A CONTRIBUIÇÃO DO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA EM CASOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES
Por: Larissa Lino • 31/3/2022 • Artigo • 5.289 Palavras (22 Páginas) • 121 Visualizações
A CONTRIBUIÇÃO DO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA EM CASOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES
The contribution of the psychology professional in cases of food disorders
Larissa Santos de Paula¹
Vera Lucia Luvizutto Okubo²
¹Discente do curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Bauru
²Orientadora e Docente do curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Bauru
Resumo: Os Transtornos Alimentares são descritos como sendo uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento, que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial do indivíduo. Os Transtornos Alimentares têm se tornado cada vez mais um ponto de atenção para os profissionais da área da saúde, uma vez que estão associados a quadro graves de morbidade e mortalidade. Ao considerar esses apontamentos, o presente trabalho possui como principal objetivo apresentar o trabalho do Psicólogo no tratamento de pessoas com Transtornos Alimentares. Para tal, foi realizada uma pesquisa em bases de dados na internet nos sites Bireme, Google Acadêmico, Scielo, Lilacs, PEDro e Pubmed, com periódicos limitados as línguas portuguesa e inglesa, em estudos com seres humanos, nos anos de 2011 a 2021. Por meio da análise temática foram identificadas duas categorias e suas respectivas subcategorias: Transtornos Alimentares (Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa), e o papel do Psicólogo no tratamento dos Transtornos Alimentares (Tipos de intervenção mais eficazes no tratamento de Transtornos Alimentares). De forma geral, concluísse, que a intervenção psicológica visa reduzir os danos causados pelo transtorno e promover maior qualidade de vida aos indivíduos.
Palavras-Chave: Transtornos Alimentares; Imagem Corporal; Bulimia; Anorexia; Psicoterapia.
Abstract: Eating Disorders are described as a persistent disturbance in eating or behavior that results in altered consumption or absorption of food and that significantly compromises the individual's physical health or psychosocial functioning. Eating disorders have increasingly become a point of attention for health professionals, as they are associated with severe morbidity and mortality. When considering these notes, the present work has as main objective to present the work of the Psychologist in the treatment of people with Eating Disorders. To this end, a search was carried out in internet databases on the websites Bireme, Academic Google, Scielo, Lilacs, PEDro and Pubmed, with journals limited to Portuguese and English, in studies with human beings, in the years 2011 to 2021. Through thematic analysis, two categories and their respective subcategories were identified: Eating Disorders (Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa), and the role of the Psychologist in the treatment of Eating Disorders (Most effective types of intervention in the treatment of Eating Disorders). In general, it is concluded that the intervention psychological aims to reduce the damage caused by the disorder and promote better quality of life for individuals.
Key Words: Eating Disorders; Body image; Bulimia and Anorexia; Psychotherapy.
Introdução
Para a identificação e diagnóstico dos Transtornos Alimentares há atualmente dois sistemas classificatórios: Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição (DSM – V) e CID-10 (Classificação Internacional de Doenças, 2008). Ambos descrevem os Transtornos Alimentares como sendo uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento associado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial. São descritos critérios diagnósticos para pica (quando há a persistente ingestão de substâncias não alimentares), transtorno de ruminação (persistente regurgitação de alimentos), transtorno alimentar restritivo/evitativo, (recusa em alimentar-se baseada nas características sensoriais alimentares, entre outros fatores evitativos, que leva a uma insatisfação às necessidades básicas nutricionais), anorexia nervosa (distúrbio alimentar que leva a pessoa a ter uma visão distorcida de seu corpo, tornando-se uma obsessão por seu peso e aquilo que ingere), bulimia nervosa (marcado por compulsão alimentar, seguido de métodos para evitar o ganho de peso) e transtorno de compulsão alimentar (ingestão de grandes quantidades de alimentos em um curto período de tempo, seguido de sentimentos de falta de controle e culpa).
Os Transtornos Alimentares têm se tornado cada vez mais um ponto de atenção para os profissionais da área da saúde, uma vez que estão associados a quadro graves de morbidade e mortalidade (DINIZ et al., 2017).
Geralmente estas patologias começam a se manifestar na infância e na adolescência. A maior parte das vítimas dos transtornos alimentares é a população jovem, em sua maioria mulheres, sendo o público masculino apenas 20% da população que sofre de transtornos alimentares. No período da adolescência os indivíduos vivem uma fase de várias mudanças estruturais de caráter físico e psicológico, que exigem uma readaptação às novas mudanças corporais. Sendo assim, é comum os adolescentes adquirirem distorções da imagem corporal, estando relacionada ao desenvolvimento e a manutenção de quadros patológicos. De forma geral, a imagem corporal pode ser classificada como uma figura de nosso próprio corpo que criamos em nossa mente, podendo essa ser influenciada por diversos fatores, sociais, culturais, ambientais e afetivos. A distorção da imagem corporal é um fator comum nos transtornos alimentares e vêm afetando cada vez mais a qualidade de vida dessa população (CORRÊA, 2010).
Durante toda a história, os seres humanos se preocuparam com o corpo, criando os chamados padrões de beleza, sendo esses padrões influenciados pelo meio em que estão inseridos. Vivenciamos hoje em nossa sociedade padrões de beleza rígidos criados pela sociedade e pela mídia, no qual o corpo magro é visto como sinônimo de sucesso e felicidade. A mídia social reproduz cada vez mais esses padrões de beleza, fortalecendo a ideia de que o corpo perfeito existe. Com a finalidade de se encaixar em um dado padrão de beleza, as mulheres recorrem com frequência dietas rígidas, práticas de exercícios físicos de maneira excessiva, uso inadequado de medicamentos para emagrecer, submissão a vários métodos e técnicas para conseguir se encaixar nos padrões de belezas estabelecidos pela mídia e pela sociedade. A maioria dos indivíduos que apresentam Transtornos Alimentares se vê pressionados pela mídia para serem magros e relatam terem aprendido técnicas não saudáveis de controle de peso (indução de vômitos, exercícios físicos rigorosos, dietas drásticas) através desse meio (COPETTI; QUIROGA, 2018).
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