A Psicofármacologia na Depressão
Por: Débora Marinho • 18/11/2019 • Trabalho acadêmico • 576 Palavras (3 Páginas) • 142 Visualizações
DEPRESSÃO
Os antidepressivos tricíclicos (ADTs) e os inibidores da monaminooxidase (IMAOs) foram os primeiros descobertos através de observação clínica. Os ADTs agem em nível pré-sináptico, bloqueando a recaptura de monoaminas. Seu uso foi limitado em função de sua baixa tolerabilidade e risco de toxicidade, resultado de sua atividade pós-sináptica que varia de acordo com o sistema neurotransmissor envolvido. Seus principais efeitos colaterais são resultantes de sua ação anticolinérgica, como: tontura e sedação, alterações cognitivas e comprometimento subclínico da memória. Já os associados ao bloqueio muscarínico são: boca seca, visão turva, constipação e esforço para urinar. Aumento de ansiedade e "síndrome tricíclica precoce" podem ocorrer nos primeiros dias de tratamento, principalmente em pacientes com ataques de pânico, e melhoram com associação de benzodiazepínicos. O custo inicial dos ADTs é mais baixo do que o de outros antidepressivos, mas computando os custos totais do tratamento (horas de atendimento e exames regulares para controle das taxa) os IRSs ficam mais baratos, melhor tolerados e mais seguros na superdosagem.
Os IMAOs tem seu mecanismo de ação baseado na inibição da monaminooxidase (MAO), enzima responsável pela oxidação de neurotransmissores. A redução das MAOs resulta em uma maior na disponibilidade de neurotransmissores, gerando sua ação terapêutica. Os subtipos dos IMAOs são: os seletivos e os não seletivos. Os não seletivos se ligam de forma irreversível às MAOs, o que significa que após a interrupção medicamentosa, o organismo terá que produzir novas MAOs (o que só costuma ocorrer após 2 semanas). O uso dos IMAOs ficava comprometido em função do risco da interação com tiramina e o risco de crises hipertensivas, potencialmente fatais. Recentemente foram desenvolvidos IMAOs seletivos, que possuem compostos reversíveis e contornam o problema das crises hipertensivas. Mas outros efeitos colaterais freqüentes devem ser observados, como: hipotensão ortostática grave (vertigens e tonturas, especialmente ao levantar; podem ocorrer quedas), diarréia, edema nos pés e tornozelos, estimulação simpática (taquicardia e palpitação), ganho de peso, nervosismo e excitação.
Atualmente, contamos com uma classe mais nova de antidepressivos: os inibidores seletivos de recaptação (ISR), que agem em um único neurotransmissor/ receptor (ou em múltiplos), sem ter como alvo outros sítios receptores cerebrais não relacionados com a depressão (tais como histamina e acetilcolina). Seus efeitos colaterais mais freqüentemente relatados são: gastrintestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia), psiquiátricos (agitação, ansiedade, insônia, ciclagem para mania, nervosismo), alterações do sono, fadiga, efeitos neurológicos (tremores, efeitos extrapiramidais), perda ou ganho de peso, disfunções sexuais (ejaculação no homem e perda da libido e anorgasmia em ambos os sexos) e reações dermatológicas.
Independente de sua classe, muitos efeitos colaterais podem ser atenuados quando o início do tratamento é feito com uma dose baixa, seguido de um aumento mais lento da dose. Alguns desses efeitos também são sentidos em doses não tomadas e na fase de descontinuação (retirada), que também deve ser feita de maneira gradativa, como um “desmame”. Os sintomas incluem: alterações somáticas e gastrintestinais, alterações do sono, distúrbio dos movimentos, e hipomania.
Referência Bibliográfica:
MORENO, Ricardo Alberto; MORENO, Doris Hupfeld; SOARES, Márcia Britto de Macedo. Psicofarmacologia de antidepressivos. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 21, supl. 1, p. 24-40, May 1999 . Available from
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