A Psicologia na Assistência Social: Um Campo em Formação
Por: JessicaMhz • 3/12/2020 • Resenha • 633 Palavras (3 Páginas) • 188 Visualizações
CORDEIRO, M. P.; CURADO, J. C.. Psicologia na Assistência Social: Um campo em formação. Psicologia & Sociedade, v. 29, 2017.
Resenhado por: Jéssica Letícia Munhóz
9º Período Bacharelado em Psicologia
O artigo intitulado como “Psicologia na assistência social: um campo em formação” das autoras Mariana Prioli Cordeiro e Jacy Corrêa Curado que são doutoras em Psicologia Social tem como objetivo, propor uma reflexão acerca dos conhecimentos, posturas éticas e experiências práticas que cursos de graduação em Psicologia podem oferecer para capacitar suas (eus) alunas(os) para atuar no Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Segundo as autoras o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), é um sistema descentralizado e participativo, responsável por regular e organizar a oferta de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais em todo o território brasileiro.
Ele está organizado em dois níveis de proteção social: a básica e a especial.
A proteção Social Básica (PSB) tem como finalidade prevenir situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social por violação de direitos, sendo que para isso busca desenvolver potencialidades e aquisições, bem como fortalecer vínculos familiares e comunitários. Seus serviços são executados de forma direta nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e de forma indireta nas entidades e organizações de assistência social da área de abrangência do CRAS.
Já a Proteção Social Especial (PSE), é destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos (tais como abandono, maus-tratos físicos e/ou psicológicos, uso de substâncias psicoativas, violência sexual e situação de rua). Suas ações são desenvolvidas pelos Centros de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) e pelos serviços a eles referenciados.
Diante dos saberes na área social Cordeiro e Curado propõem nesse trabalho uma reflexão acerca dos conhecimentos, posturas éticas e experiências práticas que cursos de graduação em Psicologia podem oferecer para capacitar suas(eus) alunas(os) para atuar na política pública de assistência social. Para isso, realizaram revisões bibliográficas, entrevistaram psicólogas(os) que atuam no SUAS, a fim de enfocar a discussão sobre a formação de psicólogas(os) para atuar na Assistência Social.
Segundo as autoras uma das críticas que mais ouviram na pesquisa é a de que os cursos de graduação em Psicologia, em geral, oferecem uma formação que praticamente desconsidera a possibilidade de atuação no campo das políticas sociais, e que é comum a(o) psicóloga(o) prestar concurso público para a prefeitura de um determinado município e, só depois de ser aprovada(o), ficar sabendo que trabalhará no SUAS, as vezes sendo designada(o) para trabalhar em um serviço do qual nunca ouvira falar, concluindo que: há um grande descompasso entre a formação acadêmica em Psicologia e o cotidiano de trabalho no SUAS.
No tópico “os cursos de graduação em Psicologia e o SUAS: possibilidades” as autoras consideram que uma boa formação em Psicologia deve, dar condições para que psicólogas(os) possam, de maneira criativa e inventiva, produzir saberes e práticas situados conforme cada singularidade, cada demanda, cada território, e cada equipe profissional.
As autoras concluem então que precisamos criar condições para que nossas(os) alunas(os) pensem a partir do lugar do outro, e não somente reproduzam conhecimentos ou apliquem técnicas psicológicas, sensibilizando-as(os) para temas, em geral, pouco discutidos nos cursos de graduação, tais como movimentos sociais, direitos humanos, cidadania e participação social. Para que através do saber os futuros profissionais possam construir práticas criativas e inventivas na Assistência Social. Práticas que atendam às demandas e respeitem as características e potencialidades do território. Que valorizem os saberes e habilidades específicas da equipe de referência. Que transformem leis, diretrizes e normativas em práticas concretas de intervenção.
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