A Importância da Psicanalise Como Terapia

Importância da Psicanálise como terapia

Marina Cota Braga

Módulo 2

        “Olhe para dentro, para as suas profundezas, aprenda primeiro a se conhecer” (Sigmund Freud).

        Conhecer e entender os nossos sentimentos e comportamentos não é uma tarefa fácil e requer um longo histórico de experiências e vivências. Na teoria freudiana esta ideia é reforçada ao mostrar que o caminho em direção ao autoconhecimento é essencial para conseguirmos uma vida equilibrada e autêntica. Acredito que buscar a psicanálise como terapia, seja a forma mais madura para tratar os conflitos internos que vem do inconsciente. Diante das pulsões, o sujeito se encontra preso a uma energia a qual é atacada, distorcida, denegrida para se ter noção com a realidade e adaptação social.

        A terapia psicanalítica contribui muito para acessar esses traumas, os desejos (reprimidos) vindos da infância. Freud durante seus estudos, criou um conjunto de técnicas e teorias aos quais o psicanalista consegue acessar o inconsciente do paciente; contribuindo para um processo de autoconhecimento e descobertas que envolvem um passado até então nunca acessado. É através das portas do inconsciente: sonhos, transferência (relação analista x paciente), chiste e atos falhos (equivoco na fala – porque nenhum gesto, pensamento ou palavras acontecem por acaso), e o próprio sintoma desenvolvido por cada paciente, a livre associação (refere-se à necessidade do paciente falar tudo que vier a cabeça)  que o psicanalista tem uma responsabilidade primordial para  avançar na cura do verdadeiro “eu”.

        Vale ressaltar que a psicanálise não trata doença e sim doentes. A psicanálise é um ato de se esculpir, curar de você mesmo. É através dela que podemos olhar para nós mesmos e pensar nas razões que nos levam a determinados pensamentos e atitudes sem que saibamos por quê. É tratando o inconsciente que teremos respostas para aceitar o que parece inaceitável, amenizar, enfrentar e até mesmo tratar os medos, fobias, culpas, traumas, sintomas de ansiedade e depressão. Freud, ao elaborar a teoria do trauma, deixa claro a importância da psicanálise como terapia para a cura do mesmo; pois as marcas deixadas nos inconsciente do sujeito refletem negativamente na vivência, nos padrões de comportamento. E pelas diferenças do ser, por nenhum sentimento, trauma, dor serem iguais é que Freud justifica-se que tudo que está no consciente não é idêntico a aquilo que está no inconsciente. Por isso a necessidade em trazer para a consciência o que está reprimido no inconsciente. E Freud faz uma comparação muito coerente da mente com a figura de um iceberg, sendo; a parte visível a consciência, a parte submersa o pré-consciente que ora toca a superfície da consciência, e a parte oculta que abriga os desejos e lembranças reprimidas é o inconsciente.

        A psicanálise usada como terapia, bem aplicada, pode esclarecer ao sujeito até além do que ele busca compreender. As teorias de Freud são assertivas e a mente era o maior desafio. O pai da psicanálise criou um modelo estrutural da personalidade, organizado em três estruturas: Id (princípio do prazer, é a fonte da energia psíquica) desconhece o juízo, lógica, valores, ética ou moral, é completamente inconsciente. Ego (princípio da realidade) principal lugar da consciência, o ego é o agente da mente que exerce as repressões e consolida vários impulsos antes que sejam postas em ação. Superego é a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade. No consultório de psicanálise é tratado o ego, e este está constantemente sob tensão, tentando harmonizar os impulsos do Id e adequando as repressões do Superego. Portanto, um bom psicanalista nunca para de estudar e se aprofundar, ele precisa ser autodidata. Freud era um incansável estudioso da mente humana. A sede por aprofundar e saber sempre mais é que o fizeram destacar na psicanálise. E devemos buscar incansavelmente uma melhor versão nossa e do paciente que procura na análise o seu autoconhecimento.

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