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A construção social da realidade

Por:   •  22/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.864 Palavras (12 Páginas)  •  382 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

DOCENTE: EDUARDO HENRIQUE ARAÚJO DE GUSMÃO

DISCENTE: THAÍSLA BARBOSA MEDEIROS FRANCO

 “O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA REALIDADE HUMANA: DIÁLOGOS COM PETER BERGER E THOMAS LUCKMANN”

CAMPINA GRANDE – PB / 05 DE DEZEMBRO DE 2016

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA REALIDADE HUMANA: DIÁLOGOS COM PETER BERGER E THOMAS LUCKMANN

        O livro “A construção social da realidade” de Peter Berger e Thomas Luckmann se inicia com a apresentação de dois conceitos muito importantes para o entendimento do livro, essas ideias são do que é realidade e conhecimento. Pode-se dizer de modo mais popular que realidade é tudo que existe independente da nossa vontade. Enquanto, conhecimento são as ideias e pensamentos que vamos adquirindo ao longo da nossa vida. Tanto a realidade como o conhecimento de um indivíduo depende do meio onde ele vive.

        Nesse caso, os autores começam a falar sobre o modo que o homem da rua e que o filósofo tem de vê o mundo e perceber a realidade ao seu redor. Fazendo referência ao livro “A psicologia e as psicologias” de Ana Bock pode-se dizer que o homem da rua e o filósofo veem o mundo do modo do senso comum. Sendo, que o homem da rua aceita as coisas ao seu redor como realidade através do conhecimento que ele adquiriu ao longo da sua vida. Ao mesmo tempo, que o filósofo não aceita acreditar em tudo como uma realidade inquestionável, ele cria dúvidas e procura respostas sobre diversas questões.

        Neste contexto, ainda surge à figura do sociólogo que pela profissão que exerce tem como missão avaliar em que a sociedade na qual o homem da rua e o filósofo estão, interfere no seu modo de perceber a realidade e o conhecimento. Para exemplificar essa diferença podemos usar a questão das simpatias ou remédios como “Banho Chama Dinheiro”, “Banho Afasta espírito” e “Banho Chora nos meus pés”, que dependendo do lugar onde o homem da rua reside ele acredita que esses banhos realmente funcionam. Já o filósofo dificilmente acreditará no poder e na realidade desses banhos.

        Diante disso, surge a necessidade do sociólogo começar a investigar a relação do meio que o homem está inserido com a relação que ele faz de realidade e conhecimento. Além disso, o sociólogo precisa estudar por qual motivo um fato passa a ser realidade para uma determinada população, não importando se esse acontecimento também é tido como real em outras sociedades. De acordo com (BERGER & LUCKMANN, 1997, pág. 15) “A sociologia do conhecimento trata das relações entre o pensamento humano e o contexto social dentro do qual surge”.

        Para entender melhor a construção da realidade através da sociedade os autores tomam como base a vida cotidiana na qual o indivíduo está inserido. E para esse entendimento, deixa a mercê os pensamentos da filosofia, pois para entender a sociedade é preciso entender a subjetividade que está dentro de cada pessoa de determinada sociedade. Pois isso implica em quais conhecimentos ela irá passar para a coletividade, e quais desses pensamentos serão captados e tomados como realidade por essa determinada sociedade.

        A vida cotidiana foi analisada pelos sociólogos usando a fenomenologia, que nada mais é que o modo pelo qual entendemos o mundo usando a nossa experiência adquirida ao longo da vida e a consciência imediata. Para os autores a nossa consciência tem um caráter intencional comum, ou seja, nosso inconsciente sempre se inclina para algum lugar que pode ser intrínseco ou extrínseco.

        Existem múltiplas realidades, um exemplo disso é que vivemos na nossa esfera da faculdade formada por professores e colegas, e também no círculo familiar constituído por nossos pais, irmãos, namorados e parentes. Da nossa esfera da faculdade para o círculo familiar a nossa realidade já muda significativamente embora ainda apresentem algumas pequenas semelhanças, pois na vida universitária temos que ser bons estudantes e conseguir boas notas para ser seguir em frente. Enquanto, no nosso círculo familiar precisamos ser bons filhos, manter uma conduta moral tida como boa e tratar bem todos ao nosso redor.

        Além disso, essas múltiplas realidades também são caracterizadas pela aproximação ou distância que essas realidades estão da nossa vida. No caso, dos exemplos citados anteriormente, ambas as realidades estão próximas da nossa vida cotidiana já que a faculdade é um lugar aonde vamos diariamente, e a nossa família é a instituição na qual vivemos desde o nosso nascimento e vamos viver até o fim das nossas vidas. E pode-se ser citado como uma realidade distante o sonho que um estudante de psicologia tem de ir para os EUA estudar de modo mais profundo a vida de alguns psicopatas que ficaram conhecidos mundialmente pelos crimes que cometeram. A importância e a intensidade do interesse que vou ter com cada esfera da vida cotidiana vai se relacionar muito com a proximidade ou o afastamento que ela vai está com meu dia a dia.

        A realidade cotidiana também está inserida num mundo intersubjetivo, no qual o indivíduo sabe que do jeito que ele tem pensamentos e ações        em relação à sociedade, outras pessoas também tem e que todas essas ideias são de suma importância para a população. De modo diferente do mundo dos sonhos, na vida cotidiana não estamos sozinhos e nossas ideias não são o centro das atenções. Dessa forma, surge o fato da sociedade ser conflito, pois a partir do momento que precisamos conviver numa sociedade que o outro é importante para a construção da realidade como eu sou, necessitamos aprender a respeitar a contribuição do outro mesmo que não concorde com a mesma. O autor Georg Simmel trata sobre a relação do indivíduo com a sociedade e do individualismo no livro “Simmel e a modernidade”, usando como objeto pessoas do século XVIII e XIX e falando sobre os conflitos que surgem nessa relação homem e sociedade, na qual o homem pode se dividir em partes para ir se colocando como um ser social.

        E na questão do conflito, surge o fato de se existir na sociedade um setor problemático e um não problemático. Esses setores não são estáticos, pois vai chegar um momento que vai surgir um problema que o setor não problemático vai passar a ser problemático. Nesse momento vai surgir à união desses dois setores, para assim haver a solução ou pelo menos a tentativa da solução desse problema. Em razão disso, foi dito anteriormente que a sociedade é conflito.

        Uma circunstância que pode exemplificar a interação social na vida cotidiana é a situação face a face, na qual os indivíduos partilham de experiências muito parecidas, podemos dizer que eles vivem numa mesma realidade, tem pensamentos quase idênticos. Um exemplo disso é um grupo de amigos que pensam da mesma forma sobre a descriminalização do aborto, que quando um ri o outro sorri ao mesmo tempo. Essa situação face a face permite que nós conheçamos muito o outro, mas sempre nos conhecendo melhor já que somos subjetivos e ninguém nos conhece melhor que nos mesmos.

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