A Influencia da Mídia nas Crianças
Por: Thaynara Damasio • 8/11/2017 • Dissertação • 1.484 Palavras (6 Páginas) • 281 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS - UFGD[pic 1]
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS – FCH
DISCIPLINA: PSICOPATOLOGIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
DOCENTE: CONRADO NEVES SATHLER
DISCENTE: THAYNARA RODRIGUES DAMÁSIO
TEMA: Influências da mídia na vida das crianças que estão na televisão e das que assistem.
Esse texto irá apresentar e discutir as possíveis influências que a mídia televisiva exerce sobre as crianças, e como essas influências pode causar efeitos negativos na sua formação. A mídia consiste em um conjunto de vários meios de comunicação com a função social de informar e transmitir conteúdos variados, não se restringindo à programas, mas abrangendo, jornais, propagandas, vídeos, cinema, novelas e desenhos, de forma que as crianças que possuem fácil acesso tendem a ficar mais tempo em frente à televisão, ao invés de realizar outras atividades em seu tempo livre.
Assim segundo Jorge aput Ribeiro (2004), a televisão acaba sendo um ponto de referência, entretenimento e informação, no cotidiano da família, estando sempre à disposição, mas que alimenta com facilidade a imaginação infantil com todo tipo de fantasia.
De acordo com o levantamento do Ibope feito com crianças de 4 a 11 anos, as mesmas são campeãs mundiais de maior tempo diário enfrente a tevê, considerando uma das formas de entretenimento preferida entre as crianças. Para Pereira (2011), o problema existe no fato que as crianças são seres de desenvolvimento psíquico, afetivo e cognitivo, sendo que a maioria ainda não possui a capacidade crítica de pensamento formada para compreender discursos persuasivos, manipuladores que marcam o meio midiático, ou seja, por serem inexperientes acabam sendo influenciáveis pela mídia em geral.
Considerando que a mídia exerce forte intervenção no sistema educacional e social da criança, com enfoque nos aspectos de sua aprendizagem, Gomide (2002), diz que a aprendizagem é marcada por dois fatores, a imitação, e a identificação, onde a criança tende não só imitar, mas se familiarizar e se sentir bem com o conhecimento adquirido, é importante destacar neste contexto, que segundo Bandura (2008 aput Bick, 2013), a influência, tanto positiva como negativa da mídia ocorre pela aprendizagem social definida por modelação simbólica e influenciada por instinto natural, ou seja, por identificação com o objeto da imitação.
Segundo Costa (2009 aput Bick, 2013) “a mídia cria e reproduz valores que levam a criança a acreditar que as pessoas, as imagens, os objetos, enfim tudo que se apresenta são as coisas que existem e que, portanto, deve ser respeitada e adquirida.”, ou seja, a criança é muito sensível ao que a mídia expõe, como por exemplo, a exposição de programas ou desenhos violentos, que podem ocasionar a aprendizagem de um determinado comportamento negativo, ou a dessensibilização, podendo ainda desenvolver medos e fobias nas crianças, caracterizando um estado de sofrimento.
Vale ressaltar que a mídia possui estratégias para atingir seu objetivo de formar sujeitos consumidores de seus serviços, utilizando como um fator importante, o consumismo desenfreado, através da produção de propaganda por meio dos comerciais e dos próprios desenhos e programas infantis. Assim é necessário entender que a criança nasce e se estabelece como pessoa neste meio, considerando os fatos das novas formas de criação, em que as crianças ficam expostas frequentemente a esses meios midiáticos, acarretando a sua reprodução e aprendizado estigmatizados, que não só influenciam no consumo de produtos, como também a emitir princípios e valores nem sempre positivos.
As crianças são suscetíveis às representações sociais, ao consumo, a criação de valores, sexualização, a agressividade, a pornografia entre outros fatores, sendo que tais elementos estão a todo o momento em emissão na televisão, influenciando também na construção de caráter, nos seus hábitos alimentares e na sua identidade, visto que a mídia procura formar sujeitos que geram estilos e modos de ser, com a ideia de produzir consumidores e indivíduos sem capacidade de posicionamento.
Andre Iwoff (2013, aput Carvalho) ganhador do prêmio Nobel de medicina, por meio de seus estudos, concluiu que a televisão é o principal fator de retardamento intelectual e afetivo nas crianças. Considera que a criança que passa muito tempo na televisão pode estar suscetível a consequências negativas, como a queda no interesse na escola, sedentarismo, dificuldades de interação, e até obesidade, podendo também desenvolver riscos maiores desde a depressão à ansiedade e a baixa autoestima.
Ribeiro (2004) comenta sobre o conteúdo sensacionalista, da mídia que expõe um papel manipulador e influenciador do comportamento e pensamentos nas crianças, não só aquelas que estão na posição de receptor, mas, também o de emissor, ou seja, as crianças atuantes dentro da mídia. Considerando que a presença delas no meio midiático é aparentemente ingênua, são colocadas dentro do espaço de entretenimento, porém é importante preservar os direitos da participação, garantindo à proteção e a liberdade da criança, para não haver nenhuma forma de exploração (Carneiro, 2012).
A participação da criança na mídia é reconhecida pela Convenção dos Direitos da Criança (1989), visto que a criança é um sujeito em formação, portanto a mídia assume responsabilidade social para valorizar e proteger a mesma.
Vale destacar que geralmente a presença de criança nos programas de televisão atrai a atenção de audiência de criança em sua maioria, pois as crianças agradam ouvir o que pensam e sentem de outras crianças que são significativas para elas. (JEMPSON, 2002, aput Carneiro).
Pensando no trabalho infantil, a Organização Internacional do Trabalho, na sua Convenção n° 138 de 1973, implementou, limites de idade mínima para o trabalho, mas também concedeu exceções nas quais as crianças são autorizadas a atuar no trabalho artístico, porém com algumas condições entre elas uma permissão concedida pelo Juiz da Infância e Adolescência, entretanto os direitos das crianças e as leis são desrespeitadas frequentemente. Cavalcante (2013) aput Sousa diz sobre isso que “[...]não existem cuidados especiais em adaptar a produções às necessidades do artista mirim e que as relações são estabelecidas em ambiente de pressão, competição e vaidade, afetando o emocional e o físico da criança[...]”
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