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A Saúde Mental e o Corpo Belo

Por:   •  20/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.662 Palavras (15 Páginas)  •  290 Visualizações

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A busca pelo corpo perfeito: problema social e pessoal

                                                                                  Ana Paula Pereira[1]

                                                                                      Bruna Aguiar Santos[2]

 Eliane dos Santos Pereira[3]

                                                                               Jucélia Carvalho[4]

Resumo

O presente artigo busca uma reflexão sobre a obsessão por um corpo perfeito, baseando em múltiplas referências bibliográficas. Durante esse processo de procura, muitos acabam adquirindo doenças graves como bulimia, vigorexia e anorexia. Na atualidade o jovem passa a ser alienado não somente pela busca da perfeição corporal, mas principalmente pelas vantagens que uma boa aparência oferece. O interesse de discutir esse tema é mostrar que o cuidado do corpo está além da cultura e pode causar sérios problemas social e pessoal.

Palavras-chave: Corpo, Transtornos alimentares, Problema, Social, Pessoal.

Introdução

A busca para ter um corpo perfeito está ligada a insatisfação do indivíduo com o próprio corpo. Com isso surgem distúrbios da auto imagem como anorexia, vigorexia e bulimia. Quando as normas do corpo e modelo não são cumpridos aparece o sentimento de derrota, culpa e mal-estar, pois o bem-estar se transforma em mal-estar e a felicidade e alegria associa ao esforço e virtude ao desgosto. A influência exercida pela mídia sobre o comportamento e o padrão de beleza por um corpo perfeito é idealizado e associado aos padrões de consumo impostos pelo capitalismo. 

O objetivo principal desse artigo é apresentar de forma esclarecedora as causas e problemas pessoais e sociais que as pessoas enfrentam para esta busca por um corpo perfeito, é uma luta consigo mesmo, que são enfrentados no dia a dia causando diversos transtornos, como: depressão, incertezas, perda da consciência, entre outros. Pessoas que se veem alienadas ao seu próprio corpo, em uma realidade cruel e difícil de ser vencida, em que estas não conseguem perceber o problema em si. Esta busca pelo corpo perfeito, pelo idealismo, cresce muito nos últimos tempos deixando estas pessoas cada vez mais adoecidas e insatisfeitas com o seu próprio corpo.

O corpo tem grande importância dentro do contexto social e filosófico, desde a Grécia antiga o corpo era idealizado como santuário. Sócrates, Platão e Descartes sempre buscavam entender corpo. O corpo naquela época era sinônimo de beleza e virilidade, os Jogos Olímpicos retratavam bem essa visão pela beleza do corpo atlético e saudável dos atletas.

Na Idade Média corpo bonito era ser gordo, o gordo era sinônimo de saúde. As mulheres mais “gordinhas” tinham seu valor e eram vistas como boas reprodutoras e ter filhos saudáveis.

O conceito corpo passou por diversas modificações ao longo da historia. Atualmente a busca do corpo perfeito é algo que vem crescendo constantemente, mesmo que associada a esta busca venham grandes prejuízos à saúde. Nos dias atuais o indivíduo está cada vez mais usando o corpo como se fossem mercadorias a serem vendidas e como objeto de desejo que o mundo social espera. A busca pelo corpo ideal vem sendo propagado pela mídia e pelos meios de comunicação e redes sociais. Tem avançado como sinônimo em vigor, bem-estar, felicidade e saúde. Portanto o corpo está sendo visto e tratado como esboço, plasmado e remodelado do jeito que o sujeito deseja com o propósito de conseguir alcançar o modelo esperado do corpo perfeito. Um exemplo claro são as clínicas de estética, dietas light, fitness, anabolizantes e procedimentos cirúrgicos.

Ter um corpo perfeito é associado à boa saúde, é ser visto com bons olhos pela sociedade, nos dias atuais não ter um corpo perfeito é uma causa de sofrimento, é constrangedor, é tudo aquilo que a moda oferece de melhor para quem tem um corpo perfeito. Com isso, de uma forma ou de outra parece necessário ter este corpo como a sociedade e a mídia impõem. O mal estar vem a partir do momento em que não há uma felicidade com o seu próprio corpo, quando se olha no espelho e não se vê realmente o esperado.

Segundo Freud o eu não nasce pronto, vai se desenvolvendo no decorrer do tempo, pra ele o eu esta relacionado à imagem do próprio corpo do sujeito, o recém-nascido, por exemplo, sua resposta emocional é através do choro. O recém nascido não compreende os limites do próprio corpo, por isso não consegue distinguir as sensações internas e externas. A adolescência é uma fase de mudanças e novos conhecimentos, com o corpo não é diferente, é onde começa a se descobrir e conhecer o próprio corpo, é considerado também um momento de muita tensão do sujeito e do próximo para enfrentar o desamparo adquirido ao encontro real do corpo e do sexo, torna-se a sua própria responsabilidade do seu ato. O texto mal estar da civilização cita a presença do homem em frente aos problemas corporais de uma forma bem ampla. Em relação ao corpo como sintoma da cultura alguns autores descrevem que o corpo tornou-se uma obsessão para os indivíduos.

O corpo e suas mudanças ao longo da história

A imagem corporal é estruturada na mente do indivíduo em relação com o corpo pode ser apresentado para si próprio. Segundo Russo (2003, p.81) o termo Imagem Corporal vem sendo usado frequentemente tendo como foco de investigação o corpo humano. Dessa forma a imagem e corpo vão além da linguagem, pois cada indivíduo possui uma subjetividade que o faz ser único.

O corpo é um conjunto dos sistemas orgânicos e sentidos que constitui um ser vivo. “Cada sociedade, cada cultura age sobre o corpo determinando-o, constrói as particularidades do seu corpo, enfatizando determinados atributos em detrimento de outros, cria os seus próprios padrões. (Barbosa et. al. 2011).” Na Grécia o corpo era visto como atraente e considerado como referência, pois era sinônimo de beleza, saúde e virilidade que era representado pelos atletas. De acordo com Barbosa et. al. 2011, “a civilização grega não incluía as mulheres na sua concepção de corpo perfeito, que era pensado e produzido no masculino.” No entanto a mulher servia para cumprir funções, como servir seus esposos e serem boas reprodutoras, com isso o domínio do prazer era atribuído somente aos homens.

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