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A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA(S) PSICOLOGIA(S)

Por:   •  16/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  721 Palavras (3 Páginas)  •  419 Visualizações

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A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA(S) PSICOLOGIA(S)

        Não se pode dizer que a Psicologia toma para si o “homem” como estudo, uma vez que, o mesmo é elemento para todas as ciências que se objetivam e se dedicam a estudos direcionados a ele. O texto apresenta em primeira instancia, o nascimento do sujeito psicológico como “uma figura correlata” ao discurso moderno, inexistente antes da psicologia científica.

        Este sujeito agora, com “realidades psíquicas” universalizadas e objetivadas conforme o estilo do modelo científico da época, traz implicações ao se tratar do mesmo, sendo elas,

“falar da sua colocação como objeto para um discurso científico socialmente autorizado a enunciar verdades a respeito de instâncias psicológicas que compõem este sujeito: o psiquismo, a cognição, a "mente", a consciência, a identidade, o self; mas também, as percepções, as interpretações, e uma certa dimensão "intrapsíquica", das emoções, do desejo, do inconsciente – o "reino da subjetividade".” (FILHO e MARTINS ,2007, pg.2)

        Com tudo, é necessário colocar em questão toda sua produção histórica, tomando-as como um discurso/prático onde, não apenas o conhecimento conta, mas também, intervenções sobre o psicológico. Figueiredo em “A invenção do psicológico” (1994), “trata da produção histórica desta dimensão de existência subjetiva ligada aos jogos do conhecimento moderno, que designa um campo de experiências do sujeito” apontando que, antes do surgimento das psicologias as experiências psicológicas não existiam, nem ao menos a materialidade de uma “substancia psíquica”. Relata que, o que dá forma ao campo moderno das experiências do sujeito é a percepção de si como subjetivo, o que proporciona a sensação de privacidade e intimidade vivenciadas como “reais”.

        Acontecimentos sociais, constituem condições tanto para o nascimento deste sujeito, quanto para o surgimento do discurso psicológico moderno: a emergência do humanismo renascentista nas artes e na filosofia dos séculos XIV e XV; a reforma pastoral da Igreja Católica; e o centramento da cultura moderna na figura do "homem" com o Iluminismo, resultando em problematização na filosofia, nas ciências e vida cotidiana.

        Tomando o nascimento de um conhecimento psicológico de caráter científico no final do século XIX pode-se observar certa "dança de objetos" nos desenvolvimentos deste campo(...) ligada ao surgimento de várias psicologias concorrentes entre si, denotando(...) diversidade e divergência de abordagem dos "fenômenos psicológicos":

  1. O “objeto primordial” é a mente, uma abstração idealista que sofre grandes influencias cristã, onde alma é vista como sinônimo de existência imaterial.
  2. Surgimento do fragmento psíquico (Wundt), uma unidade do funcionamento psíquico: capacidades, cognição, recusa do animismo cristão e confirmação do idealismo.
  3. Em seguida, surge o comportamento criado por Watson em seguida recolocado por Skinner, com a noção de “operante” (mecanismo, objetivismo). O trabalho realizado por Wundt, que se objetiva a mapear a consciência por meio dos processos psíquicos e das capacidades psíquicas, o behaviorismo, busca centrar sua atenção nas relações “estimulo-resposta” (R-S) e em aspectos operantes comportamentais (recusa os conceitos de consciência e subjetividade).
  4. Colocado pela Gestalt (apoia fenomenologia), busca superar o fragmentarismo propondo assim um sujeito mais integrado, emergindo o campo perceptivo que configura o psicológico, singularizando o sujeito.
  5. Surge na metade do século XX, com Reich, uma tentativa de superar o mentalismo, propondo que o próprio corpo surge como objeto. E após ser retomada no final do século, é atualizada, orientando-se para a quebra da dicotomia cartesiana corpo x mente.
  6. Os discursos são tradicionais alvos de atenção para as várias psicologias, interpretados/analisados em diversas perspectivas, cada uma com sua experiência além de sentidos inerentes a cada uma delas.
  7. As relações, também objetos para algumas psicologias que buscam superar o individualismo, o mentalismo e naturalizações criadas pela neurofisiologia e posteriormente atualizadas pela neurociência, fundindo o sujeito e conhecimento em concepções materialistas, sociais e históricas.

Mostra-se aqui toda uma diversidade de jogos operando no discurso psicológico: fragmentarismo e mecanicismo x perspectivas mais amplas e integradas; subjetivismo x objetivismo; mentalismo x materialismo; individualismo x coletivismo; naturalismo biologicista x perspectivas sociais e históricas. (FILHO e MARTINS ,2007, pg.2)

        Observável que, ao longo do século XX, passa a se ter um foco nas relações, mas também no social, uma passagem do biológico para o social, individuo para coletivo, superando o individualizante e idealista.

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