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A Psicanálise Silvestre De Freud

Por:   •  30/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.133 Palavras (5 Páginas)  •  2.403 Visualizações

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Num sentido amplo, a psicanálise selvagem refere-se ao uso equivocado da psicanálise.

Freud em seu texto relata um caso um suposto psicanalista que atendeu uma mulher com estados ansiosos, supostamente devido ao divórcio de seu último marido. Conforme a mesma disse, este “psicanalista” informou que a causa de sua ansiedade era a falta de satisfação sexual que ela possuía e que a mesma só se curaria se voltasse com o marido, se tivesse um amante ou se satisfizesse consigo mesma. A mulher religiosa, frente ao que ouviu se recusou a fazer tais coisas pois as considerava repugnantes e contra seus sentimentos morais e religiosos. Ela então procura Freud, conforme o próprio médico lhe sugeriu, para confirmar tudo que foi dito. A partir disso, Freud começa a dissertar acerca da Psicanálise Selvagem.

O uso equivocado da psicanálise pode prejudicar a vida do paciente, uma vez que pode tornar certos sintomas negativos consideravelmente mais intensos, como foi o caso do exemplo citado acima, uma vez que a paciente relata que sua ansiedade se tornou consideravelmente mais intensa após o atendimento com médico. Outro fator de risco, refere-se ao fato de que o paciente acredita que está sendo tratado e se não tiver resistências internas, não chegará à cura de sua patologia.

Além disso, esta atuação distorcida sobre a psicanálise aumenta às resistências existentes dos pacientes de buscar ajuda psicanalítica, e isto deve ser evitado. Ao considerar equivocadamente uma teoria ou apenas uma parte de um conceito, o analista sem dúvida simplifica grandemente o problema. Ou seja, os problemas referem-se à falta de conhecimento do analista.

Torna-se relevante aprender e não ignorar as teorias psicanalíticas, bem como compreender a natureza e finalidade das mesmas.

Freud apresenta então a importância do analista se submeter às regras técnicas e às teorias científicas. As regras técnicas dizem respeito ao profissional, à sua postura em tratar certos assuntos com tato e consideração, visto que nem todos os assuntos são aceitados com facilidade pelos pacientes.

É necessário portanto que o médico tenha um contato bem logo com o paciente, conseguindo uma ligação suficiente com o mesmo para desta forma conseguir fazer com que ele reconheça e domine as resistências que o conduziram à repressão e ao não saber. As tentativas do médico de surpreender o paciente, contando segredos descobertos logo na primeira sessão é uma técnica inadmissível, uma vez que além de poder estar equivocado, o médico pode levar o paciente à ter uma inimizade com ele e esta inimizade o impede de ter qualquer influência ulterior sobre o paciente.

Além disso, apenas dizer ao paciente sobre seu problema, qual sua ligação com o corpo, sobre seu inconsciente e tirá-lo da ignorância dando a ele informação não o faz recuperar-se, e isso é outro ponto importante a ser considerado, uma vez que se o saber sobre determinada patologia a curasse, bastava ler sobre a mesma em algum livro.

Faz-se necessário então necessário que o profissional esteja familiarizado com a técnica psicanalítica, técnica não adquirida apenas em livros, sem descobertas, sacrifícios e cansaço, é necessário contar com aqueles profissionais que já utilizam desta técnica e buscar conhecimento.

Os erros referentes às teorias científicas dizem respeito a entender e a se familiarizar com as teorias psicanalíticas, não atribuindo significados errôneos aos assuntos abordados pela vertente. É importante considerar as obras e conceitos em seu sentido científico e não popular. O médico por exemplo, não entendeu o conceito de sexual abordado pela psicanálise e de maneira reducionista, acreditava que o sexual se limitava às necessidades sexuais em relação ao coito e aos atos produtores de orgasmos, para ele a satisfação sexual seria a cura para os sentimentos neuróticos. Entretanto, de acordo com a psicanálise, a sexualidade vai muito além da sua posição vulgar e o fator mental na vida sexual do sujeito não deve ser subestimado ou desdenhado. Quem não participar desde ponto de vista sobre a sexualidade não pode trabalhar e expor teses psicanalíticas.

Acredita-se que não só em relação à sexualidade, mas todos os termos, conceitos, teorias e técnicas psicanalíticas devem ser levadas em consideração, evitando erros inaceitáveis como exemplificado. Quem não participar do ponto de vista psicanalítico não deve trabalhar com ele e desta forma, é importante que o profissional que foge às regras das teorias psicanalíticas carregar com ele as responsabilidades de seu trabalho, e não atribuí-las à psicanálise.

Conclui-se portanto que utilizar um conceito psicanalítico no sentido popular, ou generalizá-lo, ignorando seu real conceito e seus reais ensinamentos ou utilizar apenas um conceito/aspecto da teoria e aplica-lo de maneira individual, sem levar em consideração as reais hipóteses da psicanálise é um erro que foge ao tratamento psicanalítico.

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