A Leitura Crítica
Por: Leandro Neves • 8/10/2019 • Trabalho acadêmico • 1.465 Palavras (6 Páginas) • 163 Visualizações
[pic 1]
Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Trajano
Disciplina: Modernidade em temas Contemporâneos
Professor (a): Dilma Beatriz Rocha Juliano
Aluno (a): Leandro Neves Coelho
Leitura crítica Foucault: Do poder disciplinar ao biopoder e
Post-Scriptum sobre as sociedades de controle, de Gilles Deleuze:
A genealogia do poder, poder soberano e disciplinar e biopoder
Foucault, apesar de não se dedicar exclusivamente a um livro quanto ao tema relacionado ao poder, foi a fundo nas questões relativas a sexualidade e loucura, prisões ou asilos, nunca deixando de lado a preocupação com o tema.
Na análise dos conceitos de biopoder e poder disciplinar de Foucault é encontrável dois equívocos. O primeiro é uma confusão sobre o conceito desses poderes, o segundo é relativo ao próprio conteúdo do conceito foucautiano de poder.
Iniciando com a fase genealógica, tratada no texto, existem algumas preocupações metodológicas, sengo a primeira sobre o princípio de localidade, que é aquilo que faz com que o poder seja analisado em suas instituições locais e em suas formas, o segundo seria a exterioridade ou a objetivação, que busca o poder naquele ponto, estabelecendo e produzindo efeitos. A terceira sobre a transitoriedade, o poder circula sem estar na mão de qualquer pessoa, a quarta seria sobre ascender o poder, que parte de seus mecanismos infinitos até chegar no geral, no global. A última é sobre um não ideologizado onde o filósofo busca substituir os as ideologias pelos saberes.
Tendo o poder soberano sendo substituído pelo poder disciplinar, as instituições disciplinares que surgiram ao decorrer dos tempos vieram para manter em rédeas curtas a sociedade através de contratos, de acordos, sendo assim é possível fazer uma mensão ao poder soberano, nesse caso o ceder ao poder se dá através de um pacto, um contrato.
Na concepção marxista, isso ressalta a ―funcionalidade econômica do poder‖, isto é, mantêm as relações de produção e reproduzem a dominação de classe, operada pelo capitalismo. Foucault nota que houveram efusões de dispositivos disciplinares por conta da forma de poder que ela exerce para aumentar o saber e a produção. Sendo três os principais, o olhar hierárquico, a sansão normalizadora e o exame, todas em parceria visto que uma vez a hierarquia domina e traça limites, a sansão pune pela norma, como uma lei, e o exame vigia a sansão, trazendo o funcionamento das relações de poder, trazendo como resultado o saber.
Enquanto o biopoder acarreta a massificação dos homens, a disciplina promove a individualização dos mesmos, fazendo com que os efeitos do biopoder apareçam no global, no coletivo, sejam eles nascimentos, doenças, taxa de natalidade e tudo mais.
Poder disciplinar e biopoder se sobre e superpõem-se a todo momento sem parar. Temos como exemplo a sexualidade, a importância estratégica em pleno século dezenove, tendo em vista a dependência simultânea dos processos biológicos e disciplinares, massificantes e individualizantes, regulamentadores e controladores. Assim como a sexualidade a própria medicina produz e possui efeitos disciplinares e regulamentadores, tendo em comum a norma, as regras, um padrão. Estão sempre ligados por operarem como categorias historicamente constituídas por conta da própria sociedade, dogmas, culturas, e tudo mais.
A microfísica do poder
Para entender como funcionam as relações de poder e como elas são formadas, Foucault analisa o poder nos níveis periféricos da sociedade, para então ter uma noção melhor e mais clara de como esse poder se torna onipresente em todas as estruturas sociais, ele redireciona seu olhar a instituições como escolas, quartéis, hospitais, e outros nesse mesmo contexto. O poder não vem diretamente do Estado, ele não é detentor e provedor disso, “o poder está em toda parte; não porque englobe tudo, e sim porque provem de todos os lugares” (FOUCAULT, 1988, p. 89). Com a citação podemos citar alguns exemplos estruturais e organizacionais como um hospital que possui o olhar hierárquico anteriormente falado, possui normas que ditam como agir, possui um poder. Outro exemplo seria uma academia de artes marciais, como Jiu Jitsu, também é notável esses três princípios e principalmente a relação do poder com as normas, a padronização, quem comanda a situação sempre será o mais graduado, na ausência de um professor, o mais graduado comanda.
A fabricação de indivíduos máquinas
No tema, será abordado a situação em que o indivíduo age como máquina, programado e moldado pelo poder, pelas normas.
A disciplina “fabrica” indivíduos; ela é a técnica especíÞ ca de um poder que toma os indivíduos ao mesmo tempo como objetos e como instrumentos de seu exercício. Não é um poder triunfante que, a partir de seu próprio excesso, pode-se Þ ar em seu superpoderio; é um poder modesto, desconÞ ado, que funciona a modo de uma economia calculada, mas permanente. Humildes modalidades, procedimentos menores, se os comprarmos aos rituais majestosos da soberania ou aos grandes aparelhos do Estado (FOUCAULT, 2010, p. 164).
A fabricação é lenta, porém na atualidade de fácil identificação. É perceptivel ao observar um quartel ou uma base de qualquer exército, marina ou afins. Dentro das normas o indivíduo deve zelar sua reputação e imagem de "herói", de corajoso, forte, viril são disciplinados a seguir isso. O processo é lento e gradual, o soldado no começo vai sendo corrigido aos poucos, sofrendo penalidades ao serem vigiados, assim tornando os hábitos cada vez mais automáticos.
Deleuze
O texto começa com pensamentos a respeito das sociedades disciplinares nos séculos VIII e XIX, trazem a respeito do indivíduo estar sempre em um espaço fechado, passando de um a outro, seja da casa para escola, da escola para o trabalho e aí vai. Assim, "a heroína de Europa 51" exclamou, ao ver operários de uma fábrica, "pensei estar vendo condenados".
...