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A Entrevista psicológica: seu emprego no diagnóstico e na investigação

Por:   •  28/11/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.081 Palavras (5 Páginas)  •  908 Visualizações

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A entrevista psicológica: seu emprego no diagnóstico e na investigação – Bleger

  • A entrevista é uma técnica de investigação científica – instrumento fundamental do método clínico.
  • Entrevista psicológica: investigação, diagnóstico e terapia.
  • Psicólogo: investigador e profissional
  •   Tipos de entrevistas: aberta ou fechada
  • Aberta permite aprofundar os aspectos da personalidade
  • Fechada permite comparar dados
  • O propósito da entrevista não é recolher dados sobre a história do paciente, mas configurar “o campo da entrevista segundo sua estrutura psicológica particular” (p. 10)
  • Entrevista como um fenômeno grupal ainda que com um único entrevistado.
  • Quem será o beneficiário no processo psicodiagnóstico?

Entrevista, consulta e anamnese

  • Entrevista é ≠ de consulta e anamnese
  • A entrevista é dos procedimentos de que o psicólogo dispõe para atender a uma consulta.
  • Anamnese é uma compilação de dados preestabelecidos com detalhes acerca da situação presente e da história de um indivíduo, de sua doença e de sua saúde. (p.12)
  • Entrevista como uma relação, onde o psicólogo entra com a intervenção técnica.
  • A técnica e a sistematização das variáveis dispensa a necessidade de um dom ou virtude imponderável.

A entrevista como campo

  • A regra fundamental da entrevista sob este aspecto é procurar fazer com que o campo seja configurado especialmente (em seu maior grau) pelas variáveis que dependem do entrevistado. (p. 14)
  • O campo está determinado pela modalidade da personalidade do entrevistado.
  • Enquadramento rígido de modo a transformar um conjunto de variáveis em constantes.
  1. Mudar o local pode interferir no campo.
  • O campo da entrevista não é fixo e sim dinâmico. (A atitude do entrevistador interfere)
  • Sistematização do campo
  1. Entrevistador incluindo sua atitude, sua dissociação instrumental, contratransferência, identificação, etc.
  2. O entrevistado, incluindo-se aqui a transferência, estruturas de comportamento, traços de caráter, ansiedades e defesas.
  3. A relação interpessoal, na qual se inclui a interação entre os participantes, o processo de comunicação, a ansiedade.

Concordâncias e Divergências

  • Diferente da anamnese que buscamos informações que supomos que o entrevistado saiba sobre ele mesmo, na entrevista precisamos deduzir o que ele não sabe sobre si.
  • O que não é dado como comportamento explícito aparece como comportamento não-verbal ou pela repetição (em psicanálise).
  • Sobre os diferentes esquemas oferecidos pelo entrevistado acerca de sua vida estabeleceremos uma relação de complementação ou de contradição.
  • A contradição não invalida a entrevista, antes permite conhecê-las e trabalhá-las se a intensidade da angustia assim permitir.
  • Os dados não devem ser avaliados em função de certo ou errado.
  • A rigidez do entrevistado na repetição de um mesmo esquema de vida pode indicar excesso de defesa.

O observador participante

  • O entrevistador é parte do campo, ou seja, em certa medida condiciona os fenômenos que ele mesmo vai registrar.
  • Não se trata de observação em condições naturais, mas sobre o fenômeno com a presença do observador.
  • Isso não invalida.
  • A entrevista não é uma distorção das condições naturais que nada mais é que a relação humana.

Entrevista e investigação

  • Uma entrevista frutífera inclui a investigação da conduta e da personalidade.
  •  O investigador vai construindo hipóteses e dando seguimento
  • Esclareça melhor o que você quer dizer com isso...
  • Observar bem consiste em ir formulando hipóteses

Transferência e contratransferência

  • Transferências positiva e negativa
  • Na transferência o entrevistado atribui papéis ao entrevistador e se comporta em função dos mesmos.
  • A contratransferência são as respostas do entrevistador às manifestações do entrevistado.
  • A observação na entrevista deve incluir a auto-observação.

Ansiedade na entrevista

  • A ansiedade é um indicador de desenvolvimento da entrevista.
  • Atenção ao aparecimento e principalmente ao grau de ansiedade que pode até mesmo inviabilizar.
  • Toda investigação implica a presença de ansiedade frente ao desconhecido. (p.25)
  • Se predominam as defesas a tarefa do entrevistador é desarmar essas defesas para que apareça certo grau de ansiedade o que é indicador de atualização dos conflitos.
  • Mesmo em situações muito claras não se deve ser ativo se isso significa oprimir o entrevistado com conflitos que não poderá tolerar.
  • TIMING – tempo próprio ou pessoal do entrevistado.

O entrevistador

  • O instrumento de trabalho do entrevistador é ele mesmo...
  • Caso não consiga graduar o impacto, sua tarefa se torna impossível: ou tem muita ansiedade e, então, não pode atuar, ou bloqueia a ansiedade e sua tarefa é estéril.
  • Uma má dissociação, com ansiedade intensa e permanente, leva o psicólogo a desenvolver condutas fóbicas ou obsessivas frente aos entrevistados, evitando as entrevistas ou interpondo instrumentos e testes para evitar o contato pessoal e a ansiedade conseqüente.
  • A rigidez e a projeção leva-se a encontrar somente o que se busca e se necessita, e a condicionar o que se encontra tanto como o que não se encontra.
  • Desempenhar e assumir o papel fomentado pelo entrevistado.
  • Desempenhar significa perceber a rejeitção, compreendê-la e encontrar os elementos que a motivam e utilizar essas informações para esclarecer o problema.
  • Assumir o papel representa a ruptura com o enquadre.
  • O isolamento profissional acaba encobrindo as dificuldades com a onipotência.

O entrevistado

  • Decisão própria ou é trazido?
  • Aquele que vem tem um certo insight ou percepção da sua doença e corresponde ao paciente neurótico, enquato que o psicótico é trazido. Aquele que não tem motivos para vir, mas vem porque o mandaram corresponde a psicopatia: é o que faz o outro atuar e delega aos outros suas preocupações e mal-estares.

Funcionamento da entrevista

  • Ler integralmente a página 33.
  • Segredo profissional com psicóticos e crianças
  • Tipos de silêncios – paranóide, depressivo, fóbico, confusional, etc.
  • Aquele que fala muito deixa de dizer o mais importante.
  • A descarga emocional intensa não é o melhor de uma entrevista.

A interpretação

  • A entrevista diagnóstica é sempre, e ao mesmo tempo, em parte, terapêutica.
  • O primeiro fator terapêutico é sempre a compreensão do entrevistador, que deve comunicar alguns elementos desta compreensão que possam ser úteis ao entrevistado.
  • Devemos interpretar somente com base nos emergentes, no que realmente está acontecendo no aqui e agora da entrevista.
  • A interpretação deve visar o benefício do entrevistado e não a descarga de uma ansiedade do entrevistador.
  • Uma entrevista tem êxito quando consegue esclarecer qual é o verdadeiro problema que está por trás daquilo que é trazido de modo manifesto. Toda interpretação fora de contexto e de timing é uma agressão.

Informe psicológico

  • A ordem em que se redige um informe não tem nada ver com a ordem em que foram escolhidos os dados ou com a ordem em que foram sendo feitas as deduções.
  • Ver página 37.

 

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