A Entrevista psicológica: seu emprego no diagnóstico e na investigação
Por: danielesoares • 28/11/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 1.081 Palavras (5 Páginas) • 907 Visualizações
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A entrevista psicológica: seu emprego no diagnóstico e na investigação – Bleger
- A entrevista é uma técnica de investigação científica – instrumento fundamental do método clínico.
- Entrevista psicológica: investigação, diagnóstico e terapia.
- Psicólogo: investigador e profissional
- Tipos de entrevistas: aberta ou fechada
- Aberta permite aprofundar os aspectos da personalidade
- Fechada permite comparar dados
- O propósito da entrevista não é recolher dados sobre a história do paciente, mas configurar “o campo da entrevista segundo sua estrutura psicológica particular” (p. 10)
- Entrevista como um fenômeno grupal ainda que com um único entrevistado.
- Quem será o beneficiário no processo psicodiagnóstico?
Entrevista, consulta e anamnese
- Entrevista é ≠ de consulta e anamnese
- A entrevista é dos procedimentos de que o psicólogo dispõe para atender a uma consulta.
- Anamnese é uma compilação de dados preestabelecidos com detalhes acerca da situação presente e da história de um indivíduo, de sua doença e de sua saúde. (p.12)
- Entrevista como uma relação, onde o psicólogo entra com a intervenção técnica.
- A técnica e a sistematização das variáveis dispensa a necessidade de um dom ou virtude imponderável.
A entrevista como campo
- A regra fundamental da entrevista sob este aspecto é procurar fazer com que o campo seja configurado especialmente (em seu maior grau) pelas variáveis que dependem do entrevistado. (p. 14)
- O campo está determinado pela modalidade da personalidade do entrevistado.
- Enquadramento rígido de modo a transformar um conjunto de variáveis em constantes.
- Mudar o local pode interferir no campo.
- O campo da entrevista não é fixo e sim dinâmico. (A atitude do entrevistador interfere)
- Sistematização do campo
- Entrevistador incluindo sua atitude, sua dissociação instrumental, contratransferência, identificação, etc.
- O entrevistado, incluindo-se aqui a transferência, estruturas de comportamento, traços de caráter, ansiedades e defesas.
- A relação interpessoal, na qual se inclui a interação entre os participantes, o processo de comunicação, a ansiedade.
Concordâncias e Divergências
- Diferente da anamnese que buscamos informações que supomos que o entrevistado saiba sobre ele mesmo, na entrevista precisamos deduzir o que ele não sabe sobre si.
- O que não é dado como comportamento explícito aparece como comportamento não-verbal ou pela repetição (em psicanálise).
- Sobre os diferentes esquemas oferecidos pelo entrevistado acerca de sua vida estabeleceremos uma relação de complementação ou de contradição.
- A contradição não invalida a entrevista, antes permite conhecê-las e trabalhá-las se a intensidade da angustia assim permitir.
- Os dados não devem ser avaliados em função de certo ou errado.
- A rigidez do entrevistado na repetição de um mesmo esquema de vida pode indicar excesso de defesa.
O observador participante
- O entrevistador é parte do campo, ou seja, em certa medida condiciona os fenômenos que ele mesmo vai registrar.
- Não se trata de observação em condições naturais, mas sobre o fenômeno com a presença do observador.
- Isso não invalida.
- A entrevista não é uma distorção das condições naturais que nada mais é que a relação humana.
Entrevista e investigação
- Uma entrevista frutífera inclui a investigação da conduta e da personalidade.
- O investigador vai construindo hipóteses e dando seguimento
- Esclareça melhor o que você quer dizer com isso...
- Observar bem consiste em ir formulando hipóteses
Transferência e contratransferência
- Transferências positiva e negativa
- Na transferência o entrevistado atribui papéis ao entrevistador e se comporta em função dos mesmos.
- A contratransferência são as respostas do entrevistador às manifestações do entrevistado.
- A observação na entrevista deve incluir a auto-observação.
Ansiedade na entrevista
- A ansiedade é um indicador de desenvolvimento da entrevista.
- Atenção ao aparecimento e principalmente ao grau de ansiedade que pode até mesmo inviabilizar.
- Toda investigação implica a presença de ansiedade frente ao desconhecido. (p.25)
- Se predominam as defesas a tarefa do entrevistador é desarmar essas defesas para que apareça certo grau de ansiedade o que é indicador de atualização dos conflitos.
- Mesmo em situações muito claras não se deve ser ativo se isso significa oprimir o entrevistado com conflitos que não poderá tolerar.
- TIMING – tempo próprio ou pessoal do entrevistado.
O entrevistador
- O instrumento de trabalho do entrevistador é ele mesmo...
- Caso não consiga graduar o impacto, sua tarefa se torna impossível: ou tem muita ansiedade e, então, não pode atuar, ou bloqueia a ansiedade e sua tarefa é estéril.
- Uma má dissociação, com ansiedade intensa e permanente, leva o psicólogo a desenvolver condutas fóbicas ou obsessivas frente aos entrevistados, evitando as entrevistas ou interpondo instrumentos e testes para evitar o contato pessoal e a ansiedade conseqüente.
- A rigidez e a projeção leva-se a encontrar somente o que se busca e se necessita, e a condicionar o que se encontra tanto como o que não se encontra.
- Desempenhar e assumir o papel fomentado pelo entrevistado.
- Desempenhar significa perceber a rejeitção, compreendê-la e encontrar os elementos que a motivam e utilizar essas informações para esclarecer o problema.
- Assumir o papel representa a ruptura com o enquadre.
- O isolamento profissional acaba encobrindo as dificuldades com a onipotência.
O entrevistado
- Decisão própria ou é trazido?
- Aquele que vem tem um certo insight ou percepção da sua doença e corresponde ao paciente neurótico, enquato que o psicótico é trazido. Aquele que não tem motivos para vir, mas vem porque o mandaram corresponde a psicopatia: é o que faz o outro atuar e delega aos outros suas preocupações e mal-estares.
Funcionamento da entrevista
- Ler integralmente a página 33.
- Segredo profissional com psicóticos e crianças
- Tipos de silêncios – paranóide, depressivo, fóbico, confusional, etc.
- Aquele que fala muito deixa de dizer o mais importante.
- A descarga emocional intensa não é o melhor de uma entrevista.
A interpretação
- A entrevista diagnóstica é sempre, e ao mesmo tempo, em parte, terapêutica.
- O primeiro fator terapêutico é sempre a compreensão do entrevistador, que deve comunicar alguns elementos desta compreensão que possam ser úteis ao entrevistado.
- Devemos interpretar somente com base nos emergentes, no que realmente está acontecendo no aqui e agora da entrevista.
- A interpretação deve visar o benefício do entrevistado e não a descarga de uma ansiedade do entrevistador.
- Uma entrevista tem êxito quando consegue esclarecer qual é o verdadeiro problema que está por trás daquilo que é trazido de modo manifesto. Toda interpretação fora de contexto e de timing é uma agressão.
Informe psicológico
- A ordem em que se redige um informe não tem nada ver com a ordem em que foram escolhidos os dados ou com a ordem em que foram sendo feitas as deduções.
- Ver página 37.
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