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A construção social da realidade

Por:   •  18/5/2017  •  Resenha  •  2.785 Palavras (12 Páginas)  •  416 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – IMS/CAT

Discente: Lucas Caires Santos

Docente: Sérgio Lizias

Disciplina: Indivíduo e Sociedade

Psicologia 3º Semestre

Livro: A construção social da realidade, de Peter Berger e Thomas Luckmann.

Introdução

O livro A Construção Social da Realidade foi escrito como forma de um tratado a respeito da Sociologia do Conhecimento e se propões a analisar a forma como o homem constrói o conhecimento acerca da realidade, num paralelo entre o pensamento humano e o contexto social.

Esta realidade seria independente do indivíduo, seria um conjunto de acontecimentos que ocorrem no mundo e independem da vontade do indivíduo, mas em vista de ser concebida de diferentes formas pelos “homens comuns” formam o conhecimento. O conhecimento surge das interpretações que os homens fazem da realidade, quando a sistematizam, categorizam e a observam segundo paradigmas que eles próprios estabelecem. A realidade estaria apresentada entre a facticidade do mundo objetivo e a forma como o indivíduo subjetiva esta realidade. 

Assim, esta realidade a qual temos acesso, esta forma de conceber a realidade e todo o conhecimento que se tem dela fazem parte de uma construção social. Uma realidade, é claro, construída pelo homem, e tal como o homem produz esta sociedade, ele também é produzido por ela.

Os Fundamentos do Conhecimento da Vida Cotidiana

A percepção que o individuo tem da realidade, ou o conhecimento que ele construiu a partir dela, está numa relação estreita entre o mundo objetivo e seu significado subjetivo e é nessa dialética que o indivíduo produz e é produzido pela realidade social, que se dá em três instâncias: a individual, que concerne aos valores do indivíduo, suas impressões do mundo, sua ideologia individual; a grupal, que surge das relações interpessoais e inserção em grupos sociais, com características identitárias, classes sociais e ideias que podem formar ideologias; por fim, a instância social, formada por estes indivíduos, grupos, com diferentes valores, em diferentes classes sociais e ideologias, que formam a sociedade.

Há também a questão do afastamento da realidade cuja premissa é a de que nenhum indivíduo pode passar, integralmente, suas ideias e saberes a outrem; ou seja, não há possibilidade de haver uma imposição hegemônica de ideias/ideiais que subjugue todas as resistências existentes. A partir disso, surgem estereótipos diversos que classificam os indivíduos em termos de classe econômica, ideologia, religião e posicionamento social. Em casos extremos, aparelhos de repressão são postos em funcionamento cujas punições chegam à tortura e à morte.

Os autores fazem uma divisão, a nível didático, entre o homem da rua e o homem da ciência, que seriam respectivamente o homem que faz uma interpretação elementar da realidade, recheada de introjeções e alienações e o homem questionador que está em constante reflexão acerca do que existe e de que forma tal conhecimento foi concebido.

Analisando o modo de ser desse homem comum, em sua vida cotidiana, os autores partem do pressuposto que há uma multiplicidade de realidades, uma vez que há formas diferentes de subjetivação dos indivíduos e que há então percepções diferentes acerca dessas realidades.

O “homem da rua” partiria da premissa que há uma realidade dada, pronta, determinada, o que implica na naturalização dos processos que são históricos, culturais e sociais. Esta realidade cotidiana se exprime em suas relações interpessoais, e tão logo pode ser modificada, uma vez que este indivíduo se constrói (e se desconstrói) nessas relações. Porém, no senso comum, a realidade é a mesma, é partilhada e está aí para todos. Ainda assim, mesmo havendo essa visão de mundo, cada indivíduo tem impressões que decorrem de experiências diferentes e, assim, não há como estes indivíduos partilharem da mesma realidade.

O convívio é relatado como um elemento essencial para a existência da realidade. É a partir do convívio mútuo e efetivo que há a interação interpessoal, que surge a partir dos referenciais comuns estabelecidos.

Está presente, nas interações, o fenômeno da tipificação. A tipificação promove um reconhecimento a partir de padrões, de estereótipos, significa reconhecer o outro a partir de uma característica, como por exemplo, a profissão.

O estudo e a compreensão da linguagem, dos signos, símbolos e ícones são essenciais para reconhecer o fenômeno da objetivação, que surge, por exemplo, no processo de transmissão do conhecimento, que pode ser face a face, através de livros ou de vivências outras, mas que cuja compreensão se dá a partir da linguagem, dos símbolos e dos sinais.

A Sociedade como realidade Objetiva

Institucionalização – Organismo e atividade

O que diferencia o homem dos outros animais é que o homem não nasce biologicamente determinado a ter uma vida baseada em extintos; o homem se desenvolve biológica e socialmente, ao passo que também forma (e reformula) a sociedade. Esse processo de desenvolvimento e aprendizagem contínua fazem emergir o “eu”, que também não é estático, intricado, mas está sujeito a mudanças. Por isso, não há homem fora do contexto social.

Em vista disso, o aparelho biológico não é determinante no sentido de propiciar uma boa convivência social contínua; esta é produzida e mantida por meio da Ordem Social, uma invenção feita para os seres humanos consigam viver de forma civilizatória, que existe a partir da atividade humana.

As origens da institucionalização

A institucionalização é um modo que, à priori, serve para que haja uma convivência cômoda, sem grandes conflitos que abalem a Ordem Social ou a Civilização. A institucionalização faz parte de um processo histórico (e não pode ser compreendida fora dele). Surge de uma tipificação que toma grandes dimensões e é interiorizada e passada às gerações seguintes, que podem ou não modificar as instituições existentes.

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