A Evolução Do Entretenimento E O Comportamento Dos Jovens
Ensaios: A Evolução Do Entretenimento E O Comportamento Dos Jovens. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: acadenico • 5/6/2014 • 1.957 Palavras (8 Páginas) • 257 Visualizações
A Evolução do Entretenimento e o Comportamento dos Jovens
Diego Gianni Gomes J. – Estudante de Comunicação Social, Terceiro Período em Jornalismo/2010. Matérias escolhidas: Cinema; Rádio; Filosofia.
Resumo
O artigo em questão apresenta uma reflexão sobre o comportamento das gerações jovens e atuais como consequência da evolução tecnológica dos meios de comunicação, com foco no entretenimento. Pretende-se mostrar, por meio de referências pertinentes ao rádio, cinema e filosofia, o poder e a influência que o entretenimento teve - e mantém – no comportanto juvenil ao longo da história contemporânea. Partindo do conceito discutido por diversos autores de que a evolução da tecnologia e dos meios de comunicação alterou o comportamento dos jovens, este trabalho científico busca uma reflexão comparativa comportamental de diferentes gerações com foco na indústria do entretenimento: o grau de exigência da geração atual poderia apresentar um crescente, levando em consideração a hipótese de que “tudo já foi criado”? Da Caverna de Platão aos filmes de hoje, a condição do homem como consumidor do entretenimento pode ter sido fortemente alterada em decorrência da evolução tecnológica. Partindo dessa ideia, algumas questões serão apresentadas no decorrer do texto: seria atualmente a tecnologia o principal elemento de inovação para o entretenimento dos jovens? As possibilidades múltiplas de comunicação alteram o nível de receptividade dos jovens de hoje? A indústria do entretenimento ainda é capaz de criar seus “mitos” com a facilidade de outrora?
Palavras-chave
Entretenimento; comunicação; comportamento; jovens.
Corpo do trabalho
O romancista inglês William Thackeray¹ escreveu certa vez: “suba no aterro da contenção. Fique em pé sobre a linha do trem – e olhe para o outro lado...tudo acabou!”.
Essas palavras de Thackeray são citadas por Geoffrey Blainey em seu recente livro “Uma breve história do mundo”. No século XIX, Thackeray se referia ao fato de a Inglaterra ser o primeiro país a ser riscado por vias férreas. Um novo tempo havia começado. Cavalos já não representavam o ápice da velocidade. Batalhas; serviços de correio; busca por mantimentos; transporte; mão de obra; enfim, a maneira de as pessoas viverem o cotidiano, nunca mais seria a mesma. A máquina a vapor representava os primeiros passos significativos de um mundo que se habituaria a ser cada vez mais veloz.
¹ THACKERAY, William, 1860, trecho do poema citado no livro Uma breve história do mundo, p. 262.
A Geração Que Não Quer Esperar
Traçando um paralelo do surgimento da máquina a vapor aos dias da era digital deste terceiro milênio, pode-se observar inúmeros exemplos de como a
evolução da tecnologia e dos meios de comunicação alterou o comportamento dos jovens.
André Lemos, professor da Universidade Federal da Bahia, escreve em seu estudo (Cibercultura Remix, 2.002) sobre a velocidade da troca de informações propiciada pela internet e o comportamento sociocultural:
“As diversas manifestações socioculturais contemporâneas mostram que o que está em jogo com o excesso e a circulação virótica de informações nada mais é do que a emergência de vozes e discursos, anteriormente reprimidos pela edição da informação pelos mass média. Aqui a máxima é “tem de tudo na internet”, “pode tudo na internet”.
Neste mundo de hoje, veloz, ágil e globalizado, os jovens que nasceram especificamente neste terceiro milênio cresceram com uma forma de entretenimento tão variada e possibilidades tão múltiplas de comunicação, que não estão mais habituados a “esperar”. Não faz parte do comportamento desses jovens assistirem os intervalos comerciais de um programa de rádio e televisão, tampouco aguardarem meses para que um episódio de determinado seriado americano seja transmitido no Brasil, por exemplo. O entretenimento deve ser imediato, instantâneo, de um link para o outro, “na hora que a pessoa quiser”.
Para ilustrar melhor esse comportamento, nada mais apropriado do que citarmos o seriado Lost. Recentemente, a revista Super Interessante descreveu Lost como “o seriado do mouse”, ou seja, nenhum fã da série americana quer esperar pelo próximo episódio, dias ou semanas depois. Jovens espalhados por todo o mundo trabalham cooperativamente para que os episódios possam ser acessados pela internet imediatamente após a veiculação na rede americana, com as devidas legendas para cada país que acompanha a série.
“(Lost) formou seu império enquanto a internet fazia a liberdade do controle remoto parecer limitada. Na TV tradicional, mesmo com a facilidade de escolher o canal, as pessoas ficavam a mercê da grade de programação das emissoras”. (Eduardo Szklarz, Super Interessante fev/2010, p. 08)
Geração James Dean
Jovem, blusão de couro, topete, calça jeans, camiseta branca e uma moto. A imagem do ator James Dean nas telas de cinema influenciou e marcou a geração americana da década de 50. Jovens até então bem comportados, queriam a todo custo imitar o estilo e o modo de agir do seu ídolo. O entretenimento, seja ele por rádio, cinema, televisão, entre outros, tem o poder de mudar o comportamento dos jovens.
É importante salientar que, “entretenimento”, aqui não deve ser associado meramente a ideia de “divertir”, mas sim, algo que pode acarretar em mudanças na moda, política, filosofia, economia, em suma, o que compõe uma sociedade.
De todas as formas de arte e expressão, o cinema talvez seja a arte que mais tem poder de influência sobre as pessoas, mesmo que nos concentremos apenas nos filmes classificados como “indústria do cinema”, filmes que objetam enormes bilheterias e grande parte das vezes tem pouco conteúdo a mostrar. Nenhum diretor de cinema ou ator pode prever se determinado filme, cena ou estilo irá mudar o comportamento de uma geração. Essa resposta vem do público e ninguém mais.
Arlindo Machado, doutor em comunicações e professor do departamento de rádio, cinema e televisão da USP, faz uma reflexão interessante em um de seus livros:
A questão visceral para uma
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