A Somatização em crianças no processo de adoção tardia
Por: Gabriela Contini • 12/12/2017 • Artigo • 1.208 Palavras (5 Páginas) • 266 Visualizações
Tema:
A somatização em crianças no processo de adoção tardia
Problema:
É possível haver uma associação entre a somatização em crianças acima dos dois anos de idade quando se encontram no processo de adoção tardia?
Justificativa:
Se faz necessária uma investigação mais aprofundada sobre os assuntos relacionados a adoção tardia visto que, pouco se vê em artigos publicados sobre o assunto, com isso assuntos como a somatização neste processo se torna ainda mais escasso devido a não pesquisa, com isso acredito ser interessante haver uma maior exploração do assunto para assim ser trabalhado na clínica.
Objetivo Geral:
A intenção desta pesquisa exploratória tem o objetivo de identificar se de acordo com os artigos divulgados há uma associação no processo de adoção tardia e a somatização.
Objetivos Específicos:
- Investigar se o processo de adoção tardia pode contribuir para a somatização em crianças;
- Identificar quais são as maiores causas de acordo com artigos publicados na área;
- Associar com a teoria de Lacan a somatização em crianças no processo de adoção tardia;
Método:
- Pesquisa bibliográfica;
- Investigar leituras dos fenômenos psicossomáticos em crianças acima de dois anos em processo de adoção tardia, fazendo uso da teoria de Lacan.
Referencial Bibliográfico:
Segundo Camargo (2005), a adoção apresenta uma defasagem em explanações e conhecimentos, exigindo uma atenção especial para que assim possa ser colocado em pratica novas visões e conceitos relacionados ao cuidado de crianças e adolescentes no Brasil. Com isso o autor discute no presente artigo, afim de desmistificar pré-conceitos restaurados, relacionados a adoção tardia.
Torquette (2006), afirma que existe uma importância emocional que envolve as doenças relacionada a dualidade médico e paciente dando assim um significado a questão psicológica para a compreensão em sua totalidade, trazendo opções para um benefício ao paciente a ser tratado.
Para Ferreira, Martins, Monteiro & Pereira (2014), o estresse pode ser reproduzido tanto no corpo ou ainda através de uma forma mais indireta afetando a vida emocional do indivíduo, desenvolvendo assim sérios problemas para a saúde deste individuo adoecido. Com isso os autores investiram no estudo, porém relacionado com crianças e sua relação com a somatização. Vendo a necessidade de estudos mais aprofundados quando relacionados a infância e as doenças psicossomáticas, eles utilizaram então um inventário para mensurar os resultados e trazer assim novas propostas de estudos na área.
De acordo com Arnold (2011), há uma precariedade na divulgação e na conscientização da necessidade em adotar crianças acima dos dois anos de idade, visto que, pouco se fala sobre o assunto. Com isso são formados tabus em torno do assunto, causando consequências no processo e dificultando ainda mais essa necessidade.
Segundo Ebrahim (2001), são necessários esclarecimentos relacionados a adoção tardia devido à falta de conteúdos científicos na área, com isso o preconceito é instalado e a ignorância se faz por conta do não saber. Sendo assim o presente estudo traz resultados evidentes de dificuldade da adoção tardia tanto no processo jurídico quanto no processo da escolha do adotante. Com isso, o autor chegou na conclusão que há uma diferença entre as amostras apresentadas no artigo, concluindo que crianças provenientes de instituições estão mais vulneráveis a não adoção em comparação com crianças que não passaram por esse processo, fazendo com que o processo de adoção tardia adicione mais barreiras.
Considerações finais:
Fazendo uso da teoria lacaniana, me dedico aqui a uma visão pessoal de acordo com meu entendimento, por assim digo que se até os fins do século XVIII a posição da criança no discurso social era uma posição indigna, de não reconhecimento e de estorvo, o século XX viu surgir uma significativa ascensão da criança à posição de objeto protegido e valorizado. No século XXI, contemplamos uma jurisdificação da ordem familiar, tendo como alvo a proteção da infância. Assim, desde a obrigatoriedade de se colocar os filhos na escola até a um impedimento do castigo físico como forma de correção, verificamos uma passagem da situação religiosa à perpetuação das formas jurídicas no seio da família. Como se isso não bastasse, a criança passa, a nosso ver, a uma categoria de "luxuoso objeto" a ser consumido, mais que um "rebento" a ser desejado. A partir de um imperativo contemporâneo, ter um filho na atualidade pode ser adiado ou produzido através das modernas técnicas de inseminação artificial, sendo a adoção ainda uma velha saída. Dessa forma, parece-nos que da mesma maneira que objetos como carro zero, apartamento e laptop entram no circuito do "sonho de consumo" na contemporaneidade, a criança aparece como um objeto metonímico que encara um "mais-de-gozar" atual.
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