A SUBTIVIDADE E PSICANALISE
Por: DAY54321 • 24/6/2022 • Pesquisas Acadêmicas • 525 Palavras (3 Páginas) • 89 Visualizações
PSICANALISE E SUBJETIVIDADE
ALUNA: DAYANE OLIVEIRA MOTA DA SILVA
Curso: Psicologia Turma/Turno: Noturno
Disciplina: Teorias e Técnicas Psicanalíticas I
Período letivo: 1º/ 2022
Docente: Prof. Dr. Antônio Eustáquio Ferreira
Com Freud faz irrupção uma nova perspectiva que revoluciona o estudo da subjetividade e que mostra justamente que o sujeito não se confunde com o indivíduo. Se existe uma contribuição da psicanálise para a clínica da Saúde Mental Coletiva, como previa o próprio Freud, esta já vem se configurando, mesmo que timidamente, nas últimas quatro décadas no contexto das propostas substitutivas ao que se convencionou chamar de Paradigma Psiquiátrico Hospitalocêntrico Medicalizador. É a partir da psicanálise de Freud, revigorada e potencializada pela ótica de Lacan, que podemos vislumbrar uma clínica que tem em seu horizonte a produção de subjetividade singularizada e, consequentemente, os efetivos equacionamentos dos sintomas e demais impasses psíquicos que se apresentam nas instituições de tratamento. Partimos da perspectiva de que a psicanálise, a despeito de não ser o único, apresenta-se como o principal referencial teórico-técnico e ético-político para uma clínica dos processos de subjetivação na SMC.
Lançamos mão do conceito de «intercessão», pinçado da filosofia de Deleuze , e o relemos principalmente - mas não somente - a partir da psicanálise, com a intenção de maximizarmos sua potência em termos de disposto de produção de subjetividade singularizada junto aos «sujeitos do sofrimento» e aos coletivos de trabalho institucional. Esse trabalhador «de um novo tipo», cujos referenciais teórico-técnicos superaram a relação sujeito-objeto, Costa-Rosa convencionou chamar de «trabalhador-intercessor». Trabalhador que, ao encarnar posições intercessoras de objeto a, «faz desclaridade». Estes dois momentos bastante delimitados do Dispositivo são inspirados no horizonte ético da psicanálise que visa o drible dos discursos da dominação nos quais se baseia a Ciência, para possibilitar a colocação do sujeito no seu devido lugar de trabalho e «protagonismo» no processo de produção de subjetividade e saber.
A intercessão ganha importância maior ao tomarmos os fenômenos que se nos apresentam como «processos de subjetivação», ou seja, como subjetividade em movimento significante . As possibilidades de intercessões nos impasses de subjetivação e nos coletivos de trabalho pressupõem um trabalhador precavido principalmente, mas não exclusivamente - já que se trata de um trabalho em instituições5 -, pela psicanálise. A pertinência ética da utilização do Dispositivo Intercessor na SMC se dá a partir da necessidade de se pensar a especificidade de tal clínica que, diferentemente dos lócus tradicionais da psicanálise, está inserida em instituições, fato que não é sem implicações importantes. É nesses termos, aliás, que nos permitimos falar de ampliação do campo da «psicanálise em intensão» .
Nosso objetivo é tecer considerações teóricas prévias a uma Intercessão-Pesquisa no contexto da SMC, sobretudo a partir da psicanálise como espinha dorsal desse novo Modo de Produção de subjetividade e pesquisa. Faz-se necessário, portanto, passarmos pelas conceituações de sujeito e subjetividade, como concebidos pela psicanálise do campo de Freud e Lacan, bem como pela visão de «ciência» e da especificidade da produção de saber que se faz possível, e eticamente necessária, a partir desta perspectiva. Ao fim deste percurso, temos a intenção de apresentar nossa hipótese de trabalho segundo a qual a psicanálise, como clínica e como pesquisa, provém necessariamente das concepções de sujeito e de subjetividade.
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