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A Teoria da ansiedade e culpa

Por:   •  29/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  956 Palavras (4 Páginas)  •  264 Visualizações

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Posteriormente, Melanie aborda diferentes concepções de autores sobre a relação da ansiedade e culpa, entre elas a de Freud, Abraham, Ferenczi e Ernest Jones.                         Na compreensão de Freud, por exemplo, a ansiedade e culpa possuem estreita ligação, sendo a última um termo que só pode ser aplicado em relação às manifestações de consciência resultantes do desenvolvimento do superego. Em outras palavras, a culpa pra Freud tem surgimento apenas após o superego. (Consequência do complexo de Édipo.)

Após uma breve apresentação dos diferentes pontos de vistas acerca dos termos em analise, a autora inicia a explicação dos conceitos a partir da sua própria concepção. A ansiedade para ela, conforme exposto em seu trabalho “A contribuition to the Psychogenesis of Manic-Depressive States”, apresentam duas modalidades básicas, a saber: a ansiedade persecutória, que se relaciona predominantemente ao aniquilamento do ego, e ansiedade depressiva, referente ao dano cometido pelos impulsos destrutivos do sujeito aos objetos amados. A ansiedade depressiva teria, além disso, ligação estreita com a culpa e a tendência a fazer reparação.  Entretanto, o surgimento da culpa não se restringiria ao momento que se torna possível a introjeção do objeto como um todo, como havia se pensando anteriormente, estando ligado também a estágios mais arcaicos do superego.

Na a posição esquizo-paranoide, ocorre os processos de cisão do primeiro objeto (seio) e dos sentimentos referidos a eles, em que a ansiedade persecutória e o ódio direcionam-se ao seio frustrador (mau) e o amor, ao seio gratificador (bom).  Entretanto, é importante frisar que a fragmentação do seio não é completamente eficaz ou infalível, em virtude da tendência de integração do ego que ocorre desde o começo da vida, o que demonstra o surgimento da culpa e da ansiedade depressiva como aspectos que ocorrem bem mais cedo do que ela imaginava, como será explicado posteriormente.

Na posição depressiva, ocorre consideráveis mudanças na relação de objetos do bebê e dos seus processos de introjeção, de forma que diminuem o processo de cisão entre os objetos parciais, passando a perceber e introjetar a mãe cada vez mais como uma pessoa inteira.

Para Melanie, a culpa, assim como a ansiedade depressiva e o desejo de reparar o objeto amado danificado, surgem a partir da síntese entre os impulsos destrutivos e os sentimentos de amor em relação aos objetos parciais, passando assim, a ser visto como um único objeto. Com o ego mais integrado, a ansiedade experimentada passa a compreender sentimentos mais intensos, passando vivenciar pressões de sofrimento maior ao confronto com uma realidade psíquica cada vez mais dolorosa. Isso, leva a uma necessidade irreprimível de restaurar os objetos amados.

A essência da culpa, seria portanto, o sentimento de que os impulsos agressivos do próprio indivíduo teria causado um dano ao objeto amado. Ou seja, está intrinsicamente vinculada à ansiedade, mais especificamente a ansiedade depressiva. Esse sentimento de ter prejudicado uma pessoa significativa (culpa) dá origem a necessidade de desfazer ou reparar o dano causado a pessoa que se ama.

Posteriormente afirma a existência de duas fontes de ansiedade que estão em constante interação: a ansiedade objetiva (externa) e ansiedade neurótica (interna). Ambas estão relacionadas ao temor do bebê à perda, por ainda não conseguir distinguir a ausência temporária da perda definitiva. Ao delinear as particularidades de cada uma, explica que a ansiedade objetiva constitui-se da dependência da criança em relação a mãe para satisfação de suas necessidades e alivio da tensão.  Já a ansiedade neurótica tem por base o receio do bebê de que a mãe amada tenha sido destruída pelos seus impulsos sádicos e, que portanto, nunca mais retornará.

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