A Depressão
Por: Mikael Italo • 10/6/2015 • Trabalho acadêmico • 2.470 Palavras (10 Páginas) • 119 Visualizações
1 – INTRODUÇÃO
A dor normal tende a passar por estágios, durante os quais você reage à sua perda
primeiro negando-a,a seguir aprendendo a conviver com ela e, finalmente, aceitandoa.
Se você se sente desanimado mas continua a fazer bem o seu trabalho, e
mantém relacionamento com a família e amigos, não esta clinicamente deprimido.
Freqüentemente, a tristeza e ansiedade são reações saudáveis às perdas, sejam
elas grandes ou pequenas. Estes sintomas são considerados normais, durante, pelos
menos, dois meses depois da perda. A dor saudável que persiste e continua intensa
durante um longo tempo depois de uma perda pode, lentamente, se transformar
em depressão clínica. Se você estiver clinicamente deprimido,não funcionará
normalmente. Seus sintomas serão mais duradouros, mais extremos e apresentarão
uma probabilidade menor de melhoria sem tratamento, impedindo que você se
comporte normalmente no trabalho ou nas atividades sociais.
Uma importante diferença entre a tristeza normal e a depressão clínica é o efeito
que seu estado exerce sobre sua auto-estima. Por exemplo, uma pessoa saudável,
que tenha acabado de ser demitida do emprego, poderá pensar: “ Estou me sentindo
péssimo por ter perdido aquele emprego. O salario era bom e eu gostava do trabalho.
Alem disso, eu era bom no que fazia. Eu não merecia ter sido demitido.” A pessoa
clinicamente deprimida, ao contrario, poderá pensar: “ como vou sobreviver sem meu
emprego? Eu sei que nunca mais vou conseguir outro. Eu sou uma pessoa horrível e
um completo perdedor.” A atitude da pessoa saudável é fazer uma avaliação sincera e
realista da situação, enquantoque a postura da pessoa deprimida é excessivamente
negativa e irrealista, o que pode gerar a incapacidade de agir.
A depressão é um tipo de distúrbio mental que perturba o humor da pessoa. O termo
DEPRESSÃO é, freqüentemente, usado para descrever sentimentos de tristeza
profunda. Quase todo mundo se sente triste de vez em quando, mas as pessoas que
sofrem de uma doença depressiva – às vezes chamada de depressão grave, distúrbio
depressivo grave ou depressão clinica, para distingui-la da tristeza comum – sentem
um desânimo devastador,debilitante e duradouro que interfere com a vida da pessoa
em casa, no trabalho ou socialmente. Quando as pessoas saudáveis ficam abatidas
pelos acontecimentos do dia-a-dia – uma briga com a pessoa amada, rejeição para
uma promoção no trabalho, ou mudança de residência – elas podem dizer, “Estou
me sentindo deprimido.” Mas o sentimento que dizem ser “depressão” é diferente da
doença clínica chamada depressão. A tristeza normal, por mais dolorosa que seja,
geralmente, desaparece com o tempo sem nenhum tratamento especial. As pessoas
que estão tristes são capazes de viver a vida cotidiana, apesar da dor que sentem .
A doença depressiva, ao contrario, não some tão facilmente, e pode interromper
gravemente a capacidade da pessoa de pensar e agir.
Quando não tratada, a depressão grave pode ser perigosa. Pensamentos suicidas
são uma parte comum desta doença. Embora as pessoas profundamente deprimidas
raramente tenham a energia para cometer suicídio, é mais provável que o façam
quando a depressão começa a diminuir.
No caso de algumas pessoas, os períodos de depressão alternam-secom períodos
de extrema alegria e comportamento disfuncional, conhecidos como mania. Essas
pessoas sofrem de uma especie de doença depressiva chamada distúrbio bipolar,
depressão maníaca ou doença maníaco-depressiva. Essa doença pode torna-lo
hiperativo, irritável e excessivamente autoconfiante. Além disso, ela pode destruir sua
capacidade de discernimento, e gerar um comportamento inconsequente.
Os dois indícios principais da depressão são sentimentos persistentes de tristeza e
a perda de interesse ou prazer pelas coisas que costuma apreciar. Você precisa ter,
pelo menos, um desses sintomas durante pelo menos duas semanas para que seja
diagnosticada a doença depressiva. Elas também precisam ocorrer junto com quatro
ou mais outros sintomas da lista seguinte, que você sinta quase todos os dias:
Alguns sintomas da depressão:
·
Perda de peso significativa quando não estiver fazendo dieta, aumento
significativo de peso, perda de apetite ou aumento do apetite;
·
Insônia ou sonolência excessiva;
·
Movimentos físicos mais inquietos ou lentos do que de costume;
·
Fadiga ou perda de energia;
·
Sentimentos inadequados de inutilidade ou culpa;
·
Incapacidade de pensar com clareza, de se concentrar ou tomar decisões;
·
Pensamentos recorrentes de morte, suicídio sem um plano específico, um plano
para cometer suicídio ou uma tentativa de suicídio;
Independentemente de como os sintomas possam variar, a doença depressiva
influencia praticamente todos os aspectos da vida das pessoas por elas afetadas,
alterando desde sua concentração no trabalho, à profundidade do seu sono à noite.
Adoença pode acabar tornando a vida comum impossível. No entanto, a depressão,
em todas suas formas, pode ser tratada. A depressão grave é uma das doenças
mais tratáveis. A depressão bipolar não tem cura, mas pode ser controlada com
medicamentos. Outros tipos de depressão também são tratáveis.
2 - TIPOS DE DOENÇA DEPRESSIVA:
DEPRESSÃO ATÍPICA: uma forma de doença depressiva com uma mistura de
sintomas, alguns típicos da depressão grave (tristeza) e alguns não tão típicos (comer
em excesso e dormir demais).
DEPRESSÃO BIPOLAR: também conhecida como depressão maníaca, doença
maníaco-depressiva, trata-se de uma forma da doença depressiva na qual a
depressão se alterna com a mania (euforia).
DEPRESSÃO BRANDA: também chamada de distúrbio depressivo secundário, é uma
doença semelhante à depressão grave porem com sintomas mais suaves.
DEPRESSÃO COEXISTENTE: a depressão que ocorre na presença de outra doença.
DEPRESSÃO DISFARÇADA: A doença depressiva que parece ser outro distúrbio,
como o uso excessivo de drogas, álcool ou medicamentos; ou dores cronicas.
DISTIMIA: A distimia, às vezes chamada de depressão secundária, é uma forma
duradoura da doença depressiva. Ela é marcada pela falta constante da alegria. Se
você sofre de distimia, sente-se infeliz o tempo todo, ou maior parte dele , você pode
ser incapaz de se lembrar de algum dia ter se sentido alegre ou animado.
DEPRESSÃO GRAVE: a forma mais comum da doença depressiva, caracterizada
por uma tristeza prolongada, perda da sensação de prazer, ou ambas, e mudança
adicionais nas emoções, nos pensamentos, no comportamento e no bem-estar físico.
DEPRESSÃO PÓS-PARTO: uma forma de doença depressiva que apresenta os
mesmos sintomas da depressão grave e se desenvolve em aproximadamente dez
por cento das mães, cerca de uma semana a seis meses depois de darem à luz seus
bebês
DEPRESSÃO PSICÓTICA: uma doença depressiva com delírios ou alucinações, ela
surge em cerca de por cento das pessoas que sofrem de depressão grave.
DEPRESSÃO SUBSINDRÔMICA: uma forma mais branda da doença depressiva com
menos de cinco sintomas
DEPRESSÃO UNIPOLAR: outro termo para a depressão grave, usado para distinguila da depressão bipolar.
DEPRESSÃO DE VERÃO: uma forma de doença depressiva na qual as pessoas
perdem o apetite, tem problemas para dormir e sentem-se ansiosas e agitadas durante
o verão. No inverno elas sentem-se normais e incomumentes alegres.
DISTÚRBIO AFETIVO SAZONAL (SAD): um tipo de doença depressiva que só
ocorre em determinadas épocas do ano. As pessoas com SAD geralmente sentem-se
apáticas e deprimidas durante o inverno e normais ou incomumente alegres durante o
verão.
DISTÚRBIO DEPRESSIVO RECORRENTE BREVE: uma forma da doença
depressiva na qual os sintomas são tão intensos quanto na depressão grave, mas
duram apenas um curto período de tempo
DISTÚRBIO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL: uma doença cíclica que afeta de 3 a
5 por cento das mulheres que menstruam. As mulheres que sofrem dessa doença
sentem-se profundamente deprimidas e irritadas todos os meses, durante um período
de 1 a 2 semanas antes da menstruação.
DOENÇA DEPRESSIVA: um distúrbio de humor marcado principalmente por uma
enorme tristeza, também conhecida como depressão. Outros sintomas podem incluir a
falta deinteresse pelas atividades agradáveis ou cotidianas; pensamentos deturbados
de baixa auto-estima, inutilidade ou desesperança, fadiga, insonia, perda de apetite
e, possivelmente, pensamentos de suícidio, A depressão bipolar é um doença
depressiva.
HIPERMANIA: uma forma intensa de mania, as vezes um sintoma da depressão
bipolar.
HIPOMANIA: uma forma branda de mania, as vezes um sintoma da depressão bipolar.
MANIA: um distúrbio de humor que se caracteriza pelo excesso de atividade,
irritabilidade ou euforia; um sintoma ou estágio da depressão bipolar . A primeira vista
a mania pode parecer um estado mental positivo. Seus sintomas incluem um humor
exageradamente alegre e otimista, uma mente que fervilha de idéias e a sensação de
ser excepcionalmente talentoso e atraente. Mas na mania, estes sentimentos positivos
geram comportamentos inadequados ou prejudiciais, como por exemplo, pode achar
que as leis físicas não se aplicam a você – que se precisa chegar depressa a algum
lugar, você pode dirigir seu carro contra o trafego que vem na direção contraria sem
se machucar. A mania intensifica cada aspecto de sua vida. Este fervor é mais que um
sentimento.
MANIA DISFÓRICA: uma forma moderada ou triste da mania.
BIPOLAR INTRODUÇÃO: À semelhança da depressão grave, a depressão bipolar
pode ser perigosa. Durante a fase depressiva da sua doença, você pode ser
perseguido por pensamentos de suicídio.
BIPOLAR 1 : uma forma de doença depressiva na qual o humor varia entre os
extremos da depressão e da mania.
BIPOLAR 2 : uma forma de depressão bipolar na qual o humor varia entre a
depressão e a hipomania (maniabranda).
CICLO RÁPIDO: uma forma de depressão bipolar na qual as pessoas sofrem quatro
ou mais episódios em 1 ano
CICLOTIMIA: uma forma mais branda de depressão bipolar na qual o humor oscila
entre a hipomania e a depressão branda, também chamada de distúrbio ciclotímico.
3- MUDANÇAS FÍSICAS:
Durante a depressão, seus movimentos físicos podem mudar. A alteração mais
comum é eles ficarem mais lentos. Pode ser que seus ombros caiam quando você
estiver sentado. Você pode evitar os olhos das outras pessoas, preferindo olhar para
o chão. Você pode falar com extrema lentidão e usar menos palavras. Quando alguem
fala com você, poderá levar dois ou três minutos para finalmente responder com uma
única palavra. Os médicos chamam essa lentidão dos movimentos de retardamento
psicomotor.No entanto, o oposto acontece com algumas pessoas que sofrem de
depressão: elas acham impossível ficar paradas. Algumas andam repetidamente
de uma lado para o outro no cômodo. Outras desenvolvem gestos nervosos, tais
como o constante estalar de dedos ou puxar o cabelo. Os médicos chamam esses
movimentos acelerados de agitação psicomotora.
Quase todas as pessoas que sofrem de depressão se queixam de que tem menos
energia, poderão se sentir cansadas o tempo todo. Tarefas rotineiras tornam-se
exaustivas.
Muitos deprimidos sentem dores cronicas, especialmente de cabeça, de estômago
e nas costas, problemas gastrointestinais como prisão de ventre, indisgestão e a
síndrome do cólon irritado.
4- CAUSAS PRINCIPAIS DA DOENÇA DEPRESSIVA
As causas da doença depressiva são complexas e apenas parcialmente
compreendidas. Houve uma épocaem que os médicos achavam que a depressão
resultava basicamente de emoções ou pensamentos perturbados. A raiva reprimida,
por exemplo,era considerada uma das prováveis causas. Hoje em dia, contudo ,
a maioria dos médicos e pesquisadores acreditam que existem três causas
fundamentais da depressão – biológicas, genéticas (herdadas) e emocionais e/ou
ambientais – e que uma combinação de fatores contribui para a doença.
As causas biológicas incluem mudanças na atividade química do cérebro ou
flutuações na secreção de hormônios do corpo. As genéticas resultam em uma
vulnerabilidade herdada à depressão. As emocionais e/ou ambientais incluem
situações emocionais estressantes, tais como a ausência de pais amorosos ou a
morte de um dos pais durante a infância. A depressão pode se desenvolver a partir
da interação de fatores biológicos, genéticos, emocionais e ambientais. Se um dos
seus pais tem depressão, por exemplo, você pode ter herdado uma vulnerabilidade
com relação à doença ( um fator genético). Essa vulnerabilidade pode afetar a maneira
como seu cérebro reage (um fator biológico) ao estresse gerado pela perda do
emprego (um fator ambiental).
Às vezes, os sintomas da depressão são consequência de uma doença física, como o
efeito colateral de um remédio ou resultado do abuso do consumo de álcool ou drogas.
A depressão proveniente dessas causas geralmente desaparece quando a doença
física é tratada e a saúde retorna.
5- O CÉREBRO E A DEPRESSÃO:
Pesquisadores da doença depressiva estão especialmente interessados numa parte
do cérebro conhecida como sistema límbico, ela regula as emoções, os impulsosfísicos, tais como o desejo sexual e sua resposta ao estresse.
O sistema límbico é formado por varias estruturas diferentes. Um importante estrutura
é o hipotálamo, uma pequena área na base do cérebro. O hipotálamo é um centro de
controle que afeta muitos aspectos da nossa vida: o apetite, o sono, o desejo sexual,
a temperatura corporal, a reação ao estresse e a regulagem de muitas outras funções.
Além disso, essa região regula a glândula pituitária, que controla muitos hormônios
importantes. Outras partes do sistema límbico incluem o hipocampo e o complexo
amigdalóide, que nos ajudam a interpretar as emoções e agir com base nelas. O
alcance das atividades do sistema límbico é tão grande que um problema em qualquer
aspecto da sua rede de comunicação, inclusive no trabalho dos neurotransmissores,
poderia afetá-lo de muitas maneiras, até mesmo alterando seu humor, comportamento
e padrões de sono.
6- OS MENSAGEIROS QUÍMICOS E A DEPRESSÃO:
Os cientistas estimam que as pessoas tem centenas de neurotransmissores, mas
somente uns trinta foram identificados. Desses trinta, foram encontradas ligações
entre a depressão e a atividade de três principais neurotransmissores: a norepinefrina,
a serotonina e a dopanina. Os cientistas chamam esses neurotransmissores de
aminas biogênicas. Outros neurotransmissores também podem contribuir para a
depressão.
A norepinefrina, a serotonina e a dopanina estão ativas nas áreas do cérebro que
controlam as atividades que malogram durante a depressão. Cada neurotransmissor
opera, basicamente, em uma área especifica do cérebro. O cérebro possui milhões de
circuitos conectivos,ou caminhos, correndo entre seus neurônios. Dentre eles, apenas
uns poucos caminhos específicos contem norepinefrina, serotonina e dopanina.
A norepinefrina, por exemplo, opera em um circuito que serpenteia através dos
centros de prazer do cérebro, o hipotálamo e o sistema límbico. Juntas essas regiões
controlam nossas emoções; nossos impulsos físicos como o apetite, o sono e a
sexualidade; e a nossa reação ao estresse, também se concentra em partes do
cérebro ligadas ao medo e à memória.
A serotonina segue um caminho semelhante, mas se origina em certas células que
podem ser responsáveis pela agitação e o sono. A dopanina esta ativa em uma região
do cérebro associada às emoções.
Esses três neurotransmissores viajam por caminhos que chegam a muitas partes do
cérebro, que controlam atividades prejudicadas pela depressão e a mania.
Quando os cientistas começaram a compreender de que modo os neurotransmissores
ajudam o cérebro a se comunicar, eles apresentaram várias teorias sobre a forma
pelo qual o suprimento de neurotransmissores poderia afetar o humor de uma pessoa.
Essas teorias se basearam no fato de que os antidepressivos são capazes de aliviar
a depressão em certas pessoas, aparentemente, ajustando o suprimento de certos
neurotransmissores no cérebro. Por exemplo, dois tipos de antidepressivos aumentam
o nível de norepinefrina no cérebro. Um deles conhecido como antidepressivos
tricíclicos, impede a recaptação da norepinefrina. Outro tipo, chamado de inibidores
da monoamina oxidase ( MAOIs), interrompe a decomposição da norepinefrina na
sinapse. Como ambos os tipos de antidepressivos elevam asconcentrações de
norepinefrina do cérebro, uma das primeiras teorias sugeria que baixas concentrações
desse neurotransmissor causavam depressão, enquanto que altas concentrações
causam mania.
Entretanto , os pesquisadores demonstraram que a explicação para a depressão não
é simples. Eles descobriram que algumas pessoas deprimidas possuem elevados
níveis de norepinefrina. Alem disso, nem todas as pessoas deprimidas sentem-se
melhor depois que um antidepressivo eleva seus níveis de norepinefrina. Quando as
pessoas reagiam à medicação antidepressiva, geralmente, o faziam depois de varias
semanas, embora o medicamento elevasse de imediato os níveis de norepinefrina.
Obviamente, o papel da norepinefrina na depressão é mais complexo do que se
imaginava inicialmente.
O neurotransmissor serotonina também esta envolvido na depressão. Pesquisadores
descobriram baixos níveis de serotonina em algumas pessoas gravemente deprimidas,
inclusive algumas que tinham uma tendencia suicida. Portanto, alguns antidepressivos
atuam aumentando a serotonina em vez de norepinefrina. Neste caso, mais uma vez,
a ligação entre baixos níveis de serotonina e a doença depressiva não é clara, pois
algumas pessoas deprimidas tem um excesso de serotonina.
Os níveis de dopanina também se modificam durante os episódios da doença,
subindo durante a mania e caindo durante a depressão. Os medicamentos que
reduzem a dopanina, tal como a reserpina medicamento utilizado para problemas de
pressão arterial, às vezes causam depressão. A depressão também ocorre quando
doenças físicas como o mal de Parkinson reduzem o suprimento de dopanina.
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