíduos aptos ou não, a ocupar suas funções de acordo com o Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2011).
A importância do conhecimento das questões relativas ao trânsito e ao preparo para atuar neste ambiente, reside no fato de que o trânsito, entre suas muitas definições, é um dos possíveis espaços de convívio entre as pessoas de uma sociedade. Nesse aspecto do trânsito como espaço de convívio, faz-se necessário compreender e diluir os conflitos dentro deste, a partir da compreensão de que cada indivíduo ali presente tem um objetivo e uma necessidade ao trafegar e estes podem ser negociados no momento em que se cruzam em prol do bem coletivo.
...