A Psicodinâmica do Trabalho Distúrbios Clássicos

TRÊS GRANDES TEORIAS

 Teoria do estresse

 Abordagem epidemiológica do trabalho

 Psicodinâmica do trabalho Distúrbios clássicos (Dejours)

Ergologia do Trabalho (Yves Schwartz e Yves Clot)

Apresentação do campo da saúde: situando a saúde na perspectiva biopsicossocial ampliando o conceito de saúde.

4 dimensões do conceito de saúde ampliado:

1- Dimensão subjetiva do adoecer e do sofrimento – somente o sujeito pode não ser para o outro.

2- Dimensão estatística e nosográfica: estatística – porque liga uma determinada comunidade a um evento biológico que está acontecendo e nosográfica – porque dá a descrição da doença, o quadro sintomatológico, e as possibilidades de associar determinado quadro a prevalência em determinada população, a vida de uma determinada pessoa.

3- Dimensão social do sofrimento e do adoecimento – normalmente pensa-se no sujeito adoecido pelas questões biológicas (corpo que adoece = adoece o sujeito ou alguém que adoece mentalmente e adoece o sujeito). Mas precisa-se pensar que um sujeito que não tem um trabalho digno, também é um sujeito que vai adoecer. Não se pode dizer que tem saúde um sujeito que tem um esgoto a céu aberto em frente a sua casa, ou não tem acesso mais básico ao que a sociedade oferece (educação, saúde, possibilidades de freqüentar ambientes culturais...).

As três dimensões associadas a uma dimensão Ética e Estética do sofrer determinam o conceito de saúde ampliado.

4- Dimensão Ética e Estética do processo de adoecimento (saúde/doença) – que associa o adoecimento (doença em si) à incapacidade.

Saúde é a capacidade de produzir socialmente, serve de repercussões:

 Ser vagabundo;

 Ser aposentado;

 Estar incapacitado;

 Estar/ser encostado;

Esses 4 parâmetros X conceito de normal vai nos dar o parâmetro para estudar saúde mental no trabalho.

A normalidade é conquistada e mantida a força perante as situações sociais, logo não somos normais estamos normais perante determinada característica isso pode mudar muito rapidamente desde que o sujeito mude o padrão de sua vida.

RELAÇÃO SAÚDE MENTAL E TRABALHO como aquilo que é produzido e derivado das relações DE e E no trabalho. Ex.: levar xixi do chefe é normal ou não?

Vivências do trabalho geradoras de sofrimento, normalmente são normalizadas por um determinado tempo em que os sujeitos conseguem suportá-las “dar conta” disso, mas o processo de adoecimento mental do trabalho, processos psíquicos, não é algo que acontece do dia para a noite, ele é o fruto de um longo processo de sofrimento no trabalho.

Se toda a perspectiva do trabalho é uma perspectiva identificatória (o sujeito se identifica com aquilo que faz) então se o sujeito passa a se identificar com o sofrimento ele passa a ser o sofrimento. Se o sujeito se identificar com as vivencias de prazer, vivências subjetivas de bem estar que produzem para o sujeito satisfação ele será identificado dentro dessa perspectiva.

PRAZER X SOFRIMENTO

Ambos são complementares e não existe um sem o outro

Determina o quanto de saúde mental pode ou não estar

associada a uma determinada jornada de trabalho

IMPORTANTE: as pessoas percebem de forma diferente as mesmas vivências de trabalho;

PERCEPÇÃO: dá conta da história individual do sujeito que chega ao ambiente de trabalho já com a sua história constituída com seus processos subjetivos formalizados que dá conta também dessa relação com outras histórias subjetivas de outras pessoas que estão ali e com a rotina dos processos de trabalho que normalmente são estabelecidas antes da chegada do sujeito a este ambiente de trabalho.

SAÚDE MENTAL E TRABALHO: relação muito tênue, algumas vivências de trabalho são marcadas pelo sofrimento intenso seja no campo individual ou no campo social, ex.: catadores, lixeiros – representação social (trabalho degradante - traz imagens sociais de degradação) muitas vezes equiparados ao próprio lixo com que trabalham. Outro ex.: mulher do cafezinho – representação social (trabalho invisível) quanto melhor faz seu trabalho mais invisível se torna. Trabalho que não traz significação para o sujeito, não produz identificação positiva não pela natureza do trabalho, mas por suas características subjetivas, ex.: estudante graduado de direito, ele consegue se graduar, tem que esperar para fazer a prova da OAB, enquanto não fizer, tem o título de Bacharel que não lhe permite exercer a profissão e ele tem que continuar trabalhando em outras profissões que utilizam seu conhecimento, mas que não lhe permite a identificação como advogado porque ele ainda não é, (logo este trabalho lhe causa sofrimento porque ele se esforça, está tão próximo mas lhe falta o reconhecimento do que se tornou).

Essas três dimensões vão nos dar uma perspectiva psicossocial sobre trabalho porque não é exatamente o exercício do trabalho que é adoecedor, mas é as imagens sociais que são construídas sobre esse fazer.

PRAZER E SOFRIMENTO: nesse limite tênue do que é prazer e do que é sofrimento se instauram diferentes modos de pensar como o trabalhador adoece e adoecido o sujeito podemos compreender essas relações.

3 modelos teóricos: como o modelo teórico pode influenciar em nossa prática? A maneira e o método de como vamos abordar as coisas, geralmente se escolhe pela que faça mais sentido para a pessoa, ou uma opção técnica ex.: esse método me dá melhores resultados para os ambientes de trabalho em que vou trabalhar.

1ª TEORIA – TEORIA DO ESTRESSE: surge na década de 30 quando o médico endocrinologista, Hans Selye, começou a estudar corpos de trabalhadores que morreram subitamente em ambientes de trabalho (trabalhadores saudáveis sem nenhuma patologia significativa) que morreram de exaustão sobre a máquina, percebeu que a glândula adrenal ou supra-renal (onde produz adrenalina) estava relativamente aumentada o que significava que