A Avaliação Psicológica

Considerações sobre a avaliação psicológica

Daniela Aparecida da Silva – [e-mail]

Avaliação Psicológica

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

São Paulo, SP, 05/08/2021.

RESUMO: O campo da avaliação psicológica tem significado histórico no desenvolvimento internacional e doméstico da psicologia como ciência e profissão. No entanto, ao longo de sua história, houve uma forte reputação e calúnia por parte da ciência e do público. Entender os fatores que causam esses altos e baixos é a base para encontrar um ponto de equilíbrio que permita o desenvolvimento sustentável e sustentável dessa área do conhecimento. Assim, o objetivo deste artigo é compreender sobre a avaliação psicológica, refletindo sobre ela, analisando alguns dos contextos em que se faz uso da avaliação psicológica e discutir as questões éticas na avaliação psicológica. Como metodologia, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, mas poucos têm percebido os resultados científicos desse viés na realização da avaliação psicológica de forma mais clara nos diversos ambientes práticos da psicologia. Serão considerados os antecedentes de saúde, escola, transporte, direito, organização e orientação profissional. Acreditamos que a avaliação psicológica utilizada no processo de considerar os fatores sociais e históricos que afetam a vida das pessoas na análise ajuda a aumentar o seu potencial e autonomia. Utilizar os dados obtidos na avaliação psicológica de forma construtiva como ferramenta de informação e transformação. A avaliação psicológica contribui significativamente para a consolidação dos direitos humanos e o respeito pela identidade pessoal. Conclui-se que o campo da avaliação psicológica tem conseguido superar as críticas recebidas e utilizá-la como fonte de inspiração para a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias e práticas mais alinhadas aos direitos humanos para contribuir com a ciência.

PALAVRAS-CHAVE: Avaliação psicológica. Contextos. Ética.

INTRODUÇÃO

        Falar sobre a importância da avaliação psicológica como uma das principais funções da especialidade psicológica é necessário. Historicamente, a imagem do psicólogo é a imagem do profissional que usa os testes. Eles avaliam "se uma pessoa é normal" e se ela pode desempenhar uma determinada função, pois o teste é uma das atividades mais comuns. No entanto, a prática psicológica tem se tornado cada vez mais ampla e, nesse movimento, a avaliação psicológica torna-se mais abrangente, levando em consideração diversos fatores de seu processo de pesquisa e análise dos sujeitos.

De acordo com a Resolução nº 007 do Conselho Federal de Psicologia (2003), avaliação psicológica pode ser definida como o processo técnico-científico de coleta, pesquisa e interpretação de informações sobre fenômenos psicológicos na relação entre os indivíduos e a sociedade. Para tanto, são utilizadas estratégias-métodos, técnicas e ferramentas psicológicas. Os resultados da avaliação devem considerar e analisar as condições históricas e sociais e seu impacto psicológico, de modo a serem utilizados como instrumento de atuação não só sobre o indivíduo, mas também sobre todo o contexto social e histórico em que vive.

Na verdade, ainda é um desafio agregar todas essas informações em uma análise que possa utilizá-las de forma abrangente e dialética. O debate e a reflexão sobre o papel do psicólogo nessa questão é muito importante, pois é necessário manter um ponto de vista crítico, ir além de investigar o conceito de patológico ou não patológico e começar a focar na compreensão da subjetividade. Para os indivíduos, para seu benefício. Considerando a dimensão social da saúde mental, o psicólogo deve buscar compreender da melhor forma a relação entre saúde mental e subjetividade. No entanto, estamos tão acostumados a considerar o uso da avaliação psicológica para fazer um diagnóstico, que às vezes é difícil distinguir entre o que é pessoal e o que é social.

Em uma sociedade onde as diferenças são medidas pela competição, é extremamente difícil aceitar as diferenças individuais e manter relacionamentos iguais ou, melhor ainda, relacionamentos não dominantes.

Desse modo, este artigo pretende compreender a avaliação psicológica, refletir sobre, analisar alguns dos contextos em que se faz uso da avaliação psicológica, bem como discutir as questões éticas na avaliação psicológica.

Como prática prioritária dos psicólogos, a avaliação psicológica e a ciência que a subsidia ainda são resistidas e criticadas, possivelmente por falta de compreensão de seus objetivos e práticas e / ou abuso pelos próprios psicólogos. A psicologia atua em diversos campos profissionais e, em muitos desses campos, é necessário realizar a avaliação psicológica como um processo científico em si. No entanto, faltam materiais teóricos que ilustrem a possibilidade de avaliação efetiva em vários ambientes práticos da atividade profissional do psicólogo.

Nessa perspectiva, a metodologia utilizada para a realização deste estudo foi a pesquisa bibliográfica que segundo Fonseca (2002) é realizada a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta.

A justificava da escrita desse artigo é que o campo da avaliação psicológica tem significado histórico no desenvolvimento internacional e doméstico da psicologia como ciência e profissão. No Brasil, esse campo está incluído na Lei Federal nº 4.119 (1962), que regulamenta a profissão do psicólogo no país, entre outras coisas, apenas estabelece uma função privada do psicólogo: o uso de métodos psicológicos E a tecnologia é utilizada para fins psicológicos diagnóstico, orientação e seleção profissional, orientação educacional psicológica e resolução de problemas de adaptação. Com base nisso, a Federal Psychological Commission (CFP) acredita que o teste psicológico se enquadra nesta definição e, portanto, constitui um método ou técnica de uso privado por psicólogos.